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Trabalho

Greve dos Correios prossegue com adesão de 70% dos trabalhadores de Paranaguá

TST declarou paralisação abusiva e ECT está descontando dias parados

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A greve dos trabalhadores da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) segue firme em todo o Brasil, incluindo Paranaguá e litoral paranaense. As principais reivindicações abrangem a manutenção do plano de saúde sem desconto salarial, 8% de reposição da inflação e o fechamento dos bancos postais e de agências. De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores nos Correios do Paraná (Sintcom-PR), em Paranaguá, 70% dos trabalhadores seguem em greve, em paralisação que foi iniciada na segunda-feira, 25. Apesar disso, o Tribunal Superior do Trabalho (TST), através de seu vice-presidente, ministro Emmanoel Pereira, declarou a greve como abusiva na quinta-feira, 28, quando a empresa pediu para que trabalhadores retornem aos seus postos imediatamente.

De acordo com a assessoria do Sintcom-PR, a Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares (Fentect) contestou judicialmente a decisão do TST, destacando que desde sempre o sindicato está aberto ao diálogo com a empresa. “Já entramos com uma liminar na Justiça para rever esta questão, para que os próprios ministros possam rever este posicionamento arbitrário do vice-presidente do TST, que fez uma proposta que não foi aceita, e agora está usando de arbitrariedade”, comenta o ente sindical.

Segundo o Sintcom-PR, no início da semana, o TST havia declarado a greve como legal, determinando que 80% do efetivo estivesse atuando, no entanto alguns dias depois o Tribunal declarou a greve como abusiva sem nenhum diálogo com os trabalhadores. Além disso, de acordo com o sindicato paranaense, a empresa está descontando os dias parados de forma arbitrária, sem apresentar nenhuma proposta aos funcionários dos Correios.

O prazo para o fim da greve é indeterminado. “Queremos que nossas reivindicações sejam discutidas com os Correios. Foram apresentadas propostas para os trabalhadores, as quais não são nossas, não são da nossa Federação, um entendimento também seguido pelos funcionários do Rio de Janeiro e São Paulo que continuam em greve. Manteremos 70% do efetivo em paralisação e estamos discutindo judicialmente no TST, demonstrando a legalidade do nosso direito de greve garantido constitucionalmente”, explica a assessoria do Sintcom-PR.

 

REIVINDICAÇÕES

 

Segundo o sindicato, para que a greve acabe é necessário que a empresa apresente uma proposta “decente” e que não haja punição da empresa por meio de descontos salariais. “Os trabalhadores estão dispostos a negociar, desde que não venha a ser descontado o plano de saúde, que é a nossa briga mais importante. Não podemos aceitar, pois nosso salário é muito baixo. Os Correios fecham a folha todo dia 20, então para este mês eles não poderiam ter descontado dos trabalhadores de maneira nenhuma, visto que a greve foi iniciada após a data. A folha de pagamento fecha dia 20, mas eles prorrogaram isso para descontar já neste mês. É uma arbitrariedade”, finaliza a assessoria.

 

POPULAÇÃO

De acordo com João Maria de Góes, caminhoneiro, que mora em Ponta Grossa e está constantemente em Paranaguá a trabalho, a greve dos Correios é um direito dos trabalhadores, no entanto não pode implicar em prejuízo aos serviços oferecidos aos cidadãos. “As paralisações são válidas em prol de melhores salários e condições de trabalho, agora os Correios, as polícias, enfim, no caso dos serviços essenciais, é meio esquisito fazer greve, pois a população inteira depende deles”, explica. “Esta greve até agora não me afetou, mas a passada me prejudicou. Eu tinha um exame toxicológico de caminhoneiro que eu fiz e demorou 29 dias para chegar o resultado, sendo que chega normalmente em 15 dias”, completa.

 


João Maria de Góes respeita greve, mas acha “esquisito” Correios fazerem paralisação, pois “população inteira depende deles”

 

“É um direito de todos reivindicarem os seus direitos em prol de aumentos salariais. Um pouco a mais não faz mal a ninguém, já que o governo fecha a mão e a classe trabalhadora precisa. Sobre transtorno em greves, isto sempre houve e não é agora que vai mudar, mas é um direito deles continuarem em greve, pois faz parte da democracia”, finaliza João Caetano Filho, aposentado, morador do Jardim Iguaçu.

 


João Caetano Filho defende greve dos Correios e mobilizações populares em prol de melhores salários

 

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