Os manguezais garantem a biodiversidade, protegem a faixa costeira e fornecem recursos para diversas atividades econômicas. Assim, são um dos ecossistemas mais produtivos do planeta. De acordo com dados de 2022 do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), estima-se que 25% dos manguezais brasileiros já tenham sido destruídos desde o começo do século passado.
O litoral do Paraná abriga manguezais distribuídos ao longo do Complexo Estuarino de Paranaguá e Baía de Guaratuba, totalizando 31.199,1 ha. Desta forma, ações de conservação e conscientização devem ser realizadas a fim de que esses ecossistemas continuem cumprindo seu papel na natureza.
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A Portos do Paraná executa um Programa de Monitoramento de Manguezais, vinculado ao licenciamento ambiental do porto, que é conduzido pelo IBAMA.
“O Programa é executado regularmente pela Portos do Paraná com o objetivo de avaliar a estrutura da vegetação e a evolução dos ecossistemas de manguezais nas áreas próximas aos portos de Paranaguá e Antonina para possibilitar a detecção de eventuais alterações nestes ecossistemas”, explicou o engenheiro florestal, Pedro Pisacco Cordeiro, que atua desde 2019 como coordenador de Sustentabilidade da empresa pública Portos do Paraná.
Esses estudos permitem avaliar a estrutura, a composição da vegetação e o estado de conservação do manguezal. “São avaliados por meio de levantamentos fitossociológicos realizados em 23 parcelas permanentes instaladas ao longo da Baía de Paranaguá e Antonina. Os estudos envolvem campanhas periódicas realizadas pelos técnicos em campo para coleta de dados da vegetação, com posterior análise. Os resultados encontrados são reportados anualmente ao órgão ambiental”, afirmou Pedro.
O Programa de Monitoramento também realiza estudos de geomorfologia para avaliar a estabilidade dos sedimentos que compõe as planícies de maré onde estão localizados os manguezais. “Por meio destas avaliações é possível identificar se está ocorrendo eventual avanço ou recuo das encostas ao longo do tempo, identificando se isto se deve a fatores ambientais naturais ou antrópicos”, disse Pedro.
Mutirões de limpeza
Além dos estudos ligados ao licenciamento ambiental, a Portos do Paraná também tem realizado mutirões de limpeza de manguezais em parceria com associações comunitárias, empresas e órgãos públicos.
“Nestas atividades, os resíduos recicláveis coletados são enviados para as associações de recicladores e os demais resíduos são encaminhados para destinação final ambientalmente adequada. Também são realizadas ações de conscientização da população acerca da importância do mangue com recursos de comunicação social como a produção de materiais gráficos, folders e cartilhas, além da divulgação em outdoors e em spots de rádio”, concluiu Pedro.
O último mutirão de limpeza de manguezais da Portos do Paraná, no dia 23 de julho, recolheu 615kg de resíduos no Trapiche do Rocio. A ação contou com a parceria Universidade Estadual do Paraná (Unespar), representantes da Associação de Moradores do Rocio, do Governo do Paraná, da Pavi Serviços Ambientais e da Cia Ambiental.
De acordo com a Portos do Paraná, entre os materiais mais recolhidos estão plásticos e garrafas de bebidas alcoólicas. Também foram removidas peças de roupas e calçados.