Por Antonio Fernando Pinheiro Pedro
No dia 24 de junho de 2017, a Maçonaria Organizada completará três séculos de existência. Os números impressionam: a Maçonaria chega a 300 anos em 2017.
O tricentenário maçônico poderá representar sem dúvida, uma renovação.
Em 24 de junho de 1717, fundou-se a Grande Loja de Londres e Westminster, na Inglaterra. Teve início, assim, o que hoje chamamos de Sistema Organizado, ou Obediencial da Franco-Maçonaria tal qual hoje é conhecida.
Membros de quatro Lojas encontraram-se informalmente na taverna Crown, em Counvert Garden, naquela data. Acharam por bem "unirem-se sob um Grão-Mestre, "como Centro de União e Harmonia”.
As quatro Lojas envolvidas nesta decisão não tinham nomes – eram identificadas pelos nomes das tavernas ou cervejarias em que se reuniam. Eram elas:
I – Goose & Gridon (Ganso e Grelha), perto da Catedral São Paulo;
II – Crown (Coroa), em Perkers Lane;
III – Apple Tree (Macieira), da Charles Street;
IV – Rummer & Grapes (Copázio e Uvas), em Cannel Row, Westminster.
As quatro lojas formaram, então, um movimento de articulação em rede que se espalhou pela Inglaterra, Escócia, França, Holanda e Alemanha, consolidada por regras e constituições compiladas em atas, entre 1720 e 1723.
Com a fundação da Maçonaria organizada, estabeleceu-se um novo tipo de relação piramidal, através da qual as Lojas existentes aderiram a um novo órgão, chamado Grande Loja, formando uma potência atratora, transcendendo o caráter operativo das organizações então existentes para constituir-se em uma organização simbólica, política e filosófica. Os resultados dessa organização fazem-se sentir na história do ocidente até os dias de hoje.
As ordens maçônicas têm origem na antiguidade – no costume dos mestres de obras dos grandes templos e fortificações, de manter em segredo as plantas, fórmulas de cálculos e segredos das construções, compartilhando-os apenas entre seus iguais. A introdução dos novos mestres, escolhidos dentre os oficiais auxiliares das obras, nessas sociedades, se fazia por adoção. Era a forma de manter em segredo a engenharia dos templos e fortificações, garantir a segurança das obras e manter a qualidade e valorização da própria atividade – a engenharia da antiguidade. Muitos pagavam com a vida a manutenção do juramento secreto.
A data, 24 de junho, é um marco da chamada Maçonaria simbólica.