O tempo contribuiu e cerca de 250 voluntários participaram do Dia Mundial da Limpeza, em três pontos do litoral, no último sábado, dia 28. Foi retirado todo tipo de lixo de Pontal do Paraná, Paranaguá e Matinhos, em uma grande mobilização em prol da conservação dos ecossistemas marinhos e costeiros.
Voluntários encontraram TVs, calçados, plásticos de todo o tipo, restos de móveis, garrafas de vidro, redes de pesca e até uma âncora de barco. Muito além de despoluir as praias, a proposta era de sensibilizar as pessoas sobre a importância de cuidar do oceano.
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Os materiais, que somaram cerca de duas toneladas, foram encaminhados para associações de coletores locais para destinação adequada.
“Com essa ação, enxergamos o problema e todos acabam vendo um pouco da própria responsabilidade. Também mostrando para a sociedade que estamos preocupados e que vamos mobilizar cada vez mais pessoas para conscientização e recuperação dessas áreas. O lixo afeta a biodiversidade, a nossa vida e afeta a economia”, comentou o oceanógrafo Ariel Scheffer, conselheiro da Associação MarBrasil, uma das organizadoras do mutirão.
Estudantes também contribuíram com a ação, batizada de Onda Limpa Paraná: Conexão por Rios, Manguezais e Praias. Bianca Filas, de 14 anos, faz parte do grupo de robótica Valhalla, de São José dos Pinhais. O grupo pesquisa possíveis equipamentos que possam contribuir no estudo dos recifes e corais. Ao saber da limpeza de praias, reuniu os amigos e a família e desceu para a praia de van.
“Fazer o bem para nosso meio ambiente também vai reverter para a gente, porque o mar é simplesmente o nosso berço, nos fornece materiais, oxigênio e alimento. Precisamos proteger isso”, comenta Bianca.
Em Pontal do Paraná, a coordenação ficou a cargo do Programa de Recuperação da Biodiversidade Marinha (Rebimar). A tenda da equipe de Educação Ambiental levou informações sobre a fauna marinha, os ecossistemas e as pesquisas desenvolvidas.
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Um dos campos de estudo do Rebimar são os manguezais e, este ano, a limpeza foi estendida a esses ambientes úmidos, na transição da terra com o mar, em parceria com o Projeto Guardiões dos Manguezais Parnanguaras, outro projeto da Associação MarBrasil.
Por fim, foram selecionados alguns sacos como amostras, para avaliar os tipos de resíduos coletados. Pesquisadores pesaram e analisaram os conteúdos.
“O plástico foi o resíduo mais abundante. Coletamos desde embalagens de alimentos, garrafas pet, copos descartáveis, isqueiros, brinquedos, bomba de encher pneu, janela, restos de embarcação, restos de rede de pesca, isopor, sapatos e chinelos, e galões de produtos químicos. Recolhemos inclusive resíduos muito perigosos como vidros quebrados, lâmpadas e seringas. Além disso, foi possível encontrar resíduos de origem internacional, como garrafas da água e embalagens de alimento”, contabiliza Fernanda Possatto, coordenadora das pesquisas sobre lixo no mar.
Com informações do Da Assessoria