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Polícia

Familiares querem justiça por ‘Nenê’, assassinado no Centro de Paranaguá

Ataíde pede que sejam utilizadas pelas autoridades possíveis imagens de câmeras de monitoramento do local para solucionar caso

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Na tarde de sexta-feira, 19, Ataíde Miguel da Silva Filho, irmão de Edmilton Miguel da Silva, de 28 anos, conhecido como “Nenê”, o qual foi assassinado em seu carro Peugeot 408 com quatro disparos ao lado da Prefeitura de Paranaguá na quinta-feira, 18, procurou a equipe de jornalismo da Folha do Litoral News. Ele pede justiça pelo homicídio do irmão e relata sofrimento de familiares com comentários ofensivos nas redes sociais e compartilhamento de imagens de seu irmão morto ou agonizando antes do óbito. Residente em Santa Catarina, Ataíde lamenta o óbito do irmão e, segundo ele, o caso mostra a criminalidade em Paranaguá, algo que coloca em risco toda a sociedade local.

Segundo informações da Polícia Militar, o homicídio se deu por volta das 5h30 de quinta-feira, 18, entre as ruas Desembargador Hugo Simas e Júlia da Costa, em pleno Centro Histórico. As autoridades afirmam que uma moto e um veículo perseguiram Edmilton, efetuando uma série de disparos contra ele, que foi atingido e acabou estacionando na calçada ao lado da prefeitura, onde veio a óbito, mesmo após atendimento do SAMU e da PM que se deslocaram até o local. 

IRMÃO QUER JUSTIÇA

“A questão do meu irmão ser réu, realmente ele tinha atividades que não eram de forma lícita, teve problemas com a Justiça, um deles por tráfico, que ele foi liberto após cumprir pena. Se existe qualquer outra ilicitude era de competência das autoridades terem investigado e cumprido com a lei. Hoje meu irmão está morto, ele foi assassinado no dia do seu aniversário, foi enterrado pela manhã”, lamenta Ataíde. Segundo ele, o fardo de cerveja que foi encontrado no carro de Edmilton não tinha sido consumido e seria levado para a casa de Nenê para que ele comemorasse durante o dia a data festiva com sua esposa e filha de nove anos.

COMENTÁRIOS DE ÓDIO 

Ataíde lamentou comentários de inúmeras pessoas de Paranaguá, entre eles alguns conhecidos no município, alegando nas redes sociais que seu irmão teria merecido morrer, colocando em discurso inverídico de ódio que toda a sua família era criminosa, algo que não procede e é totalmente ilegal judicialmente. “Nunca tive passagem pela Polícia, eu tenho respeito com o ser humano. Irei cobrar na Justiça e irei até o fim. Eu conheço a lei e cumpro. As pessoas precisam respeitar a lei. Eu vivo desta forma”, explica.

“Se existe uma afirmação em torno de facções de tráfico de Paranaguá a polícia precisa investigar mais ainda, coibir, tomar uma atitude”, afirma, declarando que “a questão de drogas em Paranaguá não é de hoje”, destaca, lamentando o fato de inúmeros jovens perderem a vida, entre eles seus amigos, com a questão da criminalidade. “Se existem facções de tráfico isto é muito grave. Queremos uma investigação imparcial do assassinato do meu irmão”, defende. 

IMAGENS NA INTERNET 

“Não quero colocar meu irmão como não-réu. Existem vídeos na Internet sendo divulgados e compartilhados, os quais possuem imagens de meu irmão agonizando no carro, além de imagens dele morto. Isto é degradante. É uma falta de respeito com ele como ser humano e para toda a família. Isso gera mais chateação em um momento de luto que precisa ser respeitado. Acabou o respeito com o ser humano”, desabafa, afirmando que esteve na redação do Jornal Folha do Litoral News após ter enterrado seu irmão Nenê, na manhã de sexta-feira, 19, em Paranaguá. “Se alguém está compartilhando estas imagens, pense e repense, sendo que, inclusive, pode ser processado judicialmente”, complementa, destacando que investigará todas as pessoas que também comentaram inverdades sobre Nenê e sua família. 

CÂMERAS DE MONITORAMENTO

“O que eu peço é justiça. Existiam câmeras de filmagem no local, não sei se filmaram, mas eu quero uma investigação imparcial. Quero que não haja dois pesos e duas medidas. Tem gente que fala que ainda bem que ele partiu. Não é assim. E a família dele? A mãe dele que perdeu o filho caçula? Toda a minha família é daqui. Só eu moro em Santa Catarina”, explica. Segundo ele, sua família é trabalhadora e possui raiz em Paranaguá. “Não tem como uma pessoa julgar toda a minha família, sendo que tenho irmã que trabalha no Centro, irmãos trabalhadores e aposentados. Somos pessoas decentes”, comenta.

“Há afirmação de que ele (Edmilton) foi perseguido por motocicletas. Há informações, há fontes possíveis para a investigação. Pedimos respeito e que a justiça seja feita, até mesmo em prol de toda a cidade que sofre com a criminalidade”, comenta. “O que eu quero é justiça. Não ofendi ninguém. Jamais questionei a qualificação de qualquer policial ou da Polícia de Paranaguá, só queremos justiça e que se investigue esta tragédia de forma imparcial”, finaliza Ataíde.
 

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