Cláudia Valéria Kossatz Lopes e Silva nasceu em Curitiba e veio ainda recém-nascida para Paranaguá. É graduada em pedagogia e pós-graduada em Educação Especial e Psicopedagogia. Iniciou no magistério em 1984. Sua paixão pela educação especial começou em 1988 quando foi convidada para atuar na Apae.
Sua vida profissional é marcada por várias conquistas em torno de uma causa que ela considera sua grande motivação diária. Cláudia Valéria é casada com o empresário Henrique Cezar Plaisant da Paz e Silva, mãe de dois filhos, Guilherme e Gustavo, um é formado em engenharia mecânica e outro, em Direito, ambos residem em Curitiba. Nesta entrevista, ela fala sobre as atividades em torno da educação. Confira:
Folha do Litoral News: Atualmente, a Apae atende quantos alunos? Quais serviços são realizados?
Cláudia: A Escola Maria Nelly Picanço, Educação Infantil e Ensino Fundamental, na Modalidade Educação Especial, mantida pela Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de Paranaguá – APAE, presta atendimento atualmente a 344 alunos com deficiência, na faixa etária de 0 a 38 anos, que apresentam Deficiência Intelectual, Múltiplas Deficiências e TGD (Transtorno Global do Desenvolvimento). Destes alunos, 122 estão inseridos no Programa de Educação Infantil, de 0 a 3 anos nas turmas de Estimulação Essencial e de 4 a 6 anos nas turmas de Pré-Escola. No Ensino Fundamental são atendidos 189 alunos de 7 a 16 anos. Os alunos com mais de 16 anos estão na Educação de Jovens e Adultos. Em todos os programas são ofertadas aulas especiais de Educação Física e Arte e atendimentos específicos nas áreas de fisioterapia, fonoaudiologia, psicologia, terapia ocupacional, estimulação visual e assistência social. É oferecido também atendimento clínico nas áreas de neuropediatria e psiquiatria.
Folha do Litoral News: Qual é a estrutura da Apae atualmente?
Cláudia: A Apae investe constantemente na ampliação de sua estrutura e na melhoria das suas instalações para ofertar aos seus alunos um atendimento de qualidade. Nosso espaço físico, já não contempla a real necessidade da instituição, pois a demanda de matrículas novas, principalmente na Educação Infantil, cresce anualmente, visto que, somos a única escola no município que realiza atendimento especializado para essa faixa etária.
Folha do Litoral News: Antes de ingressar na Apae, a criança passa por triagem?
Cláudia: Recebemos crianças encaminhadas por diversos setores: educação, saúde, assistência social ou até mesmo algum amigo ou familiar que conhece o trabalho da Apae. Ao chegar à instituição, esses pais realizam uma entrevista com a psicóloga que atende as famílias, quando é marcada uma avaliação com a equipe multiprofissional: pedagoga, psicóloga e quando necessário fisioterapeuta, fonoaudióloga e terapeuta ocupacional. Após, é realizado um estudo de caso em que são discutidos todos os aspectos avaliados e se há ou não necessidade da criança ser matriculada na instituição. Fazemos então uma devolutiva para os pais e todos os encaminhamentos e orientações necessárias.
Folha do Litoral News: Como é dirigir um estabelecimento de ensino que atende crianças especiais?
Cláudia: Ao considerar as especificidades e características dos educandos atendidos por esta instituição, é possível dizer que temos que ser muito “criativos”. Atingir o objetivo de obter resultados efetivos e relevantes não é uma tarefa fácil, e sim complexa, árdua e, por que não dizer, desafiadora. A grande demanda de encaminhamentos de educandos novos à instituição obriga-nos a reorganizar a escola constantemente, bem como a diversidade de diagnóstico, os quais temos que procurar recursos diferenciados de modo a atender a essas demandas. O trabalho desenvolvido na instituição vai muito além da questão pedagógica, uma dinâmica que envolve arrecadação de recursos, elaboração de projetos e, principalmente, o estabelecimento de parcerias. Como atendemos as áreas de educação, saúde e assistência social, precisamos ser eficientes, mas sem nunca perder a sensibilidade.
Folha do Litoral News: Quais projetos realizados contribuem para o desenvolvimento dos estudantes?
Cláudia: Atualmente oferecemos aos nossos educandos os projetos: Maculelê, Jiu-Jítsu, Bocha Adaptada, Método de Terapia Intensiva e Pediasuit, Método das Boquinhas, Comunicação Alternativa, Inclusão Digital e Sala Cor. Fazemos também um trabalho de prevenção com a comunidade.
Folha do Litoral News: Os eventos beneficentes contribuem para a manutenção da Apae. Fale um pouco sobre isso.
Cláudia: Mantemos convênio com o Poder Público (Municipal, Estadual e Federal), entretanto, para mantermos a qualidade que exige um custo muito elevado, e da diversidade de diagnóstico, faz-se necessário buscarmos outras formas de arrecadação de recursos e isto só é possível através da realização destes eventos. No sábado, 10, a partir do meio-dia, estamos realizando o almoço com costela fogo de chão no literário campestre. O valor é de R$ 35,00 com acompanhamento de arroz, maionese e salada. Venham almoçar conosco ou levem para casa.