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Entrevista

Pré-candidato a governador, Osmar Dias revela prioridades do plano de governo

O ex-senador se posicionou sobre diversos assuntos envolvendo o litoral do Paraná.

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A Folha do Litoral News inicia uma série de entrevistas com os pré-candidatos ao Governo do Paraná nas eleições 2018. Na sexta-feira, 29, o ex-senador e pré-candidato ao Governo do Estado, Osmar Dias, esteve na sede do jornal e participou do Café com Lideranças.

Na ocasião, Osmar concedeu uma entrevista exclusiva para falar sobre seu plano de governo, o potencial do agronegócio para o Paraná, a importância da modernização do Porto de Paranaguá e o potencial turístico dos municípios do litoral. Confira:

 

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Folha do Litoral News: Caso seja eleito, quais as prioridades do seu plano de governo?
Osmar Dias: Temos que pensar primeiro na reconstrução do Estado que no meu entendimento vai chegar no próximo ano com as finanças muito combalidas. Temos problemas muito sérios que indicam a necessidade de enxugamento e na redução de despesas em todas as área se tornar o Estado mais eficiente. Quando falo em redução de despesas, falo em cortar aluguéis de prédios, pois o Estado tem prédios públicos e aluga prédios de terceiros; rever os contratos de aluguel de veículos, por exemplo, que levam uma boa parte dos recursos; rever a questão, principalmente, do tamanho do Estado e não é falar em redução no número de secretarias, é falar em não fazer essa farra de cargos comissionados, o que torna muito caro ao Estado; e fortalecer as empresas públicas como Copel, Sanepar, Celepar, Iapar, empresas essenciais, e também o Porto de Paranaguá, que precisa ser modernizado para atender ao desenvolvimento econômico acelerado do Estado que é outra grande prioridade que nós temos.

 

Folha do Litoral News: O agronegócio é responsável por 30% de toda riqueza gerada no Estado do Paraná. Com sua experiência na área, o que o senhor acredita que é preciso para melhorar ainda mais este índice?
Osmar Dias: Como não preciso de cursinho de seis meses para entender de agronegócio, porque tenho minha vida inteira de aprendizado, eu sei que o agronegócio precisa primeiro de apoio do governo para readequar as estradas rurais. Pelo tempo que fui secretário, fizemos 44 mil km. Hoje, se faz muito pouco e custa muito caro para o governo e nós precisamos rever esses contratos com as empresas. O jabuti não sobe em árvore, se tem jabuti na árvore é porque alguém colocou, nessa história das estradas rurais e nós queremos saber o que é isso. Em segundo, precisamos levar aos produtores à formação profissional, principalmente, os agricultores familiares. Existe um problema de sucessão, uma propriedade de 12 hectares sustenta uma família de até dois ou três filhos. Mas quando esses filhos se casam, viram duas, três ou quatro famílias e os 12 hectares já não são mais suficientes para sustentar a renda dessas pessoas. Nós precisamos, então, partir para um processo acelerado de formação profissional e agroindustrialização. Creio que a organização de produtores em associações, como eu fazia no meu tempo de secretário, pode tornar mais forte a capacidade e potencial de reivindicação no sentido de ter recursos e, sobretudo, tecnologias. Mas nós podemos fazer isso através da Internet com formação de jovens no campo e vamos fazer isso, levar o sinal da Internet para todos os cantos do Paraná. Já ouvi dizer que precisam subir em árvore para o celular pegar e não é árvore que queremos plantar para pegar o celular, é implantar o sinal de Internet por meio de cabos de fibra ótica da Copel Telecom que não será privatizada caso eu seja governador. Tem gente dizendo que vai privatizar, eu quero fortalecer para levar a tecnologia para o campo.

Folha do Litoral News: O Porto de Paranaguá tem batido constantes recordes de movimentação de cargas e se destacado diante dos demais portos do País. Como o senhor analisa a evolução e a capacidade que o Porto de Paranaguá tem hoje?
Osmar Dias: Existe o plano de 20 anos, de médio a longo prazo do porto que tem que ser seguido. Não dá para ficar sem investimento. Os que foram feitos até agora permitiram um avanço no que se refere à capacidade, mas nós temos um problema que é a demora da carga e descarga e isso significa 30 mil reais por dia de prejuízo que vai para a conta de quem comprou o adubo e do consumidor que compra a comida. Nós temos o maior porto graneleiro do Brasil e temos que transformá-lo no mais moderno e esta é a nossa meta, investir em tecnologia e parceria com investidores nacionais e estrangeiros para a gente fazer desse porto um grande porto e investir para construirmos mais um porto na região do Embocuí. A gente pode, ao invés de falar em investimentos em portos fora desse contexto que estamos, fortalecer o porto público, porque ele atende de forma indiscriminada todos os produtores e empresários e é isso que queremos: fortalecer e modernizar.

Folha do Litoral News: Como o senhor analisa o potencial turístico do litoral paranaense? De que forma acredita que pode contribuir para fortalecer e fomentar o turismo na região?
Osmar Dias: O litoral tem um potencial muito grande de turismo, primeiro pelas suas riquezas naturais e se a gente não cuidar disso ele perde a atração turística. Mas as pessoas que vêm ao litoral pensam que precisam pagar um preço para que a região receba turistas somente na temporada. Creio que dá para fazer um projeto para desenvolver o turismo no ano inteiro. Agora mesmo temos algumas atrações como o festival Sabores do Litoral e acho que é muito pouco, precisamos aumentar o número de eventos e de estrutura turística. Quando vamos para Pontal do Paraná, para sair de lá no fim de semana é um sacrifício, então por que não duplicar aquela avenida? Agora licitaram a duplicação de Matinhos para Caiobá, se não sair agora terá que sair no próximo governo e este é um compromisso que eu assumo. Cada final de governo promete a ponte de Guaratuba. Eu já vi uns 15 vídeos e eu não vou fazer nenhum vídeo da ponte de Caiobá-Guaratuba. Porque se tiver parceiros nós vamos procurá-los para que seja feito. Mas tem gente que promete que vai fazer com dinheiro do Estado, que não tem recurso para fazer essa ponte, tem que ser em parceria. Hoje já se paga um pedágio para atravessar o ferry boat, nós podemos com um pedágio a preço baixo, não esse pedágio da serra que é uma exploração, nós podemos fazer a ponte com concessão. Tudo isso se chama infraestrutura para melhorar o turismo e o desenvolvimento econômico do litoral.

Folha do Litoral News: As vias de acesso ao Porto de Paranaguá é um dos principais problemas enfrentados por caminhoneiros e moradores. Caso eleito governador, como pretende intervir nessa questão junto ao Governo Federal?
Osmar Dias: Não existe agricultura no Paraná sem o porto, não existe indústria no Paraná sem o porto de Paranaguá. Então, Paranaguá paga um preço alto por ter o porto, mas não tem os benefícios que poderia gerar para a cidade. Nós podemos fazer essa contrapartida para a cidade, esses acessos precisam ser melhorados, as ruas também, nós precisamos fazer isso não só para devolver a Paranaguá aquilo que o porto dá para o Estado inteiro, mas por uma questão de justiça e também para temos uma cidade mais limpa e bonita. Todo mundo gosta de história e quando a gente vê os prédios em uma situação de depredação não é só pintar, precisa recuperar porque se acabar falta emprego para a população. Nós precisamos de um grande projeto de reconstrução e recuperação porque não é só história da cidade, é o turismo que gera negócio para a cidade.

 

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Folha do Litoral News: Sobre a redução da desigualdade social, essa é uma bandeira do seu partido?
Osmar Dias: Sempre foi do PDT, do Brizola, o PDT sempre teve como bandeira principal a educação em tempo integral. Temos um drama hoje no Estado do Paraná e do Brasil que é o desemprego na faixa de 16 a 24 anos. Se o desemprego no Paraná de 8,5% temos um risco social que é a entrada de drogas pela fronteira que podia ser contida pela Polícia Federal e a gente precisa de um governador com autoridade para chegar no Governo Federal e cobrar que ele faça a parte dele e aqui no Estado promover o combate às drogas e à violência e a recuperação desses jovens porque não podemos aceitar a frase de que quando o jovem entra nisso não sai mais, sai sim, se tiver oportunidade, renda, estudo, emprego e nós queremos tratar desse assunto não como se fosse um crime. Criminosos são os traficantes que trazem a droga e ficam ricos com a desgraça de milhares de famílias. Os problemas precisam ser tratados de forma social, vamos tratar com casas de recuperação, ensino profissionalizante, onde os jovens estiverem nós queremos alcançá-los; e o Ensino Médio nas escolas tem que dar a oportunidade de escolher um curso profissionalizante para fazer ao mesmo tempo. Dá para fazer e nós vamos fazer. A distância, esse vácuo entre os mais pobres e os mais ricos, é que cria toda essa mistura de problemas sociais que nós temos. Quanto maior essa distância, maior serão os problemas e nós temos que encurtar isso e não é deixando os mais ricos mais pobres, nós queremos que os que são mais pobres, cresçam, tenham renda, emprego e oportunidades o que significa uma boa escola para estudar. E não é o que tenho visto, quando o professor de educação física tem só uma bola de futebol para três professores, será que o Estado não tem dinheiro para comprar bolas? O que será que o Estado fez com esse dinheiro? Eu não acredito que estejamos em uma situação tão ruim assim, falta uma gestão de realidade. Se faltam recursos, temos que dar prioridade e será, sem sombra de dúvidas, para os problemas sociais. Um exemplo é o programa do leite para as crianças, que praticamente deixou de existir. Ele tem dois componentes positivos: a alimentação das famílias mais carentes e o agricultor familiar que terá exclusividade pelo Estado para distribuição desse leite para as famílias. Empresa pública não tem que dar lucro às empresas, tem que fazer politica pública. Tem que colocar água mais barata e nós vamos fazer isso. Como o Estado pode ou não dar aumento aos servidores, pode também não dar aumento na energia. Só pode o que quer? Não é assim. Temos que fazer uma política social ampla, aquilo que as famílias carentes pagam que é a água, a luz, temos que colocar uma lupa nisso e verificar que dá para fazer mais barato alcançando mais gente.

Folha do Litoral News: Deixe sua mensagem à população do litoral.
Osmar Dias: Eu tenho minha casa no litoral no Paraná, não tenho casa em outro Estado porque eu gosto do litoral do meu Estado. Isso não é demagogia porque faz mais de 30 anos que tenho casa aqui. O litoral precisa de investimentos e não é porque eu tenho casa aqui é porque precisa. Quero dizer para todos que o governo que eu quero fazer é diferente do que vem sendo feito. Não quero lotear o Estado em cargos divididos entre deputados que vão indicar para depois ficarem donos de uma empresa ou de pedaço do governo. Essa farra acabou. Se eu for eleito governador, vou colocar pessoas qualificadas, essa farra de indicações políticas é que tem levado o Estado a ser ineficiente e custando muito a empresários e trabalhadores. A carga tributária que nós pagamos tem relação com a ineficiência e a corrupção. Queremos acabar com esses dois parceiros. O que estou me propondo é fazer uma pré-campanha andando de carro econômico porque quem gasta muito durante a campanha não vai economizar durante o governo.

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