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Meio Ambiente

Coleta seletiva e proteção dos mangues podem contribuir na prevenção de enchentes

Muitos ainda não têm o hábito de separar o lixo reciclável em casa

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Diante das inundações que deixaram mais de 600 mil pessoas desabrigadas no Rio Grande do Sul e cenas que comoveram o Brasil e o mundo, se debate também se é possível prevenir esses casos. Afinal, é possível evitar que enchentes dessas proporções ocorram e proteger a população?

Entre os meios de prevenção apontados por especialistas está a desocupação de áreas de risco, a criação de reservas florestais nas margens dos rios, um planejamento urbano mais consistente, além, é claro, da diminuição dos índices de poluição e geração de lixo.

Uma das formas de se fazer isso é convencer a população quanto a importância da coleta seletiva. Em Paranaguá, caminhões destinados para essa coleta passam por todos os bairros em dias e horários pré-determinados de acordo com um cronograma disponível no site da Prefeitura de Paranaguá.

“O município conta com coleta seletiva, de orgânicos e de volumosos. O que o munícipe precisa fazer é colocar no horário e no local correto, se ele faz isso evita que esse material tenha uma destinação inadequada e uma dessas destinações é justamente obstruir as bocas de lobo, bueiros e tem todo o problema decorrente dessa questão”, enfatizou o secretário municipal de Meio Ambiente de Paranaguá, Diego Delfino.

Caminhão da coleta seletiva em Paranaguá passa por todos os bairros em dias alternados

No entanto, ainda que o serviço exista e funcione, muitas pessoas ainda não têm o hábito de separar o lixo reciclável em suas residências. 

“A adesão da população para a coleta seletiva ainda é baixa. E não só em Paranaguá, é um desafio nacional. Temos ainda muito a crescer. Aqui em Paranaguá procuramos simplificar a fala com o munícipe e, de modo geral, temos notado que aos poucos a população vem aderindo a coleta de maneira adequada. É um trabalho a longo prazo, basta citar cidades como Florianópolis e Curitiba como pioneiras nesse assunto, mas que começaram esse programa há 30 anos e, ainda assim, estão longe do ideal”, destacou Diego.

Manguezais

Segundo a Unesco, a cobertura de mangue no planeta caiu pela metade nos últimos 40 anos, favorecendo a ocorrência de inundações e representando uma ameaça ao equilíbrio natural no combate às mudanças climáticas. Os mangues são capazes de absorver grande quantidade de água, diminuindo as chances de inundações em áreas povoadas após fortes chuvas.

O secretário de Meio Ambiente de Paranaguá, lembra da relação dos mangues com a ocorrência de inundações e ressalta que há trabalhos para preservação desses ecossistemas. 

“O município, Estado e União vem desenvolvendo ações para combater as invasões nesses espaços. O município já tem programas de recuperação de áreas degradadas em alguns espaços de mangues, um deles no Jardim Guaraituba que já foi aprovado pelo IAT (Instituto Água e Terra), portanto será feita a recuperação desse local”, afirmou Diego.

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Paranaguá tem projeto piloto para semear mangue
Foto: Divulgação/Secretaria de Meio Ambiente

A Secretaria também tem um projeto piloto para semear mangue. No fim do ano passado, em comemoração ao Dia do Rio Itiberê, foram plantadas 80 mudas de mangue-vermelho (Rhizophora mangle) em uma área de 60 metros na margem oeste do Rio Itiberê, próximo à cabeceira da passarela da Ilha dos Valadares.

“Na Semma, temos um projeto piloto que é de semear mangue, outros Estados já entraram em contato para entender como é a nossa sistemática. Temos um espaço na Secretaria reservado para isso”, contou Diego.

De acordo com dados divulgados no ano passado, os manguezais ocupam atualmente uma área de, aproximadamente, 10 mil quilômetros quadrados em todo o Brasil. O ecossistema típico de regiões litorâneas desempenha importante função para o equilíbrio ambiental e para a manutenção da vida marinha.

Submetidos aos ciclos das marés que fazem o nível da água subir e descer, os manguezais abrigam grande biodiversidade e é um berçário natural para várias espécies de peixes e crustáceos que ali se reproduzem e se alimentam. Desta forma, também tem relevância econômica por ser fonte de renda de famílias que vivem da pesca.

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