Nesta quarta-feira, 15, o TCP (empresa que administra o Terminal de Contêineres de Paranaguá) e o Instituto Gremar, realizaram uma ação de educação ambiental com pescadores artesanais das comunidades da baía de Paranaguá. A iniciativa faz parte do projeto “Vamos Desenredar”, que chega pela primeira vez ao litoral do Paraná com o objetivo de recolher ferramentas de pesca abandonadas ou em desuso como redes, cordas e boias, e também para conscientizar os pescadores sobre os impactos da chamada “pesca fantasma” na fauna marinha.
Durante a ação, a equipe do Instituto Gremar fez a coleta dos materiais, promoveu conversas com a comunidade pesqueira e apresentou algumas exposições que mostram o impacto desses resíduos no meio ambiente. Além disso, foram distribuídos brindes confeccionados com redes recicladas, produzidos por artesãs do projeto Rede de Mulheres pela Vida Marinha, que transforma resíduos em produtos de artesanato e decoração.
A atividade faz parte do Programa Saúde e Bem-Estar da TCP e abrange todas as seis comunidades da área de influência direta da empresa: Ilha dos Valadares, Eufrasina, Piaçaguera, Amparo, São Miguel e Ponta de Ubá.
Conscientização aos pescadores
A bióloga Carolina Moretti Ortega, do Instituto Gremar, explica que o projeto nasceu em São Paulo, mas vem se expandindo para novas regiões com o apoio de empresas e comunidades locais.
“O Instituto Gremar trabalha há mais de 20 anos com projetos ambientais ligados à fauna, sediado no Guarujá, atuando em toda a Baixada Santista. Com o passar dos anos, percebemos a necessidade de atuar também na parte socioambiental, para tentar mitigar os problemas que os animais enfrentam por causa das interações humanas. Assim, em 2021, começamos o projeto ligado aos pescadores e pescadoras artesanais, e agora fomos convidados pela TCP para vir até Paranaguá e trabalhar com as comunidades pesqueiras daqui”, conta Carolina.
Segundo a bióloga, o foco está em recolher materiais de pesca que não são mais utilizados e dar a eles uma destinação correta, seja por meio da reciclagem ou da reutilização.
“Estamos recolhendo redes, cordas, boias e outros materiais que os pescadores não utilizam mais. Esses itens podem ser transformados em artesanato, como gargantilhas, brincos, pulseiras e objetos de decoração. O importante é mostrar que esses materiais ainda têm valor e podem gerar renda para as mulheres das comunidades pesqueiras”, explica.
Além da coleta, o projeto busca sensibilizar os pescadores sobre seu papel na preservação do ecossistema marinho.
“A educação ambiental é essencial. Queremos mostrar para os pescadores a importância da destinação correta desses materiais e o papel deles nesse ciclo. Eles são protagonistas desse processo, porque trabalham diretamente com as redes e ferramentas de pesca. Então nada mais justo do que participarem da transformação desses materiais e do cuidado com o ambiente marinho”, reforça Carolina.

Segundo Carolina, a ação tem sido muito bem recebida pelos locais onde o projeto participa.
“Nós já conseguimos coletar mais de 10 toneladas de materiais em outras regiões. Aqui em Paranaguá, estamos sendo muito bem recebidos, tanto pela TCP quanto pelas comunidades. Os pescadores estão participando ativamente, entregando voluntariamente os materiais e entendendo o valor dessa iniciativa. É muito gratificante ver o projeto expandindo para além de São Paulo”, comemora.
Educação Ambiental no TCP
A analista ambiental da TCP, Victoria Hilary, destaca que a parceria com o Instituto Gremar faz parte das ações de responsabilidade socioambiental da empresa.
“O projeto ‘Vamos Desenredar’ foi criado em 2021 com o objetivo de recolher e destinar corretamente itens de pesca em desuso, como redes, boias e cordas. Além da coleta, ele prevê ações de educação ambiental com os pescadores e promove a saúde e o bem-estar das comunidades”, explica Victoria.
Segundo ela, trazer o projeto para Paranaguá tem um valor especial por se tratar de uma região fortemente ligada à pesca artesanal.

“A ideia é garantir a destinação correta desses itens e, ao mesmo tempo, conscientizar os pescadores sobre os impactos ambientais da pesca fantasma. É uma forma de cuidar da baía e das espécies marinhas, mas também de fortalecer o vínculo entre a TCP e as comunidades que convivem diariamente com o mar”, afirma.
A ação integra o cronograma do Programa Saúde e Bem-Estar da empresa e contempla todas as comunidades do entorno do terminal.
“Ontem começamos na Ilha dos Valadares, hoje estamos em Eufrasina, amanhã será a vez de Piaçaguera e Amparo, e na sexta-feira finalizamos em Ponta de Ubá e Ilha de São Miguel. O projeto percorre as seis comunidades da área de influência direta da TCP ao longo de quatro dias”, detalha Victoria.





