Grande quantidade de pneus é depositada em área de manguezal na Vila Guarani

Uma grande quantidade de pneus foi encontrada na Vila Guarani em área de manguezal. A prática de depositar o objeto em área de proteção ambiental pode gerar multas para quem faz o descarte incorreto. A fiscalização é realizada pelo Instituto Ambiental do Paraná (IAP), que averiguará o caso e investigará os responsáveis.

Recentemente, em janeiro deste ano, o IAP, em parceria com a Prefeitura de Paranaguá, fez a retirada de 1.500 pneus de mangues localizados nos bairros Porto dos Padres e Jardim Figueira. Esses objetos prejudicam o manguezal e trazem à tona riscos de contaminação, devido aos produtos químicos como carbono e zinco. Com isso, há a possibilidade de contaminação futura de peixes.

O morador na Vila Guarani, Oziel Pires de Barros, que reside próximo à área de mangue, relatou que são borracheiros que depositam os pneus na área de proteção permanente. “Como o pneu não afunda, ficam perambulando pelo mangue e poluem tudo. Não tem fiscalização. Acontece direto isso em vários barrancos e leva tudo para o mar. Alguns moradores acabam utilizando para alguma coisa, outros são deixados no mangue mesmo”, disse.

O chefe regional do IAP no litoral, Jamil Santos da Costa, disse que a denúncia será averiguada. “Primeiro vamos até o local, a grande dificuldade é chegar à pessoa que está fazendo isso. Muitas vezes, a população não quer dizer quem são os responsáveis. Uma vez identificado, ele é autuado, quando é solicitada a retirada do material do local”, disse, destacando a importância do envolvimento da comunidade nessas questões. A multa pode ser aplicada mesmo se não houver um flagrante do IAP.

Esta fiscalização tem condições de ser intensificada por meio da denúncia de moradores. O telefone para efetuar denúncias ao IAP de Paranaguá é o (41) 3422-8233. “Não tem como a gente saber se não houver pessoas para nos trazer essas notícias”, afirmou.

 

RISCO À SAUDE

Mesmo em áreas de manguezal, os pneus podem oferecer riscos à saúde pública devido à problemática da dengue. “Há um potencial altíssimo de criadouros nesses objetos, até porque a área de mangue tem uma parte salobra e o mosquito está muito resistente. É sim uma ameaça”, ressaltou a chefe da 1.ª Regional de Saúde, Ilda Nagafuti.

 

“A área de mangue tem uma parte salobra e o mosquito está muito resistente. É sim uma ameaça”, ressaltou a chefe da 1.ª Regional de Saúde, Ilda Nagafuti

 

Além disso, a região tem apresentado focos positivos para o Aedes Aegypti. “Temos observado focos na Vila Guarani, que está com uma incidência muito alta. A população tem que ficar alerta e fazer a remoção dos criadouros, que é o nosso principal instrumento de combate à doença. A dengue obriga a realização de uma ação conjunta entre os órgãos de saúde, meio ambiente, obras, urbanismo. É um dever de todo mundo”, alertou Ilda.