A costureira Célia Regina de Freitas Veiga faz parte da história do Instituto Peito Aberto, que há cinco anos auxilia mulheres a passarem pelo tratamento do câncer de mama, em Paranaguá. Além de também receber apoio das voluntárias, Célia se tornou uma delas e hoje aconselha mulheres neste momento difícil, mas que oferece uma chance de encarar a vida de uma maneira diferente.
“O grupo me ajudou muito em um momento de depressão, tristeza e solidão. Passei por uma fase assim, logo depois que tive câncer de mama, tive glaucoma, precisei fazer outras cirurgias, tive câncer de pele e vesícula, todos em sequência. Só na mama, passei por cinco cirurgias e tive rejeição da prótese mamária”, relatou Célia.
Hoje, ela é um espelho para as mulheres que chegam até o Instituto com o diagnóstico da doença.
“O câncer é mais vida do que morte, muitas vezes. Elas enxergam esperança quando eu conto a minha história. Estou me doando ao Instituto porque para a gente é uma festa, ele tem luz, não é um lugar triste, todas estão sempre alegres porque estão se ajudando e se doando. Fiz amizades lindas aqui e isso enche meu coração de felicidade”, disse Célia.
Nos momentos de fragilidade das pacientes, Célia procura ouvi-las com atenção e mostrar que é possível se tornar um ser humano melhor após o câncer. “Umas chegam assustadas, outras estão tristes pela perda do cabelo, outras têm medo da morte, de deixar os filhos pequenos, e para cada uma tem uma maneira da gente falar e é ouvindo cada uma que descobrimos o que falar. Me sinto muito feliz porque, no final, quase todas saem melhor do que chegaram. Quem chega chorando sai rindo”, ressaltou. “Cada vez que venho ao Instituto, faço uma oração especial para que o Espírito Santo coloque as palavras certas na minha boca, me ilumine para entregar o que elas precisam e em todas as vezes chego ao meu objetivo”, completou.
MENSAGEM ÀS MULHERES
Levantar as pacientes, lhes dando força e as ajudando a recuperar a autoestima é um processo, que fica mais fácil com a ajuda das voluntárias. “Existem várias palavras mágicas que podem ajudar nesse processo de superação. A primeira é fé, pois temos uma caminhada árdua e, às vezes, pegamos uma pedra pequena, outras vezes uma gigante, e temos que carregá-la. A mulher tem essa força inigualável. Acreditem que vocês vão chegar aonde nós chegamos”, afirmou. “Somos muito melhores depois do câncer, mais sábias, corajosas, mais resilientes, mais tranquilas, sou mais leve hoje”, finalizou Célia.
“Seja a mulher da sua própria vida”