Na quinta e sexta-feira, dias 25 e 26 de abril, a Portos do Paraná realizou a primeira Oficina de Coleta e Despolpa de Juçara, fruta semelhante ao açaí amazônico. Cerca de 80 moradores da comunidade da Ilha do Amparo, em Paranaguá, participaram do evento, realizado na Associação Comunitária dos Moradores de Amparo. A oficina tem como objetivo fomentar a geração de renda aliada à conservação ambiental nas comunidades locais.
O diretor de Meio Ambiente da Portos do Paraná, João Paulo Santana, disse que o curso é muito importante para o desenvolvimento sustentável do território, trazendo a consciência ambiental e a educação alimentar. “É um momento de troca de conhecimento com a comunidade, onde demonstramos uma nova forma de olhar para a palmeira juçara, que até então, era derrubada para a retirada de palmito, condenando a espécie. Agora, com o conhecimento da despolpa dos frutos, é possível uma mudança cultural, trazendo renda às comunidades e incentivando o replantio das sementes contribuindo para a preservação da espécie”, destacou Santana.
No primeiro dia, o Instituto Juçara de Agroecologia deu uma palestra sobre o tema e fez uma pesquisa de campo para a coleta dos frutos. Na sexta-feira houve a colheita, o preparo, a despolpa e o congelamento do produto.
“Esse tema despertou muito interesse das mulheres da comunidade, das crianças, do pessoal da escola, que já estão querendo se organizar para quem sabe, conseguir adquirir uma despolpadeira para fazer esse trabalho e dar continuidade para que o trabalho não se encerre após o fim do curso”, enfatizou o coordenador de Sustentabilidade da Portos do Paraná, Pedro Pisacco Pereira Cordeiro.
O fruto juçara é semelhante ao açaí da Amazônia, mas é produzido por uma espécie de palmeira diferente. Esta palmeira é mais conhecida por ter sido explorada para produzir o palmito juçara. O “açaí” juçara é rico em antocianina, um antioxidante que dá a coloração mais escura de roxo.
O vice-presidente do Instituto Juçara de Agroecologia, Rafael Serafim da Luz, afirmou que tem mercados que já vendem o quilo da polpa pura por até 50. “É muito mais rentável do que o palmito, que você precisa cortar a árvore para extraí-lo, que você vai conseguir de 10 a 15, 20 reais e ainda vai eliminar a planta”, explicou Rafael.
Cursos e oficinas da Portos do Paraná
Desde 2019, a empresa pública já realizou dezenas de oficinas de capacitação e cursos profissionalizantes gratuitos para comunidades litorâneas do Paraná. As iniciativas visam promover além de práticas permaculturais, a educação ambiental, a organização comunitária e a valorização ambiental ao tempo em que apresenta possibilidades de geração de renda para os membros das comunidades.
Com informações da Portos do Paraná