No domingo, 27, em Mossoró (RN), foi escolhida a Corte da Cidade Junina entre dezenas de grupos culturais que transformam a cidade potiguar em um grande arraial. Foi o pontapé para o início dos festejos juninos em um dos principais destinos de São João do País.
Também faz parte da realeza a Dama da Diversidade para integrar o público LGBT ao evento. Os eleitos serão os representantes da cidade e terão a honra e a responsabilidade de recepcionar os mossoroenses e turistas nos diversos projetos culturais do Mossoró Cidade Junina. Até 30 de junho vai rolar festa no reinado junino de Mossoró.
Em sua 22.ª edição, o evento deverá render ao município um retorno econômico de R$ 50 milhões, quatro vezes mais do que foi investido na festa. No ano passado, foram R$ 47 milhões, segundo a Fecomércio/RN. A festa junina de Mossoró comprova a importância dos grandes eventos para a cadeia produtiva do turismo, além da geração de empregos temporários. As agências de viagem, hotéis e demais serviços turísticos trabalham com a capacidade máxima. “Antes do Mossoró Cidade Junina, o mês de junho era um dos piores para a rede hoteleira local, hoje é um dos melhores”, afirma Gabriel Barcellos da ABIH/RN. Até o aeroporto será reaberto para voos comerciais regulares no dia 13 de junho com perspectiva de ampliação do público de várias regiões do País.
Outro viés da festa é o aspecto cultural. Costureiras e aderecistas estão entre as profissões mais requisitadas pelas quadrilhas juninas e demais grupos culturais. E a música regional atinge seu auge. Já no dia 2 de junho, um cortejo junino abre oficialmente a temporada de shows, concursos de quadrilhas juninas e espetáculos, entre outras atrações da festa. O cortejo apelidado de “Pingo da Mei Dia”, expressão que faz referência a temperatura local de 40°, lembra um gigantesco bloco de carnaval puxado por trios elétricos ao som de forró e demais ritmos entoados por artistas locais. A festa inicia, pontualmente, ao meio-dia e entra pela noite.
O Mossoró Cidade Junina ocupa os principais equipamentos do corredor cultural ao longo da antiga estrada de ferro que escoava sal e trazia algodão do sertão. A velha estação, hoje Estação das Artes, é o centro dos grandes shows que chegam a reunir até 50 mil pessoas por noite. No centro histórico, uma igreja com a torre crivada de balas há 91 anos, ainda hoje, é a marca de um dos principais momentos da história do cangaço.
O local vira palco do espetáculo “Chuva de Bala”. O auto da resistência revive o dia 13 de junho de 1927, dedicado a Santo Antônio, quando a população armada teria expulsado o bando de Lampião com uma “chuva de bala”. O espetáculo orgulha os mossoroenses e atrai turistas, que aproveitam para conhecer outros atrativos relacionados ao cangaço como o Memorial da Resistência.
Mossoró é um polo universitário, hospitalar, comercial e industrial rico em sal e petróleo. A segunda maior cidade do Rio Grande do Norte fica na metade do caminho entre Natal e Fortaleza. O destino turístico reúne cultura popular, gastronomia sertaneja, artesanato regional, atrativos históricos e naturais. A cidade faz parte da Costa Branca, no Rio Grande do Norte, e integra a Rota das Falésias e das Águas Termais com o vizinho Ceará. Canoa Quebrada, a 100 km, é o outro polo do roteiro turístico integrando.