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Meio Ambiente

Consumo e comercialização de ostras está proibida temporariamente em Guaratuba

Medida determinada pela Sesa vale também para mexilhões, vieiras e berbigões

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Foi detectada presença de toxina acima dos limites máximos nos moluscos produzidas por microalgas marinhas / Foto: IDR

Na sexta-feira, 26, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) emitiu determinação proibindo temporariamente o consumo e comercialização de moluscos bivalves, que englobam ostras, mexilhões, vieiras e berbigões, na baía de Guaratuba, no litoral do Paraná. A medida ocorre após a Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar) detectar a presença de uma toxina acima dos limites máximos nos moluscos, substância esta chamada de ficotoxina ácido ocadáico, que é produzida por microalgas marinhas que servem de alimento dos moluscos. 

Segundo a Sesa, ainda que a substância não cause mal às ostras e mexilhões, “elas podem provocar náuseas, dores abdominais, vômitos e diarreia nas pessoas que os consomem”, completa. “Das duas amostras coletadas pela Adapar, uma registrou a presença de 183,8µg/kg da substância, acima do limite máximo, que é de 160 µg/kg, permitido para o consumo, e outra esteve dentro do limite, com 157,5 µg/kg”, informa a pasta.

Segundo o Governo do Estado, um monitoramento é realizado a cada três dias pela Adapar, sendo que novas amostras devem ser enviadas ao laboratório nesta semana. “A proibição será mantida até que novos exames apontem queda na presença da toxina. Até lá, caso seja constatada a comercialização irregular dos bivalves provenientes da região da Baía de Guaratuba, os produtos serão apreendidos pela Vigilância Sanitária”, completa.

Maré vermelha

“Os primeiros sinais da proliferação excessiva das algas produtoras da toxina é a mudança da coloração do mar, que fica avermelhado. O fenômeno, que é temporário, pode ser causado por mudanças nas correntes marítimas e das condições climáticas. Desde o início das investigações, os produtores de Guaratuba já haviam suspendido ostras dos meios de cultivo por iniciativa própria, por segurança. A mesma medida foi tomada pelos órgãos competentes de Santa Catarina, onde também foi verificado o fenômeno”, afirma a assessoria. 

Segundo a Sesa, ainda que a substância não cause mal às ostras e mexilhões, “elas podem provocar náuseas, dores abdominais, vômitos e diarreia nas pessoas que os consomem” / Foto: Adapar

A Sesa informa que, aos consumidores dos moluscos que sentirem os sintomas gastrointestinais previstos, “a orientação é que procurem atendimento na unidade de saúde mais próxima e realizem a notificação à Vigilância Epidemiológica ou à Vigilância Sanitária municipal”, completa.

CRMV-PR

Em nota, o Conselho Regional de Medicina Veterinária do Paraná (CRMV-PR) emitiu nota sobre o caso, destacando a atuação dos médicos-veterinários. “O CRMV-PR aproveita para reforçar a importância do médico-veterinário na garantia da qualidade dos alimentos e na proteção da saúde pública. A atuação desses profissionais é fundamental no monitoramento e controle de contaminantes em alimentos de origem animal, como as ostras. Eles desempenham um papel vital desde a produção até a comercialização, assegurando que os produtos consumidos pela população estejam livres de substâncias nocivas”, completa.

“A detecção de DSP em ostras ressalta a necessidade de vigilância constante e a aplicação rigorosa de normas de segurança. Os médicos-veterinários realizam análises detalhadas e utilizam técnicas avançadas para identificar e mitigar riscos, prevenindo surtos de doenças transmitidas por alimentos e protegendo o bem-estar dos consumidores. Por isso, o CRMV-PR reafirma seu compromisso com a saúde pública e a qualidade dos alimentos, reconhecendo e valorizando o trabalho indispensável dos médicos-veterinários nesse processo”, finaliza o Conselho em nota.

Com informações da AEN e CRMV-PR

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