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Polícia

Mãe quer justiça e esclarece crime de estupro de menina de 12 anos no Santos Dumont

Casa em área movimentada e com muitos vizinhos, na Rua Xingu, no Santos Dumont, foi cenário de crime sexual contra menina de 12 anos

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Na terça-feira, 24, por volta das 21h50, dois indivíduos cometeram crime de estupro de vulnerável na Rua Xingu, no Santos Dumont, ao abordarem com uma faca uma menina de 12 anos, levando-a para uma casa abandonada na região, onde a amordaçaram e amarraram as suas mãos, abusando da adolescente sexualmente, apalpando seu corpo e configurando estupro de vulnerável, de acordo com o Código Penal e entendimento jurisprudencial. Os criminosos só não conseguiram consumar a conjunção carnal, pelo fato de dois homens estarem passando em um veículo e terem percebido a ocorrência do estupro, passando devagar pelo local, buzinando e afugentando os suspeitos. Um deles foi preso pelos próprios moradores, de nome Rodrigo de Freitas, enquanto o outro continua foragido.

VERSÃO DA FAMÍLIA

A mãe da vítima esclareceu alguns fatos sobre a ocorrência, principalmente em torno de críticas errôneas, culpando, em certos casos, a vítima ou os pais pelo crime ocorrido, algo “inaceitável”, segundo ela. “Não gostei que as pessoas começaram a me julgar. Quiseram tirar foco do abuso e colocar a culpa em mim, como se eu tivesse colocado minha filha na rua à meia-noite, o que não é verdade. Ela não sai para a rua neste horário nem para ver a amiga que mora do lado de casa”, explica.
Segundo ela, ao contrário do que foi noticiado na última semana, o crime não teria sido concretizado às 0h da quarta-feira, 25, mas sim por volta das 20h50, no bairro Santos Dumont, na Rua Xingu, e não no Jardim Guaraituba como foi divulgado em um primeiro momento. A menina de 12 anos teria saído de casa às 20h40 para ir no mercado, porém, pouco tempo depois, chegou em casa desesperada, pois tinha sido vítima do abuso sexual, frustrado pela buzina de um veículo da região. 

“Ela chegou em casa chorando e gritando, em desespero, e disse para mim que um homem havia ‘mexido’ nela. Na mesma hora de chinelo e pijama fui para dentro do carro, coloquei minha filha no banco de trás, e me mandei para procurar esses desgraçados. Eu percebi que estava nítido na cabeça da minha filha quem eles eram e que seria mais fácil achar os criminosos”, disse, destacando que enquanto ela fazia a busca o seu marido ligava para as autoridades policiais. 
“Na busca, encontrei alguns meninos que eram amigos dos meus filhos e repassei para eles as características físicas e de roupa que minha filha lembrava do criminoso. Eles repassaram que havia alguém parecido em uma rua e falaram para eu passar lá para ver se ela reconhecia alguém”, explica. Segundo ela, ao chegar na rua, nas proximidades do Jardim Guaraituba, um dos criminosos foi reconhecido pela vítima. 

“Ele tentou fugir, pulando uns três muros, mas daí mais de 20 meninos conhecidos, amigos do meu filho e moradores locais, foram atrás dele e conseguiram prendê-lo até a chegada da Polícia”, comenta. Segundo a mãe houve muitos moradores indignados, queriam linchar o criminoso, porém foram impedidos por ela, para que não houvesse implicações legais para ninguém no local. Ela relata que aguardou as autoridades por cerca de três horas com o suspeito imobilizado. 

“Como divulgado anteriormente, o caso não ocorreu no Jardim Guaraituba, mas sim no bairro Santos Dumont. Eu encontrei o ‘vagabundo’ no Jardim Guaraituba. A casa divulgada como local da tentativa de estupro não procede. Tentaram estuprá-la próximo ao mercado São João Batista, na Rua Xingu, e não em uma casa longe de tudo, foi em uma área bem movimentada, com vizinho para tudo quanto é lado”, comenta sobre o caso a mãe. “Graças a Deus passou um anjo e buzinou na hora, afastando os criminosos. Um deles estava com a minha filha para dentro da casa e outro na frente, que estava vendo a situação lá fora”, explica.

CRIMINOSO CONTINUA FORAGIDO

Segundo a mãe, a vítima relatou que dois autores foram responsáveis pelo crime na noite da terça-feira, 24. “Um que estava com a minha filha dentro da casa foi preso, porém o que estava “de guarda” para o cometimento do estupro na parte externa da residência ainda está foragido”, explica. Na investigação conduzida pela Polícia Civil, estão sendo analisadas imagens de seis câmeras de segurança de uma casa na região, para ver se é realizada a identificação do foragido. 
Assim que um dos suspeitos foi preso pela própria população na mesma noite, a Polícia Militar do Paraná (PMPR) foi acionada para efetivar a prisão. O homem está preso na 1.ª Subdivisão Policial de Paranaguá (SDP), que irá prosseguir com as providências cabíveis ao caso, bem como com trabalho de investigação para prender o outro envolvido no crime.

APALPAR É ESTUPRO

De acordo com entendimento do Superior Tribunal de Justiça (STJ), recentes julgados da Corte caracterizam a consumação de estupro de vulnerável em qualquer prática de ato libidinoso contra menor de 14 anos, como é o caso que ocorreu no Jardim Guaraituba e que está previsto no artigo 217-A, caput, do Código Penal. “Basta que a intenção do agente seja a satisfação sexual e que estejam presentes os elementos previstos no dispositivo”, explica o STJ. Ainda de acordo com o ministro Gurgel de Faria, o estupro de vulnerável se consuma “com a prática de qualquer ato de libidinagem ofensivo à dignidade sexual da vítima, incluindo toda ação atentatória contra o pudor praticada com o propósito lascivo, seja sucedâneo da conjunção carnal ou não”, finaliza.
 

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