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Meio Ambiente

Prefeitura constata danos ambientais pela Paranaguá Saneamento

“Estamos pagando pela água mais cara do País”, contestou o prefeito Marcelo Roque

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Após decretar uma intervenção na Paranaguá Saneamento, empresa responsável pelo tratamento de água e esgoto no município, a Prefeitura de Paranaguá reuniu novamente a imprensa, na segunda-feira, 8, para informar sobre a gravidade dos problemas encontrados na prestação do serviço. Um deles é com relação ao lançamento de esgoto no Rio Itiberê, o que pode se tornar um problema, inclusive, de saúde pública. A intervenção foi decretada na empresa na sexta-feira, 5.

Segundo o prefeito de Paranaguá, Marcelo Roque, a intervenção ocorreu devido à dificuldade na disponibilização de documentos pela empresa à Cagepar, agência reguladora responsável pela política municipal de saneamento. “Nesse primeiro dia, o interventor já sentiu dificuldades de conseguir dentro da empresa os documentos. O principal de todos é quanto à conta de energia, já que a empresa informa um consumo muito baixo. O estudo que temos mostra que não tem equipamentos funcionando, fazendo o tratamento de esgoto”, disse o prefeito.

O primeiro levantamento constatou que vêm ocorrendo danos ambientais com o lançamento de esgoto no Rio Itiberê. O engenheiro ambiental e diretor de fiscalização da Cagepar, Guilherme Samways, afirmou que há vários extravasamentos de esgoto. “De maneira contínua, o esgoto sanitário está sendo lançado no Rio Itiberê”, declarou Samways.

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“As pessoas que estão em contato com esgoto sem tratamento estão passíveis a se contaminar com doenças. Já tivemos cólera em Paranaguá, uma doença de rápida transmissão e, se acontecesse um momento como aquele na situação atual, estaria bastante temerário quanto à saúde da população”, concluiu o diretor de fiscalização da Cagepar.

 

INTERVENÇÃO

O interventor elencado para realizar o trabalho dentro da Paranaguá Saneamento, Odair José Pereira, explicou como ocorreram os primeiros dias de intervenção. “Assumimos a empresa na sexta-feira, 5, e já sentimos resistência por parte dos funcionários. Retornamos hoje, chamamos as pessoas dos setores chave como contabilidade, RH, TI, para conversar e pegar informações. Nossa surpresa foi que as pessoas não vieram e sumiram do escritório. Chamamos um cartorário, fizemos uma ata notarial com todos esses problemas encontrados”, relatou Pereira.

O diretor geral da Cagepar, Paulo Sergio Guedes, esclareceu que foi dada a oportunidade para que todos os funcionários pudessem se posicionar sobre a intervenção. “Sempre encontramos muitas dificuldades para obter as informações para realizar o trabalho de regular, de fiscalizar. Não tivemos acesso, por exemplo, a balancetes, que devem ser públicos”, evidenciou Guedes.

 

COBRANÇA INDEVIDA

O ouvidor da Cagepar, Gabriel Antunes, contou que, diariamente, a agência reguladora atende cerca de 40 pessoas e que são abertos processos que questionam a forma de atendimento e os serviços cobrados pela Paranaguá Saneamento. “Passamos e-mails, cobramos a empresa, mas temos dificuldade de receber as respostas. Às vezes, as pessoas pagam um valor absurdo, que não é devido, e eles demoram para responder. Não fazem leitura, jogam pela média e acaba vindo um valor exacerbado e isso é recorrente, em especial na Ilha dos Valadares e bairros mais afastados”, disse Antunes.

De acordo com a Cagepar, com a intervenção será muito mais fácil conseguir todos os dados e informações para recalcular a tarifa daqueles usuários que se sentem prejudicados com a cobrança. A Cagepar esclarece que a partir do momento que o usuário abre o processo sobre cobrança indevida, não pode haver corte no serviço até que a situação seja resolvida.
 

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