Várias categorias de trabalhadores se uniram na quarta-feira, 15, para protestar contra a Reforma da Previdência e Reforma Trabalhista. Todo o movimento também marca o início da greve dos professores da rede estadual de ensino. A Reforma da Previdência propõe a mudança da idade mínima de 60 anos para homens e 55 para mulheres, para 65 anos para todos, entre outras alterações que não são vistas como benéficas pelos trabalhadores.
O prefeito de Paranaguá, Marcelo Roque, esteve junto com os professores e demais trabalhadores no dia de ontem e destacou a importância da mobilização para as classes. “É um movimento justo dos trabalhadores, o pessoal da educação se movimentando, assim como os sindicatos em todo o Brasil. Assinei um decreto autorizando a rede municipal a fazer esse movimento pacífico. Eu também sou funcionário público, também quero melhorias para o Brasil. Todos estão de parabéns pelo ato”, declarou.
Prefeito Marcelo Roque marcou presença no evento em prol dos trabalhadores
A presidente do Sindicato dos Servidores do Magistério Municipal de Paranaguá (Sismmap), Andrea Elias de Paula Souza, disse que a atitude do prefeito de Paranaguá em dispensar os professores foi válida, já que a categoria tem que se impor neste momento. “Muitos professores estiveram presentes. Não houve aula na rede municipal de ensino, o prefeito aderiu a nossa paralisação, pois estamos reivindicando nossos direitos que é pauta nacional, a questão da aposentadoria, da reforma da Previdência que estão querendo alterar essa garantia do professor”, afirmou.
Emmanuel Lobo, presidente do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Unespar (Universidade Estadual do Paraná) destacou que o dia nacional de mobilização ficará na história, marcado pela luta dos professores e demais categorias pelos seus direitos. “Esse dia 15 de março foi para tentar construir a greve geral dos trabalhadores, de todas as categorias, mas todos se uniram especificamente contra a reforma da Previdência, o que já é um eufemismo, porque essa reforma acaba com a Previdência dos trabalhadores. Temos na Unespar de Paranaguá cinco cursos de licenciatura, são estudantes que vão para o mercado de trabalho na área da educação. Por isso, a participação dos estudantes se soma à dos trabalhadores”, explicou o representante do DCE.
O Sindicato dos Professores de Pontal do Paraná também esteve presente na manifestação. A representante Renata Cecília da Silva Marinho afirmou que a classe não suporta o tempo mínimo estipulado para a aposentadoria. “Lutamos também pela manutenção do piso salarial do magistério, estivemos com alguns servidores de Pontal do Paraná, nosso prefeito, Marcos Casquinha, teve o bom senso de dispensar a educação do município para estarmos em Paranaguá. A nossa luta continua em assembleia para discutir a situação da educação no nosso município”, destacou Renata.
Para a coordenadora do Grupo de Alfabetização da Catedral, Maria Aparecida Borsalli Miorali, é fundamental a participação em movimentos que lutam pelos direitos dos professores. “Fomos dar apoio às professoras que ainda não estão aposentadas, nos juntamos para dar força para que a reforma na Previdência não seja aprovada jamais. Com 25 anos em sala de aula, já ficamos esgotados, imagina ficando tantos anos mais. Isso não tem condição”, expôs Maria Aparecida.
BR-277 INTERDITADA
Na manhã de ontem, manifestantes interditaram a BR-277, no quilômetro seis em Paranaguá, sendo o trânsito liberado por volta das 12h. O diretor do Sindicato dos Petroleiros do Paraná e Santa Catarina, Miguel Saif, disse que a ação já vinha sendo planejada e as alterações contidas na reforma prejudicarão as futuras gerações. “Os sindicatos e entidades de classe de Paranaguá se reuniram e decidiram pelo movimento nacional neste dia 15. Nós reivindicamos a não reforma da Previdência. Está tramitando no Congresso Nacional a proposta de emenda que será um prejuízo enorme e incalculável para todas as nossas futuras gerações e não queremos que isso aconteça”, frisou.
Manifestantes interditaram a BR-277 na manhã de quarta-feira
Segundo ele, as medidas precisam ser tomadas agora. “A água já está batendo no pescoço e as pessoas estão conscientes disso. Praticamente todos os sindicatos representantes das classes do litoral estiveram juntos, independente de centrais sindicais, por esse ideal. Eu penso no futuro da nação e dos jovens, tudo que vão enfrentar por inconsequência desses cidadãos”, concluiu Miguel.