conecte-se conosco

Política

PDT de Paranaguá celebra os 100 anos de Brizola

“A educação é o único caminho para emancipar o homem. Desenvolvimento sem educação é criação de riquezas apenas para alguns privilegiados”, Leonel Brizola.

Publicado

em

Foto: Arquivo PDT

Neste dia 22 de janeiro, o Brasil celebra o centenário de nascimento de Leonel Brizola, Herói da Pátria, título esse conferido pelo Congresso Nacional aos brasileiros que se destacaram na luta pelo país.

O Partido Democrático Trabalhista (PDT) de Paranaguá, assim como por todo o país, estará comemorando a data à altura da sua luta em defesa da democracia e da Educação.

O ex-prefeito de Paranaguá e dirigente do PDT, José Baka Filho, destaca o legado que Leonel Brizola deixou para o país. “Leonel Brizola foi um grande brasileiro, tanto que foi escolhido como um dos heróis da pátria. Sempre lutou pelas liberdades individuais e pelas minorias. Veja, o PDT foi o primeiro partido a eleger um índio como deputado federal, um negro, Agnaldo Timóteo, leis inclusivas e também que punem o racismo como crime inafiançável como é o caso da Lei Caó, de autoria do nosso saudoso deputado federal Carlos Alberto Caó. O Brizola foi uma pessoa que lutou a vida inteira pela educação, sempre colocou a educação em primeiro lugar, construiu seis mil brizoletos quando foi governador do Rio Grande do Sul, mais de quinhentos CAIC´s quando foi governador do Rio de Janeiro. Uma pessoa que lutou a vida inteira por um Brasil emancipado, pelos trabalhadores com seus direitos, uma pessoa republicana, ele dizia que ele era um social democrata, apimentado. Que daí chamavam ele de centro esquerda, de socialista, não, ele sempre foi um social democrata com um pouco de apimentamento, porque com esse mundão de terras que têm o Brasil, com esses grandes latifúndios, temos que dividir um pouco, temos que dar direito aos trabalhadores. Então o Brizola era isso, uma pessoa correta, um político decente, nunca teve uma mácula, uma mancha que na sua reputação, foi o gigante em defesa da democracia e em defesa dos direitos humanos. Então, a gente se espelha muito no Brizola na educação que a gente conseguiu implantar em Paranaguá, nas escolas integrais que nós fizemos. Paranaguá nós fizemos uma grande homenagem, que é uma rua chamada Leonel de Moura Brizola. O Brizola Neto veio a Paranaguá receber em uma sessão solene realizada na Câmara de Vereadores o título de Cidadão Honorário, em nome do avô, pois ela já havia falecido. Aquele título que foi dado em 1961, e o neto veio receber já quando eu era prefeito da cidade e 2006, e a gente fica muito orgulhoso disso, pois o Brizola defendia muito o estado brasileiro, o território brasileiro, as nossas riquezas naturais e muita educação, muita educação e educação”, destaca Baka.

Ex-prefeito de Paranaguá e dirigente do PDT, José Baka Filho, destaca o legado que Leonel Brizola deixou para o país

O PDT foi o segundo partido que Baka se filiou, no ano de 2001 e onde está até hoje. É o atual presidente do diretório municipal do PDT em Paranaguá e também membro do diretório estadual, presidente do movimento sindical do PDT do Paraná, membro do diretório nacional do PDT há mais de dez anos. Ele destaca como foram os seus contatos com o Brizola. “Tive oportunidade de conviver cerca de quatro a cinco anos da minha vida com o Leonel Brizola. A gente ia para os encontros do diretório nacional no Rio de Janeiro, a gente chegava lá e participava e quando ele assumia o comando a mesa ele começava a falar e debater, e passavam três a quatro horas, e quando nós já estávamos com um pouco de fome, ele falava então acho que vamos dar uma pausada e vamos encerrar a nossa reunião, mas daí que se aprovava tudo que tinha que aprovar, do jeito que havia sido distribuída a pauta, e ele encerrava a reunião. Mas eram momentos de ensinamento, e nos faz ter orgulho de ter conhecido, ter convivido e estar até hoje defendendo as bandeiras do PDT, a bandeira do nacionalismo, do trabalhismo, da educação com qualidade e do direito à autodeterminação dos povos não só o Brasil, mas América Latina, os povos explorados nesse mundo todo”, completou.

Massami Takayama foi outro político que teve ligações com Brizola, sendo o 1.º vereador eleito pelo PDT em Paranaguá, tendo exercido o mandato por 12 anos

O ex-vice-prefeito de Paranaguá (1993 a 1996), Massami Takayama, foi outro político que teve ligações com Brizola. Fundador do diretório Municipal do PDT em Paranaguá, Takayama foi o 1.º vereador eleito pela sigla, tendo exercido o mandato por 12 anos. “O Brizola deixou como um dos grandes legados para o país a escola integral, tudo é exemplo, foi um estadista da Educação. Ele também foi o único político que foi governador de dois estados diferentes, foi governador do Rio Grande do Sul e do Rio de Janeiro. Brizola não teve mais ascendência por causa das forças políticas da época” destaca Takayama, que fala de seus contatos com Brizola. “Quando ele perdeu o PTB para a Ivete Vargas, Brizola combinando os companheiros resolveu criar o PDT, e neste encontro que teve em Curitiba, fui pessoalmente para organizarmos o Partido em Paranaguá”, completou.

Brizola deixou sua marca em inúmeras gerações. Quando governador do Rio Grande do Sul, ainda na década de 1960, chegou a empregar 36% do orçamento do estado em Educação. Construiu 4,8 mil escolas – que ficaram conhecidas como Brizoletas – e garantiu mais de 500 mil novas matrículas por todo o Estado. O número de professores, que à época era de pouco mais de 4 mil, saltou para 22 mil.

Já no Rio de Janeiro, implantou os mais de 500 Cieps, escolas de tempo integral, cravadas nas áreas mais vulneráveis do Estado. Isso transformou Brizola no maior feitor de escolas do país. Sua biografia também registra a maior resistência à primeira tentativa de golpe militar, ainda em 1961, quando Jânio Quadros renunciou.

Através da Campanha da Legalidade, liderou a partir do Palácio Piratini – sede do governo do Rio Grande do Sul – a resistência civil e, pelas ondas do rádio, garantiu a posse de Jango Goulart como presidente, retardando em três anos o golpe, efetivado em 1964 – quando deixou o Brasil rumo ao exílio mais longo entre todos os perseguidos pelo regime ditatorial.

A Fundação Leonel Brizola – Alberto Pasqualini também articulou sessões solenes em centenas de Câmaras Municipais espalhadas pelo Brasil, para que a história deste homem que dedicou sua vida à democracia e à Educação jamais seja esquecida.

Quem foi Brizola

Leonel de Moura Brizola (nascido Leonel Itagiba de Moura Brizola; Carazinho, 22 de janeiro de 1922 – Rio de Janeiro, 21 de junho de 2004) foi um engenheiro civil e político brasileiro. Considerado um líder da esquerda e um político nacionalista, foi governador do Rio de Janeiro e do Rio Grande do Sul, sendo o único político eleito pelo povo para governar dois estados diferentes em toda a história do Brasil.

Brizola protagonizou memoráveis embates contra forças conservadoras da política nacional. Como governador do Rio Grande do Sul, foi o principal líder da Campanha da Legalidade, resistência civil que impediu o golpe de estado após a renúncia de Jânio Quadros, em 1961, e assegurou a posse do vice-presidente João Goulart.

No golpe militar de 1964, já como deputado federal pela Guanabara, Brizola tentou organizar a resistência armada a partir do Rio Grande do Sul. Temendo uma guerra civil no país, Jango decidiu se refugiar no Uruguai, e o plano de Brizola não prosperou. Com seus direitos políticos cassados pelo Ato Institucional n.º 1, Brizola se exilou no Uruguai e só retornou ao Brasil em 1979, com a anistia.

Em 1982, foi eleito governador do Rio de Janeiro, superando inclusive tentativas de fraude. Em 1989, ficou em terceiro lugar na disputa pela Presidência da República, no primeiro pleito pós-ditadura — obteve 15,45% dos votos, logo atrás de Lula, o segundo colocado, com 16,08%.

Em 1990, foi novamente eleito governador do Rio de Janeiro, tendo a educação como a mais importante bandeira de suas três gestões estaduais. Em sua gestão, Brizola instituiu os Centros Integrados de Educação Pública (Cieps), idealizados por Darcy Ribeiro.

Profissão engenheiro civil e político

Brizola nasceu no Noroeste gaúcho. Viveu seus primeiros anos no interior do estado, mudando-se para Porto Alegre em 1936. Lá, deu prosseguimento aos seus estudos e trabalhou como engraxate, graxeiro, ascensorista e servidor público. Ingressou no curso de engenharia civil na Universidade Federal do Rio Grande do Sul em 1945, graduando-se em 1949. Enquanto ainda estudava na UFRGS, ingressou na política, ficando responsável por organizar a ala jovem do Partido Trabalhista Brasileiro. Em um evento político, conheceu Neusa Goulart, irmã do também político João Goulart, com a qual se casou em 1950 e teve três filhos.

Em 1947, Brizola foi eleito deputado estadual pelo PTB. Tornou-se um político em ascensão no Estado: em 1954, foi eleito deputado federal, com uma votação recorde; dois anos depois, elegeu-se prefeito de Porto Alegre; e, em 1958, governador do Rio Grande do Sul. Como governador, tornou-se proeminente por suas políticas sociais e por promover a Campanha da Legalidade, em defesa da democracia e da posse de Goulart como presidente. Em 1962, transferiu seu domicílio eleitoral para Guanabara, estado pelo qual elegeu-se deputado federal. Durante o governo de Goulart, este e Brizola mantiveram uma relação tumultuada, mas uniram-se novamente antes do golpe militar de 1964. Depois que suas propostas de resistência não foram bem-sucedidas, Brizola exilou-se no Uruguai.

Voltou ao Brasil em 1979, depois de um exílio de quinze anos no Uruguai, nos Estados Unidos e em Portugal. No mesmo ano, fundou e presidiu o Partido Democrático Trabalhista, um partido social-democrata e populista. Em 1982, foi eleito governador do Rio de Janeiro, iniciando um programa de construção dos Centros Integrados de Educação Pública. Na eleição presidencial de 1989, por pouco não foi para o segundo turno. Um ano depois, voltou a governar o Rio de Janeiro, sendo eleito no primeiro turno. A partir daí, não logrou êxito em nenhuma das quatro eleições que disputou, de vice-presidente de Luis Inácio Lula da Silva em 1998 a senador pelo Rio de Janeiro em 2002. Faleceu, em 2004, vítima de um infarto agudo do miocárdio.

Lei 412, de 1961, que concedeu o Título de Cidadão Honorário de Paranaguá a Leonel Brizola

Publicidade










plugins premium WordPress