O corpo de um rapaz, de 28 anos, que estava desaparecido desde a noite de terça-feira, 15, foi encontrado por populares e pelo próprio pai, em uma área de manguezal, no bairro Beira Rio, em Paranaguá.
Rodrigo da Conceição Beguetto da Silva saiu de casa, onde morava com a família, no Jardim Iguaçu, por volta das 22h, e não retornou.
No dia seguinte, pela manhã, familiares foram informados da morte de Rodrigo e que o corpo estaria no mangue, no bairro Beira Rio.
Desesperado, o pai do rapaz foi até a região e, contando com a ajuda de moradores no bairro, começou as buscas. Por volta das 15h, o corpo de Rodrigo foi encontrado.
Acionadas, equipes da Polícia Militar foram até o endereço indicado, um acesso do Beco 1, na Rua Guainá, e isolaram a área.
Criminalística
O trabalho de perícia realizado pela equipe da Criminalística apurou que o corpo de Rodrigo foi desovado no manguezal. O rapaz teria sido assassinado com golpes de arma branca, possivelmente uma faca, nas proximidades.
O corpo foi recolhido ao Instituto Médico Legal de Paranaguá, onde passou por exames complementares. Familiares estiveram na sede do órgão e providenciaram a documentação necessária para a liberação.
Investigação
Policiais civis estiveram no local onde o corpo foi encontrado e conversaram com moradores na região. Com relação ao crime, poucas informações foram apuradas. Uma linha que vai ser investigada pela polícia é de um possível julgamento realizado pelo conhecido “Tribunal do Crime”, em que integrantes de uma organização criminosa se reúnem para julgar e penalizar alguém que esteja transgredindo as normas do grupo, geralmente com a morte.
As vítimas podem fazer parte da organização ou não. O grupo atua como um poder paralelo em alguns bairros da cidade.
67.º Homicídio
A morte de Rodrigo da Conceição Beguetto da Silva é o 67.º homicídio registrado em Paranaguá, este ano. No litoral, em 2020, são 135 casos.
Operação Adsumus III
Em outubro de 2019, a Polícia Civil de Paranaguá deflagrou a quarta fase da “Operação Adsumus III”, que cumpriu 4 mandados de prisão preventiva contra integrantes do “Tribunal do Crime”. Os alvos da PCPR agiam nos bairros Vila do Povo e Divineia.
Meses antes, a Polícia Civil de Paranaguá deflagrou a terceira fase da operação, que cumpriu 18 mandados judiciais contra integrantes da organização criminosa. A ação policial contou com equipes do COPE – Centro de Operações Policiais Especiais e foi coordenada por delegados e investigadores da 1.ª Subdivisão Policial.
Os principais alvos da PCPR agiam nos bairros do Porto Seguro, Vila dos Comerciários e São Jorge.
Segundo a PCPR, sete pessoas foram presas na ação, dentre elas quatro homens e duas mulheres, que faziam parte do chamado “Conselho de Disciplina” da organização, responsável pelo julgamento. A execução das penas impostas aos transgressores era feita com requintes de crueldade e extrema violência, inclusive com asfixia e esquartejamento das vítimas.
A PCPR também deflagrou outras duas fases da operação Adsumus no final do ano de 2018. As ações resultaram na prisão de 11 integrantes da mesma organização criminosa, que atuavam no bairro Porto dos Padres. O grupo era conhecido pela violência exacerbada com que praticava os crimes.
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