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Entrevista

Paranaguá tem novo delegado na 1.ª Subdivisão Policial

Rogério Martin de Castro tem como objetivo criar mais proximidade com a população

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Natural de Curitiba e graduado em Direito pela Universidade Federal do Paraná, Rogério Martin de Castro assumiu a função de delegado da 1.ª Subdivisão Policial de Paranaguá há quase um mês. O profissional já passou pelos municípios de Rio Negro, Rio Branco do Sul, Prudentópolis e por várias delegacias em Curitiba, cidade na qual permaneceu por 12 anos. Nesta entrevista, Castro relata um pouco sobre o dia a dia da profissão, os crimes mais corriqueiros na cidade, mostra a importância da participação da população no trabalho da polícia e como recebeu o convite de estar à frente da 1.ª Subdivisão de Paranaguá.

 

Folha do Litoral News: O que chama mais a sua atenção na profissão?

Castro: Várias coisas me atraíram, mas a mais importante é a oportunidade que temos de fazer o bem. Por mais complicado ou mais simples que tenha sido o crime. Um caso simples que ficou emblemático para mim no começo da profissão foi o de uma senhora que esteve na delegacia e estava desesperada porque haviam furtado uma televisão de 14 polegadas que ainda possuía muitas prestações para pagar e não sabia o que fazer. Demos o atendimento e nos sensibilizou, pelo seu desespero. Nos empenhamos e, na mesma tarde, recuperamos a televisão, prendemos o responsável pelo furto e a alegria dela quando entregamos a televisão foi uma coisa que eu não esqueço. Quando se tem essa oportunidade e consegue fazer, e é possível com uma boa equipe, me realiza profissionalmente.

 

Folha do Litoral News: Há quase um mês no cargo, como analisa o perfil da cidade de Paranaguá no que diz respeito aos crimes mais corriqueiros?

Castro: Dois crimes me chamaram a atenção. Os furtos, que são elevados, por isso estamos direcionando os nossos esforços para operações policiais para coibi-los. São crimes cometidos sem violência, mas como disse no começo, por mais singelo que seja aquilo que foi subtraído, existe um valor muito grande. Nunca me descuido desse tipo de crime devido à importância que tem para as vítimas. Recentemente, fizemos uma apreensão muito grande de telefones celulares. Foi bacana pela reação das pessoas, que não imaginam que a gente vá ligar. As coisas estão em um ponto em que as pessoas procuram pela Polícia Civil para fazer o Boletim de Ocorrência por formalidade, mas não esperam que aquilo seja recuperado, porque é difícil. Por isso, quando conseguimos fazer, faz toda a diferença, o resultado vai além daquilo que a pessoa esperava. O segundo crime são os homicídios, que não só aqui em Paranaguá, mas também em outras cidades como Guaratuba, que neste mês teve um número bastante elevado. Isso é o que mexe com o nosso bem maior, que é a vida.

 

Folha do Litoral News: Como a população pode ajudar no trabalho da Polícia?

Castro: Sempre nos repassando as informações que tem. A pessoa não precisa se identificar, pode ligar para nós, dizer que quer fazer uma denúncia, o plantão recebe, transcreve e no dia seguinte chega até mim e a gente vai apurar para ver o que aconteceu. A outra forma é procurar qualquer funcionário ou delegado de polícia para dizer que tem uma denúncia. Essa é a forma mais eficiente, porque de forma anônima, precisamos buscar subsídios para que aquela informação se fortaleça. É diferente da pessoa que presta um depoimento formal dizendo o que sabe. Mas entendemos que, muitas vezes, se sentem receosas, com medo, então todo tipo de denúncia é válida e é apurada. A nossa finalidade é exatamente essa, não é só apurar o crime, mas fazer com que cresça na população o sentimento de que ela pode contar com a Polícia Civil.

 

Folha do Litoral News: No caso dos Boletins Eletrônicos, como as informações são apuradas?

Castro: Eles são encaminhados posteriormente pela delegacia eletrônica para o e-mail da subdivisão. Toda manhã eu tenho que verificar todas essa denúncias e dar a elas o segmento que precisa ser dado.

 

Folha do Litoral News: As pessoas têm procurado por essa ferramenta?

Castro: Não. Tanto as denúncias anônimas quanto essas eletrônicas eu ainda não recebi neste tempo que estou aqui em Paranaguá. Mas, é um canal importante, que as pessoas podem usá-lo e as informações chegam efetivamente até nós.

 

Folha do Litoral News: Quais são seus principais objetivos frente à 1.ª Subdivisão de Paranaguá?

Castro: Eu tenho como meta dois principais objetivos. O primeiro é ter uma excelência no atendimento à população. Não só na Polícia Civil, mas quando alguém procura por um serviço público ele não espera realmente ser bem atendido. Na delegacia é ainda pior, pois a pessoa foi vítima de um crime, está muito ou pouco traumatizada, e ainda tem que vir a um órgão público relatar o que aconteceu. Essa experiência nos diz, e nos prova, que se o atendimento for bom, a pessoa já sai satisfeita, pois sente confiança. Por melhor que seja o atendimento, sempre dá para melhorar. A segunda meta é dar uma resposta efetiva, seja ela qual for. Se alguém tem um problema na delegacia e nos é relatado, depois de um tempo de investigação, tenha ou não resultado, a pessoa precisa ter um feedback daquele boletim de ocorrência. Quero que as pessoas se sintam à vontade dentro da delegacia e, conhecendo melhor o trabalho da Polícia Civil, possam confiar, porque quando se confia, se ajuda. Ninguém quer dar uma informação para alguém que não conhece.

 

Folha do Litoral News: Deixe suas considerações finais.

Castro: Assim que recebi este convite e que eu vim até aqui em Paranaguá, gostei muito do que vi. Gostei dessa coisa do interior, que há 12 anos em Curitiba eu não sentia. Dentro desse bom clima de acolhimento, desse charme que existe no interior, e senti mais entusiasmado e mais fortalecido para que efetivamente eu possa colocar em prática aquilo que me propus a fazer quando aceitei o convite.

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