Desde o dia 17 de agosto, funcionários dos Correios entraram em greve em todo o País. Em Paranaguá, cerca de 75% desses trabalhadores que atuam no Centro de Distribuição Domiciliar (CDD) aderiram à paralisação. Outros municípios do litoral também estão com serviços dos Correios prejudicados como Guaratuba, onde 100% dos trabalhadores estão em greve. A categoria reivindica a manutenção de benefícios trabalhistas.
Segundo o Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Comunicações Postais, Telegráficas e Similares do Paraná (Sintcom), a paralisação segue forte no Paraná e no litoral não é diferente. “Matinhos está com 70% dos trabalhadores em greve, assim como Morretes e Antonina, que estão chegando também a 70%”, informou a assessoria de imprensa do Sintcom.
A paralisação foi ainda mais fortalecida após o Supremo Tribunal Federal (STF) definir, em julgamento no plenário virtual, na sexta-feira, 21, que manteria a suspensão do acordo coletivo dos trabalhadores. “Estamos em greve para que os Correios reabram a negociação com a categoria. Uma vez que foi julgada essa questão no STF, que concedeu apenas um ano na negociação que era para dois anos. Nesse contexto estamos lutando para manter um pouco do que temos no acordo coletivo”, ressaltou a Sintcom.
Para acabar com a greve, segundo o Sindicato, é preciso que os Correios estejam abertos à negociação com a categoria. “Aguardamos que os Correios chamem a federação para negociar. Entendemos que, se o Correios não forem negociar, será pedido o dissídio para fazer acordo no TST (Tribunal Superior do Trabalho) novamente. Nessa semana tivemos a adesão de mais trabalhadores. No Brasil estamos com 70% da área operacional parada”, salientou a Sintcom.
O que dizem os Correios
Em nota, os Correios afirmaram que a paralisação não afetou o atendimento nas agências de todo o País, e que adotou medidas administrativas para minimizar eventuais prejuízos à população, incluindo a realização de mutirões.
Já sobre o andamento das negociações com as entidades sindicais, a direção da empresa afirma ter priorizado a sustentabilidade financeira dos Correios, de forma a “retomar seu poder de investimento e sua estabilidade, para se proteger da crise financeira ocasionada pela pandemia”.
De acordo com a empresa, as medidas de contenção adotadas visam a economizar em torno de R$ 600 milhões anuais, enquanto as reivindicações dos empregados, se integralmente atendidas, significariam um custo adicional da ordem de R$ 1 bilhão ao ano. “Trata-se de uma proposta impossível de ser atendida”, afirmou a direção da empresa, sustentando que nenhum benefício foi retirado. “Apenas foram adequados aqueles que extrapolavam a Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) e outras legislações, de modo a alinhar a estatal ao que é praticado no mercado”, completaram os Correios.
Direito do consumidor
Com a paralisação, muitos consumidores podem se sentir prejudicados por encomendas ou correspondências que não chegaram até suas residências. O Procon-PR orienta que nenhum prejuízo pode ser imposto ao consumidor.
Segundo o Procon-PR, se algum cidadão tiver qualquer ônus deve formalizar reclamação no órgão de defesa do consumidor ou na plataforma “consumidor.gov.br”. É válido ressaltar que os fornecedores devem disponibilizar outras formas de pagamento, como recebimento direto, envio de boletos por e-mail ou do código de barras para que o pagamento ocorra de forma regular sem prejuízos para ambas as partes.
Com informações da Agência Brasil e AEN