Elemento fundamental para o desenvolvimento econômico do Paraná, o Porto de Paranaguá evidenciou sua capacidade de movimentação no último ano com o recorde de mais de 65 milhões de toneladas. Além disso, mostrou uma nova vocação, a de receber navios de passageiros. A temporada com embarques e desembarques no município, entre dezembro de 2023 e março de 2024, demandou uma integração entre a Portos do Paraná, o Governo do Estado e a Prefeitura de Paranaguá.
O esforço conjunto para receber os turistas de cruzeiro refletiu na economia da cidade. O que também colaborou com a relação porto-cidade, como afirmou o diretor empresarial da Portos do Paraná, André Pioli. “A operação de navios de passageiros não dá R$1 real de retorno para os Portos do Paraná, pelo contrário, deixamos de ganhar com navio de carga para investir e acreditar no potencial turístico da região do litoral do Paraná. As pessoas viram, abraçaram a causa do turismo, que foi benéfico para todos, e estão enxergando com um olhar muito diferente”, disse Pioli.
Orgulho da cidade
Segundo Pioli, essa movimentação fez desenvolver no parnanguara o sentimento de orgulho pela cidade. “É algo que a gente não via há muito tempo, o amor à cidade. Hoje, o parnanguara começou a copiar o exemplo que os argentinos e uruguaios trouxeram para nós, de tomar banho no Rio Itiberê, frequentar a praça e andar pela cidade. O parnanguara está fazendo com mais vontade visto que povos de outros países viram aqui o quanto a nossa cidade é interessante”, observou.
De acordo com ele, o porto fez sua tarefa, em parceria com a prefeitura e Governo do Estado, e o saldo foi positivo. “O parnanguara precisa criar mais amor pela cidade, acreditar naquilo que a gente tem de bom e de potencial para a gente e para as nossas famílias. O navio de passageiros tem resgatado isso, assim como antigamente os trens também traziam essa alegria do parnanguara de receber pessoas e desse movimento na cidade. Hoje, os navios trazem esse encantamento”, frisou Pioli.
Comunidades marítimas
A relação com as comunidades marítimas de Paranaguá, segundo André, é uma relação de cuidado, por estarem próximas da área portuária. “O porto não afeta em problemas, mas acabam sofrendo com a movimentação toda dos navios. Porém, temos programas de incentivo a profissões, sobre cuidados com o meio ambiente, temos os projetos Porto Cidade, Porto Escola e o porto dentro das comunidades ensinando ofícios e tarefas importantes. Com isso, ganham as comunidades, as crianças, a juventude e a população em geral”, disse Pioli.
Uma das primeiras ações dessa gestão dos portos foi o pagamento da taxa do alvará de localização. “Era burlada por outros governos, uma taxa de mais de R$25 milhões. No primeiro mandato do governador Ratinho Junior, nós pagamos e, de lá para cá, todo ano a gente paga mais R$ 4 milhões referente a taxa do alvará de localização, um dinheiro investido na saúde, na educação, na qualidade do asfalto, na segurança pública”, ressaltou Pioli.
Investimentos
Pioli acrescenta que também ocorreram investimentos nos acessos ao porto. “Nós construímos o viaduto Nelson Buffara na entrada da cidade, uma obra de R$ 14 milhões, construímos uma nova Avenida Bento Rocha, onde investimos mais de R$ 13 milhões, já temos sete trapiches construídos nas comunidades marítimas e estamos em fase de acabamento de outros sete, são quase R$ 60 milhões em investimentos”, destacou.
Outra ação para fortalecer a proximidade com a população é conhecendo e ouvindo as demandas. “Se a gente somar tudo que o porto investiu na cidade nos últimos tempos, temos um montante grande. É essa a relação porto-cidade, de investimentos e de proximidade com a população, aqueles que se sentem afetados, que tem algum tipo de problema, nós sempre os recebemos de portas abertas e tentamos equacionar uma a uma”, afirmou Pioli.
Recentemente, Pioli comentou que recebeu moradores dos bairros Jardim Iguaçu, Vila Marinho, Jardim Figueira e Santa Helena para tratar da paralisação no trânsito da cidade em decorrência do alto fluxo de caminhões.
“Algumas empresas não respeitaram as regras e começaram a chamar demasiadamente os caminhões para os seus pátios e isso fez com que eles parassem no meio da rua, o que deu um bug completo na cidade. Todos ficaram apavorados e a gente tentou de alguma maneira tentar equacionar isso e tomamos algumas atitudes severas”, afirmou Pioli.
Entre as medidas está a punição das empresas que fizerem o chamamento dos caminhões e não tiverem capacidade nos seus pátios e também a impossibilidade de o caminhão ficar parado nas vias públicas sob o risco de ficar proibido de entrar no porto por um período de 30 dias.
“São muitos os investimentos que estamos fazendo para que essa relação seja incrementada e possa fazer a diferença na vida da comunidade”, acrescentou Pioli.
O futuro da relação porto-cidade
Para André Pioli, o futuro da relação porto-cidade depende da escolha assertiva dos gestores municipais. “É muito importante termos a consciência na hora de votar para colocar pessoas que saibam ser conciliadoras e não pessoas destrutivas. O político quando é somente crítico e destrutivo ele não faz a relação acontecer e, com isso, perde a cidade, o porto, o governo e, principalmente, a vida das pessoas é afetada. Passamos por governos em que não existia a comunicação entre o porto e a prefeitura e a cidade de Paranaguá ficou atrasada por anos por conta disso. Se Paranaguá hoje está evoluindo é porque existe uma conciliação entre os poderes”, pontuou Pioli.
Mensagem
No aniversário de 89 anos do Porto de Paranaguá, Pioli deixou uma mensagem aos colaboradores da empresa pública e trabalhadores das empresas portuárias que se dedicam a construir essa história.
“Parabéns a todos os colaboradores de todos os segmentos da Portos do Paraná, os trabalhadores avulsos (TPAs), os trabalhadores das empresas do complexo portuário. Os parabéns pelos 65 milhões de toneladas, um recorde muito grande batido, que fizeram com que os portos do Paraná movimentassem um porto a mais nesse último ano, isso fez gerar muito emprego, renda e muitas obras aconteceram. Parabéns também aos moradores da cidade que se beneficiam desses empregos e que acreditem no potencial que o porto tem de dar uma vida melhor a toda a nossa comunidade”, disse Pioli.