A Secretaria Municipal da Família, Cidadania e Desenvolvimento Social de Paranaguá ganhou essa nomenclatura neste ano, mas com as mesmas atribuições. A pasta é responsável pelo trabalho assistencial no município, o que inclui os seis CRAS (Centro de Referência em Assistência Social), unidade de acolhimento, CAICAVV (Centro de Atendimento Integrado para Crianças e Adolescentes Vítimas de Violência), Programa Família Acolhedora, Bolsa Família e CREAS (Centro de Referência Especializado de Assistência Social).
A secretária municipal da Família, Cidadania e Desenvolvimento Social de Paranaguá, Carolina de Miranda Evangelista Lourenço, fez um balanço das ações realizadas neste ano. Segundo ela, foi um desafio assumir a função há seis meses.
“É uma pasta extremamente sensível, porque demanda um olhar técnico, mas também um olhar humano para que a gente possa compreender os contextos familiares, as histórias de vida de todas as pessoas. Mesclar tudo isso exige muito do profissional que está à frente da pasta. Temos equipamentos que foram inaugurados há muito tempo, temos CRAS que foram inaugurados em 2009, quando havia um determinado contingente populacional, com uma característica social e econômica. E hoje nós temos uma nova conjuntura”, afirmou Carolina.
Conferências
Nos primeiros seis meses de gestão, foram realizadas cinco conferências. “Fizemos a Conferência Municipal dos Direitos da Pessoa Idosa, a Conferência Municipal dos Direitos das Pessoas LGBTQIA+, Conferência Municipal de Igualdade Racial, a Conferência Municipal da Assistência Social, a pré-conferência dos trabalhadores do SUAS e a pré-conferência da Assistência Social”, destacou Carolina.
Maio Laranja
O Maio Laranja é uma campanha nacional de combate ao abuso e à exploração sexual de crianças e adolescentes. A Secretaria da Família realizou um evento para marcar a data e conscientizar sobre o tema.
“Temos o Conselho Tutelar que faz o atendimento a crianças e adolescentes, temos atendimentos e encaminhamentos, requisição de serviços, nós temos o CAICAVV, que é o Centro de Atendimento Integrado a Crianças e Adolescentes Vítimas de Violências, que atende também crianças e adolescentes e a gente precisa fortalecer cada vez mais a rede de proteção e levarmos esse assunto a toda a população, porque a população precisa saber que esse tema é real, que ele não está somente nas novelas, nos filmes, está em todas as classes sociais também”, declarou Carolina.
Ela enfatizou que a violência contra crianças e adolescentes atinge não somente a classe mais vulnerável, mas está presente em todas as estruturas da sociedade. “Desde uma situação extrema de vulnerabilidade até os mais ricos da nossa sociedade. Todos precisam saber que isso é real, que está presente e as formas como essa violência se manifesta”, frisou Carolina.
Trabalho infantil
A secretária também realizou um evento sobre o trabalho infantil em Paranaguá a partir de um diagnóstico de uma empresa especializada, que identificou as regiões da cidade com maior número de casos.
“O trabalho infantil também é uma realidade. Tivemos o diagnóstico da empresa Painel, que desmistificou isso na nossa Paranaguá e disse que o trabalho infantil existe, está concentrado nas regiões maiores, como Vila Garcia, Ouro Fino, Ilha dos Valadares. Nós fizemos esse evento, chamamos toda a representação da sociedade civil para entendermos mais sobre o que é trabalho infantil e qual o seu significado”, reiterou.
Os moradores que visualizarem crianças e adolescentes em situação de trabalho infantil devem acionar o Conselho Tutelar. “O Conselho irá tomar as devidas medidas para acionar e responsabilizar a família. Estamos agora em um planejamento para implantar na nossa cidade uma abordagem, que tem como prerrogativa o enfrentamento ao trabalho infantil, para propagar essas informações junto aos comércios, fazer uma ação realmente educativa junto à sociedade civil”, disse Carolina.
Trabalho com jovens e Centro da Juventude
A secretária também abordou as ações voltadas aos jovens de Paranaguá, como o programa Capacita Jovem, voltado à preparação de adolescentes para o mercado de trabalho em parceria com O Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE).
“Consiste em formações com os adolescentes em situação de vulnerabilidade, que são encaminhados pelo CRAS, CREAS, CAICAVV, do Programa Família Acolhedora. Na semana de formação, eles têm uma preparação para inserção no mundo do trabalho, com profissionais de empresas falando sobre as suas experiências, aprendem a fazer currículos, sobre como se portar em uma entrevista. Depois, nós encaminhamos para estágios. É algo muito importante, porque o estágio vai tirar esse adolescente de uma situação de trabalho informal”, afirmou Carolina.
A secretária também falou sobre o Centro da Juventude, obra que é finalizada na Vila dos Comerciários com recursos do Governo do Estado. Assim que o Centro estiver pronto, será entregue à gestão municipal, a qual tem a responsabilidade de equipar os espaços e montar a equipe de funcionários.
“Não houve uma previsão orçamentária no projeto quando foi retomado. Corremos contra o tempo para poder pensar em estratégias para ter esse recurso. Fizemos o levantamento de toda a infraestrutura, de todo o mobiliário que vai ser necessário para o Centro da Juventude, o que gerou em torno de quase um milhão de reais. Teremos biblioteca, espaço multicultural, sala de informática, atendimentos individuais, um espaço realmente voltado para a juventude”
A localização do Centro da Juventude na Vila dos Comerciários é favorável, de acordo com a secretária. “Quando levamos essa infraestrutura para próximo da comunidade, conseguimos transformar as realidades locais. Toda aquela região do Nilson Neves e proximidades são bairros de maior situação de vulnerabilidade. Portanto, conseguimos tirar aqueles jovens que estão na rua e levar para o centro da juventude para fazer uma modalidade esportiva, cursos, oficinas, atividades culturais”, contou Carolina.
Antes da inauguração, a Secretaria planeja realizar uma audiência pública para convidar a comunidade e fazê-la se sentir parte do espaço. “Dinheiro público é dinheiro de todos nós e que foi investido para a comunidade. A gente precisa que as pessoas utilizem o espaço, mas com responsabilidade”, enfatizou a secretária.
