Vamos separar a pessoa do candidato. Trataremos do candidato nesta análise e não da pessoa. Em hipótese alguma levaremos para o lado pessoal, e sim para o lado estratégico e de gestão de uma campanha política.
Erros amadores na campanha para prefeito do candidato André Pioli comprometeram a eficácia da candidatura e a confiança do eleitorado.
FALTOU PLANEJAMENTO
Subestimaram a importância de um plano detalhado que incluísse metas, público-alvo e cronograma. Sem uma estratégia clara, a campanha perdeu foco. Passaram o tempo todo mostrando o que o prefeito Marcelo Roque havia realizado em suas gestões, nos últimos oito anos. Em nenhum momento o candidato André Pioli foi protagonista nessa eleição para prefeito. O protagonismo da campanha ficou com o político Marcelo Roque, onde a “Lei do Efeito Contrário”, a rejeição, tomou força, e as urnas foram implacáveis; Adriano Ramos fez 58.206 votos (72,30%) e André Pioli, 18.847 votos (23,41%), isto é, 39.359 votos de diferença. É muito voto.
O PASSADO NÃO GARANTE O VOTO
A campanha não teve foco no candidato André Pioli, e sim no que Marcelo Roque realizou. Martelaram o tempo todo o passado. O eleitorado teve a impressão de que era uma campanha preparatória para deputado em 2026. Desconhecer as demandas e os problemas específicos da cidade e do eleitorado fez o candidato André Pioli parecer alheio às reais necessidades da população. O grande perdedor, também, foi o político Marcelo Roque, pois seu candidato André Pioli, teve 32% de rejeição (IRG Pesquisa), encomendada pela TVCI. Um número altíssimo e negativamente contagiante.
A COMUNICAÇÃO FOI DESORGANIZADA
Não houve uma mensagem clara ou coerente no ponto focal de quem era o candidato, Marcelo ou Pioli? O que confundiu o eleitorado. As pessoas perceberam o egocentrismo na campanha do candidato Pioli, onde ele, muitas vezes, ficava em segundo ou terceiro plano. Isso enfraqueceu a credibilidade da campanha. Pioli também insistia em citar o que a gestão Marcelo Roque realizou. O candidato Pioli não teve identidade própria.
SUBESTIMARAM O PODER DAS REDES SOCIAIS
Em tempos de inovação, ignorar ou usar mal as plataformas digitais, com postagens sem engajamento, limita o alcance da campanha. Houve um período na campanha do candidato André Pioli em que não fizeram esse planejamento de forma adequada. Basta checar e analisar as informações do Google e da Meta.
FALTOU PREPARO E SOBROU SOBERBA
Houve despreparo nos debates e nas entrevistas para a imprensa. Não prepararam o candidato André Pioli nem a candidata Camila Roque adequadamente para essas situações. Eles se perderam em argumentos e transmitiram insegurança. Somente nos dois últimos debates, Pioli, estava um pouco mais seguro.
FALTOU INTELIGÊNCIA ESTRATÉGICA
Faltou articulação política com a base dos sindicatos, igrejas, associações e outros grupos de influência, o que fez com que perdessem força e representatividade. O grupo político do prefeito Marcelo Roque e André Pioli se preocupou em fechar com as lideranças, mas esqueceu da base. Isso não combina com a grande massa votante, ou seja, a base. Um erro estratégico amador. As urnas mostraram uma realidade nunca vista na história de Paranaguá com 72,30% dos votos válidos para Adriano Ramos.
HOUVE DESRESPEITO AOS ADVERSÁRIOS
Ataques pessoais ou desrespeitosos nos comícios e debates do candidato André Pioli mancaram sua imagem e afastaram eleitores. Um exemplo foi a questão da casa própria que o Adriano Ramos não tem, que foi questionada pelo candidato André Pioli; o infeliz comentário do candidato Pioli ao questionar um trabalhador simples por ser despachante; e o assunto sensível de religiosidade, que serviu de ataques em palanques e que foi debatido pelo grupo político do candidato, estando à disposição nas redes sociais e em grupos de WhatsApp. Os eleitores rejeitaram essas atitudes.
A GESTÃO FINANCEIRA FOI INADEQUADA
O uso mal feito dos recursos de campanha, seja com propaganda ineficaz ou má distribuição de fundos, comprometeu a execução de atividades essenciais. Isso não significa que teve irregularidades. Ao comparar a campanha do candidato Adriano Ramos com a do candidato André Pioli, era perceptível a diferença. A campanha visual de Adriano Ramos foi muito superior à de André Pioli, sendo uma verdadeira aula de marketing político. E que aula.
Esses erros são evitáveis com uma equipe experiente, sem egocentrismo e com um planejamento cuidadoso, o que aumentaria as chances de uma campanha bem-sucedida para o candidato André Pioli, ou uma derrota menos vexatória.
Este é apenas um ponto de vista, uma opinião, que pode ser discordada num processo democrático, porém os números apresentados nas urnas são um indicativo de tudo que foi abordado nesta coluna. Contra números, não há argumentos. Contra a vontade do povo, não há discurso que o convença, nem marqueteiro que resolva. Para cada 1 voto no candidato André Pioli, 3 votos foram para Adriano Ramos. No jargão popular “foi uma lavada” nas urnas.
É importante aos eleitores e correligionários saber ganhar e saber perder. Que o respeito seja imperativo para os dois lados.
O que ficou nesta eleição será apenas um indicativo para 2026. Com os vencedores, Adriano Ramos e Fabiana Parro e derrotados, Marcelo Roque e André Pioli.
De um outro lado, vimos uma campanha do time do candidato Adriano Ramos com organização, coerência, planejamento, raça, suor e vontade de vencer uma eleição para prefeito na cidade de Paranaguá aproveitando uma narrativa de vida e trabalho de Adriano Ramos e Fabiana Parro. Os números não mentem, 58.206 votos (72,30%), ficarão na história da cidade mãe do Paraná.
A responsabilidade de Adriano Ramos e Fabiana Parro aumentou de tamanho com essa expressiva votação. Acima de tudo, acima de qualquer marketing político, esteve a VONTADE POPULAR pela mudança! E que mudança! Assim quis o povo. O povo é soberano. E sua vontade nas urnas foi implacável e reconhecida.
Boa sorte a todos.