Ontem, dia 20, a Justiça concedeu liberdade provisória a Giovanna Volcov, acusada de matar o policial militar Marcos Aurélio dos Santos, de 28 anos, em 23 de dezembro de 2024. O crime ocorreu na residência da acusada, no bairro Jardim Araçá, em Paranaguá. A decisão foi tomada após audiência de instrução e julgamento realizada na última quarta-feira, 19, na qual sete testemunhas foram ouvidas e Giovanna prestou seu interrogatório.
Nesta sexta-feira, dia 21, Giovanna se pronunciou publicamente sobre o ocorrido. Segundo ela, a relação com Marcos Aurélio foi marcada por agressões e abusos ao longo de seis anos. “Naquela noite, o Marcos se tornou um monstro. Eu vivia em um relacionamento abusivo, onde sempre fui xingada e maltratada. Todos sabem o que aconteceu. Naquela noite em que ele apareceu aqui, ele estava totalmente bêbado e transtornado”, declarou.
Ela relatou que, no dia do crime, o policial chegou à sua casa embriagado e alterado. “Ele já era agressivo, mas naquela noite ele virou um monstro. Subiu sobre mim, me machucou e me estuprou com as mãos. Eu falava: ‘Marcos, para com isso! Quem é você? Quem é essa pessoa ao meu lado? Eu pedia para ele parar, mas ele não parou. Foi então que eu perdi a cabeça e atirei”, afirmou.
Giovanna também revelou que Marcos Aurélio mudou drasticamente depois de ingressar na Polícia Militar e que o alcoolismo agravou sua personalidade agressiva. “Quando conheci o Marcos, ele era uma pessoa excepcional, mas depois se transformou. Quando entrou para a polícia, virou um monstro. Ele se tornou uma pessoa irreconhecível. Todos viam, todos sabiam, mas o que eu passava entre quatro paredes só eu sabia. O que eu aguentei nesses seis anos”.
Ela afirmou que deseja apenas seguir sua vida e cuidar do filho. “A única coisa que quero agora é cuidar do meu filho, a única pessoa no mundo que me importa, além da minha família. É só isso”, completou.
Segundo a advogada de defesa, Dra. Aline Vasconcelos, o processo será longo. “Estamos na fase de alegações finais. Esse procedimento está nas mãos do Ministério Público. Após isso, a defesa se manifestará e, então, o caso será encaminhado ao juiz de direito, que decidirá se Giovanna irá ou não a júri popular. Ainda há muitas etapas e trâmites processuais pela frente”, explicou.