O taxista Leonardo Mamede do Rosário, de 55 anos, assassinado na madrugada do último sábado em Paranaguá, durante o trabalho no Jardim Esperança, levantou um problema que há anos a categoria enfrenta no município. A falta de segurança assusta os motoristas que estão diariamente nas ruas exercendo seu trabalho e que ficam à mercê de cidadãos mal intencionados.
Os taxistas em Paranaguá realizaram uma manifestação ainda no sábado para mostrar a indignação relacionada à falta de segurança e também para homenagear Mamede, como era conhecido o profissional. A iniciativa contou com o apoio da Guarda Civil Municipal através da Secretaria Municipal de Segurança.
Violência assusta os taxistas que reivindicam por mais policiamento
Para o taxista Edvaldo Filadelfo, que trabalha no ramo há seis anos no ponto de táxi da rodoviária de Paranaguá, o local precisa urgentemente da presença de guardas municipais. “Quem fica durante a noite sabe que não fica um guarda aqui, que é o maior ponto da cidade, ou mesmo a Romu passando nos pontos para dar uma verificada e conversar com os taxistas para ver como está a situação”, analisou o motorista.
A maior dificuldade para o também motorista de táxi, Erasmo Almeida, é identificar um passageiro que possa ser suspeito. “Não temos muitas escolhas, não temos como discriminar passageiro, seja pela maneira que ele está vestido ou da maneira que fala. Nossa profissão é cruel, de muito risco, não está escrito se a pessoa é de bem ou não”, declarou.
Uma possível solução, na opinião do motorista, seria intensificar o policiamento, em especial nos pontos de táxi fixos. “Se houvesse um policiamento fixo, acredito que diminuiria bastante a violência contra os taxistas, já inibiria muitos assaltos”, espera Erasmo.
Parar de trabalhar durante a noite não se torna uma opção para esses motoristas, já que isso impactaria diretamente no orçamento.
“Precisamos trabalhar de madrugada, pois o movimento está muito fraco e quanto menos trabalharmos, menos vamos ganhar”, destacou Erasmo.
Uma das maneiras de tentar minimizar o risco de assalto, segundo Erasmo, é fornecer um cartão com o número de telefone para contato para aquelas pessoas que já são conhecidas e de confiança. “Assim fica mais tranquilo, mas no ponto de táxi não tem como”, observou o taxista.
No sábado, 24, taxistas fizeram uma manifestação no local onde aconteceu o crime, no Jardim Esperança (foto: reprodução whatsapp)
VEÍCULO ROUBADO
Com 20 anos de profissão, o taxista Dorival Pinto já foi assaltado em 2011 e teve o veículo roubado. “Nunca mais recuperei o carro. Peguei três passageiros no Colégio Estadual, um senhor e dois jovens, que pediram uma corrida até o Morro Inglês. Chegando lá, o cara me deu uma gravata por trás e anunciou o assalto, me levou para fora do carro, o outro pegou a direção e foram embora. Fiz boletim de ocorrência e meus documentos foram encontrados em Curitiba”, relatou.
De acordo com Dorival, para melhorar a situação é preciso mais atenção da polícia para a categoria e agilidade na resolução dos casos.
“Na época que roubaram meu carro, fui até a delegacia e até que pegassem todos os dados, os assaltantes já estavam longe com meu carro”, contou.
O prejuízo para Dorival foi de cerca de R$ 30 mil, fazendo com que ele começasse do zero na profissão.