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Meio Ambiente

Portos do Paraná monitora vida marinha na Baía de Paranaguá

Objetivo é avaliar impacto das atividades e levantar informações sobre os animais que habitam a região

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Quem faz um passeio de barco pela Baía de Paranaguá se depara com uma das cenas mais buscadas de vida marinha no litoral paranaense, a observação de golfinhos que habitam a região. Esse passeio, que passa bem próximo dos navios atracados no Porto de Paranaguá, revela a biodiversidade do local. Os organismos marinhos e estuarinos são considerados bioindicadores da qualidade ambiental da Baía de Paranaguá e são monitorados trimestralmente pela Portos do Paraná.

O gerente de Meio Ambiente da Portos do Paraná, Thales Schwanka Trevisan, explicou sobre o Programa de Monitoramento da Biota Aquática realizado pela empresa pública. O profissional é graduado em Engenharia Ambiental, mestre em Gestão Portuária e Logística, pós-graduado em Engenharia de Segurança do Trabalho e em Gestão de Projetos. Thales também falou sobre os animais encontrados durante o monitoramento e os cuidados da empresa pública com a vida marinha.

Baía de Paranaguá
Levantamentos visuais e fotográficos são realizados com cetáceos (golfinhos e toninhas). Foto: Fernando Hardt/Portos do Paraná

Folha do Litoral News: Como é realizado o Programa de Monitoramento da Biota Aquática?

Thales: O Programa de Monitoramento da Biota Aquática é realizado de forma sistematizada, seguindo uma metodologia adequada para cada grupo de organismos monitorado em subprogramas, como ictiofauna e carcinofauna que são, por exemplo, as espécies de peixes, caranguejos, dentre outros. O Programa tem como objetivo principal monitorar os organismos aquáticos da baía de Paranaguá, com o intuito de avaliar possíveis impactos das atividades operacionais portuárias e levantar informações que subsidiem ações de mitigação para as espécies que ocorrem na região.  

Folha do Litoral News: Quais animais são encontrados nesse monitoramento?

Thales: Esse monitoramento é realizado com diversos organismos diferentes, seguindo metodologias específicas de amostragem trimestral, como: fitoplâncton (algas microscópicas), zooplâncton (microcrustáceos) e ictioplâncton (ovos e larvas de peixes); animais bentônicos (organismos que vivem associados a substratos como rochas e fundo marinho), carcinofauna (caranguejos e siris) e ictiofauna (peixes). Outros grupos são inventariados mensalmente através de levantamentos visuais e fotográficos como: cetáceos (golfinhos e toninhas), quelônios (tartarugas marinhas) e aves em diferentes pontos ao longo da área de influência dos Portos do Paraná.

Folha do Litoral News: Qual a importância para os portos do Paraná em manter esse monitoramento da vida marinha?

Thales: O monitoramento da biota aquática é um compromisso importante que a Portos do Paraná validou junto ao órgão ambiental responsável pela emissão da licença de operação do porto, o Ibama, para compreender a relação da atividade portuária com os organismos que vivem na baía de Paranaguá e os possíveis impactos dessa atividade. Assim, o monitoramento da biota busca compreender a dinâmica populacional dos organismos marinhos ao longo do estuário e avaliar eventuais alterações nos grupos monitorados, considerando a relação com as atividades portuárias. Por isso, desde 2014, esses monitoramentos são executados de forma contínua, seguindo a metodologia proposta pelo Ibama.

Folha do Litoral News: Durante as obras de derrocagem da Pedra da Palangana houve um trabalho de cuidado com os animais. Como foi realizada essa fase?Thales: Considerando que a baía de Paranaguá é um ambiente com alta biodiversidade, foram adotadas diversas medidas de mitigação de possíveis impactos da obra sobre os animais marinhos, principalmente sobre peixes e botos que ocorrem na região da obra. Essas medidas de mitigação envolveram ações de afugentamento da fauna com equipamentos específicos, antes das atividades de detonação subaquática, e medidas mitigadoras como o monitoramento visual por profissionais especializados de um raio de suspensão da detonação em caso do aparecimento de cetáceos (como os botos-cinza) em um raio de 1000 metros, a utilização de equipamentos acústicos para afugentamento do local da detonação conhecidos como pingers, dentre outras medidas. Todas essas medidas demonstram os cuidados que a Portos do Paraná adotou para mitigar os impactos da obra sobre a fauna marinha.

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