Em 2014, Paranaguá se destacou pelo índice de bicicletas na cidade, pouco mais de 100 mil para cerca de 140 mil habitantes, o equivalente a duas bicicletas para cada carro. Hoje, quatro anos depois, com dados atualizados obtidos em janeiro pela Superintendência Municipal de Trânsito (Sumtran), o município saltou para, aproximadamente, 115 mil bicicletas para a população de cerca de 151 mil habitantes. Ou seja, ao passo que a cidade cresce, o número de bicicletas também aumenta.
Proprietária de uma bicicletaria na Avenida Bento Rocha, Adriana do Amaral, decidiu montar o negócio em Paranaguá após observar a característica da cidade
Isso pode ser explicado pelo estilo de vida adotado pelos parnanguaras que, por questões econômicas ou de facilidade de locomoção, adotam a bicicleta como meio de transporte indispensável no dia a dia. Com essa característica tão evidente na cidade, o Poder Público voltou os olhos para essa questão e, nos últimos anos, passou a investir na implantação de ciclofaixas e ciclovias.
Segundo a Sumtran, um estudo é realizado pela divisão de Educação no Trânsito que realiza uma contagem e chega a um número aproximado de bicicletas. “Não temos como chegar a um número exato, o que fazemos é um cálculo pelo sistema viário do município e chegamos a quase 115 mil bicicletas neste ano”, explicou o superintendente de trânsito da Secretaria Municipal de Segurança, Leônidas Martins Júnior.
No início da implantação de ciclofaixas e ciclovias, os moradores nem sempre utilizavam esses locais de segurança para se locomover e chegavam a disputar lugar com os carros na rua. Mas Martins acredita que o comportamento dos ciclistas mudou e a Guarda Municipal sempre tenta orientá-los. “De quando esses locais foram implantados até agora, com certeza melhorou muito, mas ainda existem pessoas que deixam de utilizar e temos que chamar a atenção”, disse Martins.
Hoje, a cidade conta com 27.150 metros de ciclovias e ciclofaixas, localizadas nas avenidas Bento Munhoz da Rocha Neto, Ayrton Senna, Bento Rocha e Belmiro Sebastião Marques; na Alameda Coronel Elísio Pereira e Rua Júlia da Costa.
Uma boa notícia para os ciclistas é que um dos locais de maior movimento de bicicletas, a Avenida Bento Rocha, receberá, em breve, obras de revitalização pelo Governo do Estado e uma nova ciclovia será entregue à população. Hoje, em alguns trechos a passagem torna-se bastante dificultada tendo em vista a vegetação e a sujeira acumulada no local.
BOM NEGÓCIO
Todo este cenário foi observado com bons olhos para quem decidiu investir em um negócio em Paranaguá. A proprietária de uma bicicletaria na Avenida Bento Rocha, Adriana do Amaral, está há sete anos no município. Ela e o marido, que já tinha experiência no setor de peças para bicicletas, saíram de Curitiba para montar a loja em Paranaguá. “Em Curitiba, as pessoas usam a bicicleta mais para passeio, aqui já utilizam mais para o trabalho e para o dia a dia. Viemos primeiro fazer uma análise da cidade e, só na vinda de Curitiba para cá, mais de 50 ciclistas e, assim, vimos que era um mercado bom a se explorar”, contou Adriana.
Em média, ela afirmou que são vendidas 60 bicicletas ao mês, além de oferecer serviços de manutenção. “Se é para trabalhar, a bicicleta tem que estar boa, alguns acidentes fatais que aconteceram na cidade foram em decorrência da falta de manutenção. Sempre prezamos por isso porque tem que estar seguro”, disse Adriana.
O casal Keisy Kelly Martins e o marido Rodrigo Bonesso também abriram uma bicicletaria em Paranaguá há cerca de dois anos e hoje chega a vender em média cinco bicicletas ao dia. Segundo Keisy, os moradores estão criando mais o hábito de utilizar o meio de transporte também como esporte, o que exige acessórios específicos. Eles ainda vendem produtos no atacado para lojas de Paranaguá e de outros municípios do litoral. “Ainda assim, 70% da demanda é para Paranaguá”, destacou Keisy.
