Estresse no trabalho: como lidar com o problema?

Irritabilidade, dificuldade de concentração, lapsos de memória e mudança de humor podem ser alguns dos sinais de quem está passando por estresse no trabalho. Esses e outros sinais podem estar acompanhados de perda de motivação na função exercida, além de sintomas físicos como dor de cabeça e muscular, insônia, pressão alta, sudorese entre outros.

A psicóloga e coach, Adriana Grosse, explicou que o problema pode ser evitado quando as pessoas possuem um bom autoconhecimento. “Quando sei da minha capacidade, o medo de sair de um emprego que causa estresse e desmotivação diminui, com isso, a pessoa consegue procurar novas alternativas profissionais”, disse. Se o trabalhador conhece muito sobre si mesmo e tem consciência dos seus comportamentos, não fica escravo de um emprego somente pela renda obtida no fim do mês.

Mas, caso o estresse já tenha sido detectado, a orientação da psicóloga é fazer uma autoanálise, pois o problema pode ser gerado por um fator interno, como dificuldade de imposição com o chefe e de relacionamento, ou algum fator externo. “Quando identificado o fator estressor, algumas pessoas conseguem fazer um trabalho sozinho a ponto de repensar seu comportamento e atitudes frente ao trabalho, enquanto que outras pessoas não conseguem identificar fatores internos ou externos, vivenciando o estresse, neste caso, recomenda a ajuda de um profissional da saúde”, abordou Adriana.

O psicólogo poderá auxiliar na identificação da causa do estresse. Se for diagnosticado um estresse crônico, quando o trabalhador já tem um grande sofrimento emocional e perdas sociais, é recomendado um trabalho conjunto da psicoterapia e psiquiatria com medicação.

 

PREJUÍZOS EMOCIONAIS

Um dos maiores prejuízos do estresse não tratado é o desenvolvimento da Síndrome de Burnout, a qual é caracterizada por um estado de exaustão física e emocional devido ao acúmulo de estresse vivenciado no ambiente de trabalho, que se reflete em atitudes negativas, englobando sintomas físicos e emocionais.

A psicóloga Adriana citou ainda que o não tratamento do estresse gera doenças psicossomáticas como enxaqueca, gastrites, ansiedade, pressão alta e pode evoluir para depressão e outras doenças. “O estresse pode ser devastador no sentido que ele não fica apenas no nível do pensamento, mas sim a nível fisiológico”, alertou.

O trabalhador em período de estresse também libera na corrente sanguínea grande dose de adrenalina gerando o hormônio cortisol, que libera açúcar e pode evoluir para diabetes em pessoas predispostas à doença. “O estresse prejudica o sistema imunológico (guardião da saúde) responsável por defender o corpo da proliferação de vírus, bactérias e infecção, deixando o indivíduo propenso a várias doenças autoimunes”, concluiu Adriana.