Levar a arte e a cultura do Fandango Caiçara para os bairros de Paranaguá. Essa é a missão do projeto “Descentralizando o Fandango”, realizado no município pelo Grupo Mestre Eugênio, da Ilha dos Valadares. Em cada região que a novidade passou, o grupo encontrou novas histórias e a vontade de mais moradores, em sua maioria senhoras, de aprender mais sobre o fandango.
O projeto é realizado através da Lei Aldir Blanc II, PNAB, Secretaria de Cultura e Patrimônio Histórico de Paranaguá e Prefeitura de Paranaguá, Edital 013/2024. A ideia consiste em promover a disseminação do Fandango Caiçara, uma tradição reconhecida como Patrimônio Cultural Imaterial Brasileiro, em áreas periféricas, urbanas e rurais da cidade de Paranaguá.
As oficinas levarão a rica coreografia e musicalidade do Fandango Caiçara aos participantes, com o intuito de apresentar e ensinar os passos básicos da dança. O projeto visa descentralizar o Fandango da Ilha dos Valadares, onde tradicionalmente se concentram os grupos de fandangueiros, ampliando sua presença em outras regiões da cidade.
Em uma tarde de quinta-feira, o produtor e gestor do Grupo Mestre Eugênio, Felipe Orlandino Machado dos Santos, e sua equipe, chegava ao CRAS (Centro de Referência em Assistência Social) do bairro Nilson Neves para preparar a oficina. No local, 14 senhoras esperavam ansiosas pela aula.

“As oficinas são sobre dança, a última aula aqui no Nilson Neves foi muito rentável, o pessoal estava muito animado. São três dias em cada local. Aqui foi 100% mulher e são muito interessadas. O povo está muito animado e as senhorinhas estão adorando”, afirmou Felipe.
Inicialmente, o projeto era voltado para pessoas a partir dos oito anos. No entanto, os maiores interessados são os idosos. “Queríamos abranger desde jovens até adultos, mas está muito interessante trabalhar com essa faixa de idade. A gente que é jovem, está adorando”, afirmou Felipe.
Marli Lopes de Freitas, de 78 anos, é moradora no bairro Nilson Neves e uma das idosas que participou do projeto no CRAS.
“Me convidaram para participar e eu aceitei, e ainda trouxe outras colegas. Aqui, uma chama a outra. Eu já dançava fandango no Mercado do Café, quando tinha baile, íamos até seis horas da manhã, eu adorava”, afirmou Marli.

Sobre a oficina do projeto, ela enfatiza que está aprovada, por ser um momento de distração.
“Que continue assim, para todas as colegas virem. Nós nos divertimos e faz bem a mente. Com a idade que a pessoa tem, não podemos ficar paradas. O Fandango é nota 10, todo mundo gosta”, disse dona Marli, animada para começar a dança.
Assistência Social
A educadora social do CRAS do Nilson Neves, Iara Cristina Chaves Machado Braga, contou que é oferecido o serviço de convivência e fortalecimento de vínculos para grupos de mulheres.
“Quando se pensa em assistência social, logo se pensa na questão da alimentação. Mas, não é só isso. A gente aqui trabalha a questão de fortalecer a questão do conhecimento, da informação, do empoderamento feminino. Temos sempre um encontro semanal, no qual fazemos artesanato, passeios, debates, rodas de conversa, visitamos alguns locais, sempre com o intuito de fazer com que elas, enquanto indivíduos, se percebam e o que podem fazer de mudança para a vida delas”, contou Iara.
Para ela, a oficina “Descentralizando o Fandango” valoriza a cultura da cidade. “É positivo demais para a gente ter oficinas, vemos a alegria das mulheres, o quanto estão vibrando em aprender. Só vem a somar ao nosso trabalho”, reiterou Iara.
Descentralizando o Fandango
Após as oficinas no bairro Nilson Neves, o projeto seguiu para o CRAS Portos dos Padres, com oficinas até o dia 31 de julho. No CRAS de Alexandra, o projeto encerra dia 1.º de agosto. Já na Escola Municipal do Campo Teodoro Valentim, na Ilha do Mel, as oficinas serão realizadas até dia 6 de agosto.
Para mais informações, o telefone para contato do projeto “Descentralizando o Fandango” é o (41) 98512-1360 e o e-mail: [email protected].
