Órgãos da youtuber Isabelly serão encaminhados para três Estados

A morte cerebral da youtuber parnanguara Isabelly Cristine Santos, de 14 anos, foi confirmada na noite da última quarta-feira, 14, às 22h15. A adolescente foi atingida por um disparo de arma de fogo em Pontal do Paraná. Logo em seguida ao comunicado oficial, a Central Estadual de Transplantes (CET/PR) iniciou a retirada dos órgãos com a autorização da família. O rim, o fígado e o pâncreas de Isabelly seguiram para doação e serão destinados a pessoas que aguardam na fila de espera de transplantes.

A confirmação veio após o protocolo do hospital, que exige três exames realizados por médicos diferentes para atestar em definitivo a morte cerebral. Um deles é chamado de “doppler transcraniano”, que tem como objetivo avaliar a circulação sanguínea do cérebro.

DOAÇÃO DOS ÓRGÃOS

De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde (Sesa), a família permite ou não a doação de órgãos em casos como este e, posteriormente, a Central de Transplantes averigua quais deles estão aptos para doação e inicia o processo. A mãe da jovem, Rosania Domingos Santos, relatou nas redes sociais que os cabelos da filha também serão doados.

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O fígado de Isabelly foi encaminhado para o Hospital Nossa Senhora das Graças, já um dos rins e o pâncreas ficaram em processo de análise na tarde de ontem, 15, de compatibilidade para saber a destinação. Todas as doações estão no tempo estipulado para o transplante. Segundo a Sesa, o pâncreas será encaminhado ao Estado de São Paulo, um dos rins será para um paciente no Estado do Ceará, o fígado fica em Curitiba para transplante no Hospital Nossa Senhora das Graças e com relação ao outro rim, a informação será divulgada hoje, 16.

A Sesa explicou que no caso de fígado e coração, por exemplo, o transplante precisa de mais urgência, ao contrário dos rins e pâncreas. Os demais órgãos não puderam ser doados por incompatibilidade.

 

O fígado ficará em Curitiba para transplante no Hospital Nossa Senhora das Graças

 

PARANÁ TEM RECORDES EM DOAÇÃO DE ÓRGÃOS

Segundo informações divulgadas pela Agência Estadual de Notícias neste mês, o Paraná em 2017 bateu recordes com relação a transplantes de rins, 482 no total, fígado, 265 doações e coração, 39 doações. Além disso, o Paraná se mantém como segundo Estado com melhor desempenho do País na área de doação de órgãos, de acordo com a Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos.

De acordo com a coordenadora do Sistema Estadual de Transplantes (SET), Dra. Arlene Badoch, esses aumentos só foram possíveis graças a um conjunto de diversos fatores. “Desde o início da gestão, trabalhamos diferentes pilares. Investimos muito na educação permanente das equipes que atuam nos hospitais e também realizamos um trabalho efetivo com o transporte dos órgãos, tanto terrestres quanto aéreos. E, com isso esses resultados foram alcançados”, destaca Badoch.

Apesar de alguns órgãos serem mais comum de serem doados, outros também podem estar aptos em casos de morte encefálica como a córnea, pele, ossos, valvas cardíacas e tendões. Todas as doações são feitas por meio do Sistema Estadual de Transplantes, que é encarregada pela coordenação e gerenciamento da fila de quem espera por um órgão no Paraná.

Como a doação depende do consentimento da família, as Comissões Intra-Hospitalares de Doação de Órgãos e Tecidos (CIHDOTT) e a Organização de Procura de Órgãos (OPO) trabalham dentro dos hospitais. Após a detecção da morte encefálica no paciente, essas equipes são responsáveis pelo processo de acolhimento da família e também da oferta para a doação de órgãos do paciente.

Segundo a enfermeira do SET, Luana Cristina Heberle, as equipes acolhem as famílias desde o momento da morte, ajudam no processo de luto e reforçam a importância da doação de órgãos. “Apesar de ser um momento difícil para a família, a conscientização deve ser feita, pois existem vidas que serão salvas com a doação dos órgãos”, salienta.