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Meio Ambiente

Índice de baleias-jubarte encontradas mortas no País alerta pesquisadores

Número de encalhes bateu recorde em 2021

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O grande número de encalhes de baleias-jubarte (da espécie Megaptera novaeangliae), registrado no litoral brasileiro nos últimos meses, está chamando a atenção da população e alertando os pesquisadores. Basta acessar as redes sociais para conferir diversas fotos e vídeos destes grandes animais em quase toda a costa.

“A presença das baleias-jubarte é comum no litoral do Brasil, pois entre julho e novembro elas migram até o sul do Bahia para reprodução e Santa Catarina e Paraná estão na rota deste percurso. Entretanto, não costumam passar perto da costa e, por isso, não são avistadas. Porém, neste ano, elas têm ficado muito próximas das praias. Infelizmente, os números de baleias-jubarte encontradas mortas também bateram recorde em 2021”, divulgou o Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS) Área SC/PR.

O projeto busca animais marinhos encalhados e já registrou, só neste ano, 27 baleias-jubarte sem vida. Destas, 13 foram encontradas no litoral norte catarinense, seis em Florianópolis e oito no litoral paranaense. Um número muito superior aos anos de 2019, com total de sete registros, e 2020 com apenas seis. 

Segundo o biólogo e coordenador geral do projeto, André Barreto, este aumento pode ter diversas causas. “A população das jubarte no Oceano Atlântico felizmente está crescendo, o que pode contribuir com o aumento de avistagens, mas acredito que não aumentou tanto de um ano para o outro, para justificar essa diferença que estamos observando”, afirmou Barreto. “Algo mudou neste ano para elas se aproximarem da costa, e não sabemos se foi algo na costa brasileira ou estamos vendo um reflexo de mudanças nas áreas de alimentação no continente Antártico”, completou.

Causas

As equipes executoras, sempre que possível, realizam o procedimento de necropsia nos animais encontrados sem vida com o intuito de identificar as condições de saúde em que eles se encontravam ao encalhar na praia e apontar possíveis causas que os levaram a morte.

Nos procedimentos realizados nas jubarte, os profissionais encontraram muitos indicativos de emalhes acidentais com redes de pesca. Não é possível afirmar que este seja o fator responsável por todas as mortes, mesmo assim, evidencia uma necessidade de um olhar coletivo para este problema, de acordo com informações do projeto.

Cada espécie tem um papel na manutenção do ecossistema e a mortalidade excessiva de algumas pode desequilibrar o sistema.

Com informações do Laboratório de Ecologia e Conservação (LEC), da Universidade Federal do Paraná (UFPR).

Foto: Divulgação LEC

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