O governador Carlos Massa Ratinho Júnior entregou na segunda-feira, 1.º, medalhas de mérito às equipes do Corpo de Bombeiros, Polícia Militar, Polícia Científica e Defesa Civil que ajudaram nas operações de busca e salvamento em Brumadinho, Minas Gerais. O Paraná foi um dos primeiros Estados do País a enviar especialistas para a cidade atingida pelo rompimento da barragem de Córrego do Feijão. As ações paranaenses duraram 33 dias.
Foram homenageados 28 bombeiros, quatro integrantes do Batalhão de Operações Aéreas da Polícia Militar, uma perita da Polícia Científica, dois capitães da Defesa Civil e dois cães (Thor e Brida). Eles receberam das mãos do governador Ratinho Júnior a honraria destinada a reconhecer civis e militares que tenham se destacado em operações de salvamento de qualquer natureza.
A medalha tem formato de cruz de malta com o brasão do Grupo de Operações de Socorro Tático (Gost) e significa a valorização da vitória, da generosidade e do vencimento sem sangue.
Ratinho Júnior também recebeu uma medalha de mérito das mãos do Comandante do Corpo de Bombeiros, Coronel Samuel Prestes, pela resposta imediata de ajuda ao Estado de Minas Gerais e pelos esforços de manter a corporação estruturada para atender a qualquer demanda regional ou nacional.
“É o mínimo que o Estado pode fazer em reconhecimento ao talento, dedicação e bravura dos bombeiros e das equipes, que diante dessa tragédia lamentável se colocaram à disposição para ajudar. A medalha é um gesto de agradecimento aos anos de treinamento e a esse ato de solidariedade”, afirmou o governador. “Vocês representaram o nosso povo e a nossa esperança para salvar o máximo de vidas possível”, destacou.
SACRIFÍCIO É DEVER
A ação conjunta contou com as participações fundamentais das coordenações da Defesa Civil, da Polícia Militar, do Corpo de Bombeiros e da Secretaria de Segurança Pública. A missão determinada pelo governador teve como mote o lema dos Bombeiros, de que “por uma vida todo sacrifício é dever”.
A violência do vazamento de lama e rejeitos foi comparada por especialistas que acompanharam a tragédia a um atropelamento de um carro a 70 km/h. O balanço mais recente da Defesa Civil de Minas Gerais aponta 217 mortos, 87 desaparecidos e 395 pessoas localizadas pelas forças conjuntas.
INTEGRAÇÃO
Segundo o Coronel Samuel Prestes, do Corpo de Bombeiros, as equipes do Gost e do 2.º Subgrupamento de Bombeiros Independentes, os equipamentos, as aeronaves e os cães do Paraná foram essenciais para a rapidez no resgate às vítimas em Minas Gerais.
“Temos uma tropa treinada de forma a responder quaisquer necessidades. Esse treinamento vem sendo implementado ao longo do tempo, com experiências de magnitude dentro e fora do Estado. E foi consenso entre as equipes que atuaram lá que nossos homens renderam muito por conta dos equipamentos. Agora nossos equipamentos serão a base da formação dos mineiros na equipagem deles”, afirmou.
Prestes também destacou a parceria de longa data com o Batalhão de Operações Aéreas, da Polícia Militar, para buscar vítimas em locais de difícil acesso.
SENSIBILIDADE
Já o coronel Péricles de Matos, comandante-geral da PM, destacou a sensibilidade do governador ao agir rapidamente para enviar equipes para Minas Gerais. “O pronto empenho foi crucial para o sucesso da operação, essa integração foi fundamental. Isso reforça os laços de solidariedade e integração entre equipes dos Estados. Nossa aeronave, por exemplo, foi crucial nas operações aerotáticas”, evidenciou o coronel.
EM CAMPO
As principais ações das tropas paranaenses se concentraram nas buscas ostensivas em campo com as aeronaves e terrestres com os cães, na coleta de dados e integração com as forças locais, e no reconhecimento dos corpos. Foram 17 horas diárias de trabalho.
O capitão Daniel Lorenzetto, comandante do Gost, destacou que se sentiu honrado em representar o Paraná nessa ação, apesar da tragédia. “O que mais marcou, tanto a mim quanto a equipe, foi o espírito de solidariedade, os voluntários, todo o trabalho em conjunto de gestão e de campo. Essa união de esforços foi fundamental”, afirmou.
As equipes do Estado trabalharam em 82 missões de voo e 100 pessoas foram transportadas na aeronave paranaense.
TRANQUILIZAR
Já a perita Patrícia Doubas Cancelier, da Polícia Científica, também homenageada, disse que a agilidade nos laudos de local de crime e identificação das vítimas ajudou a tranquilizar as famílias atingidas. “Nós trabalhamos com protocolos da Interpol no Paraná desde 2013. Tudo o que encontramos não foi surpresa porque sabíamos exatamente o que fazer e como contribuir com as equipes locais. Essa integração foi fundamental”, afirmou.
Patrícia também descreveu o que mais a marcou durante a ação em Minas Gerais. “Na primeira vez que desci na zona quente em meio ao mar de lama, me deparei com um pedaço de papel escrito ‘se preocupar com o meio ambiente’”, lamentou. “Isso chamou muito a atenção”.
Fotos: Arnaldo Alves / ANPR
AEN