Na tarde da terça-feira, 11, o prefeito de Morretes, Junior Brindarolli, concedeu coletiva na sede da Prefeitura de Morretes onde apresentou ações adotadas pelo município com relação às chuvas recentes que causaram prejuízos em todo o litoral, bem como um balanço dos impactos causados à população. Junto ao secretário municipal de Infraestrutura, Agricultura e Abastecimento, Eudes Gustavo Kemmer, e ao engenheiro civil e ambiental, Lucas Daniel da Silva Galdino, o prefeito apresentou medidas que serão adotadas para atenuar os possíveis efeitos de futuras enchentes, como a criação da secretaria municipal abrangendo condições climáticas e Defesa Civil, destacando futura adoção de de decreto de emergência da prefeitura para acelerar recuperação de estradas rurais e apoio imediato aos moradores.
Segundo o prefeito, nos últimos quatro anos o município realizou investimentos para conter o efeito das enchentes, entre eles mais de R$ 1 milhão na dragagem dos Rios Sagrado, Jacareí e do Pinto, algo essencial para conter efeitos ainda mais críticos nas chuvas que ocorreram na última sexta-feira, 7, e no sábado, 8, em Morretes e todo o litoral. “Houve uma diminuição no efeito enchente que ocasionou entre os dias 7 e 8 uma situação em que muitas pessoas informaram que agora foi muito parecido em 2011, quando ocorreu em bairros como o Floresta, e o Floresta agora foi um bairro atingido, mas não tanto quanto em 2011. A gente credita isso ao trabalho do nosso engenheiro Lucas, da Secretaria Municipal de Obras e de toda a equipe pelas dragagens realizadas”, explica.
“Estamos em contato com o governador Ratinho Júnior, com os nossos deputados Alexandre Curi, Sandro Alex e Alisson Wandscheer, para conseguir mais recursos para fazer a dragagem de todos os rios de Morretes. Nós já temos certo R$ 850 mil neste ano, mas iremos buscar R$ 2 milhões para fazer a dragagem dos rios. Só quem esteve em campo, e vocês estiveram lá na última sexta-feira, 7, e sábado, 8, viram o estrago que o rio faz quando sai do seu leito e muitas vezes ele sai do seu leito por estar assoreado. Nós estamos falando de vidas humanas, vidas de animais que temos na região, que devem ser preservadas. Temos que preservar a nossa Mata Atlântica, bem como a nossa Mata Ciliar”, afirma Brindarolli.
Secretaria abrangendo questões climáticas e Defesa Civil
O prefeito destacou que o foco é fazer com que os rios não transbordem, como aconteceu principalmente nas regiões do Sambaqui e Candonga. “Viemos aqui creditar este trabalho feito nos últimos quatro anos com repasse de mais de R$ 1,2 milhão do Governo do Estado”, afirma. “Com relação às condições climáticas, sabendo também que Morretes está aumentando sua população, tínhamos 15 mil habitantes em 2010 e já temos em 2025 um total de 19 mil habitantes, queremos então ampliar este cuidado, a ideia é criar uma secretaria para atender questões climáticas e Defesa Civil para buscarmos recursos no Governo do Estado e Governo Federal para estar pronto para outras catástrofes e emergências como esta. Não queremos agourar nada, mas sim estarmos preparados caso algo aconteça”, frisa, destacando que o projeto para criação da pasta será enviado à Câmara Municipal e analisado pelos vereadores.
“O município de Morretes é geograficamente a região central do litoral. Se acontecer algo de Morretes, pode comprometer inclusive os municípios vizinhos do litoral, como aconteceu em 2011 com pontes e tudo mais, onde a região ficou ilhada. Temos que prever isso com uma equipe maior e melhor do que já é. Quero aqui agradecer todos os funcionários da Defesa Civil, a gente pretende ampliar os nossos serviços para a população”, destaca Brindarolli.
Reunião com o Governo do Estado
Na segunda-feira, 10, o prefeito foi a Curitiba realizar reunião com o Governo do Estado para viabilizar recursos para apoio à população afetada pelas recentes chuvas. “Entre hoje e amanhã estaremos recebendo mais cestas básicas do Governo do Estado. Temos que estar preparados para atender possíveis novos desastres como aconteceu agora, então o Estado nos abriu as portas e estamos preparando toda a análise do que aconteceu e atendendo a população o mais rápido possível. O Estado nos passou a incumbência de estar preparado caso aconteça outra situação como essa, por isso estamos ampliando e temos que estar aqui no Almoxarifado Central, como já tínhamos nesta questão, diversos itens foram repassados à população”, destaca o gestor municipal.
“O Governo do Estado colocou mais equipes do Corpo de Bombeiros à nossa disposição também. Estamos lutando para atender todas as áreas atingidas, sabemos que isso tem que ser rápido”, afirma o prefeito. Com relação ao decreto de emergência, o principal foco é viabilizar recursos para as estradas rurais e o direito de ir e vir dos moradores. “Isso diminui um pouco a questão burocrática, mas temos que seguir as leis e vamos seguir, porque é assim que fazemos”, complementa.
200 famílias atingidas e atendimento rápido
As chuvas que aconteceram em Morretes recentemente afetaram mais de 200 famílias em Morretes com atendimento constante das equipes do município. “Tenho um levantamento de que até segunda-feira, 10, foram entregues mais de 80 colchões, kits como travesseiro e coberta também, cestas básicas, kits de higiene pessoal e de limpeza, para todas as famílias, inclusive rodo, vassoura, água sanitária, com preocupação de atendê-los rapidamente. Estamos buscando ainda mais kits para atender, pois houveram áreas em que estamos chegando agora. Foi uma resposta rápida, inclusive elogiada por quem atua na área há algum tempo, mas temos que ser cada vez mais rápidos para atender”, explica Brindarolli.
Mapeamento da Defesa Civil
O mapeamento realizado pela Defesa Civil nos últimos meses junto à população, bem como alertas e atuação contínua colaboraram neste atendimento aos moradores após as enchentes. “Esse pós-emergência tem que ser feito para avaliarmos coisas que estão corretas ou que precisam ser atualizadas. Os cadastros precisam estar em constante atualização e ampliar esta tecnologia. Esta ideia de buscarmos mais recursos é também para ampliarmos a tecnologia e chegarmos mais rápidos”, explica o gestor. O prefeito destacou também que não houve nenhuma vítima fatal em Morretes devido às chuvas de fevereiro de 2025. “Só tivemos danos materiais, algo importante para nós, mas precisamos inclusive diminuir esses danos materiais nos próximos anos”, finaliza.
Engenheiro detalha desassoreamento realizado em rios de Morretes
Lucas Daniel da Silva Galdino, engenheiro civil e ambiental, destacou as ações adotadas pelo município para atenuar os efeitos das chuvas nos rios. “O desassoreamento é um convênio com o Instituto Água e Terra (IAT) da Operação Verão, algo que acontece há alguns anos desde que o município que vêm resgatando a questão das certidões negativas de débito, então houve este resgate também com o Governo do Estado. O município, a partir desta interação, conseguiu também interagir com os técnicos, entre eles o diretor-presidente do IAT, José Luiz Scroccaro, entre outros como a Tatiane e o Altamir, o pessoal do litoral, onde conseguimos fazer os projetos e licenciamento deste projeto de desassoreamento, onde foram repassados mais de R$ 850 mil e, fora isso, também teve a questão de resíduos sólidos. É um projeto bem completo do IAT”, explica.
Segundo o engenheiro, o projeto ajudou muito na questão dos rios e quantidade alta de chuvas. “Como em 2011 se atingiu muito a região da Floresta com o rio Jacareí, que é uma bacia hidrográfica que fica entre Morretes e Paranaguá, afetando os dois municípios, bem como Antonina e a questão do Porto”, explica Galdino, frisando que foram aproveitados estudos para fazer o desassoreamento na região, bem como em rio do Pinto, Sagrado, Nhundiaquara, Marumbi, entre outros. “A intenção agora, como o prefeito falou, é atingir regiões mais centrais e ir subindo. Como temos vários rios em Morretes entrelaçados por dentro do município, a intenção é fazer a manutenção desses rios para que eles não afetem diretamente a população, não só na questão de leito, mas também na mata ciliar. É uma questão de recuperação das matas ciliares e recuperação ambiental, sendo um trabalho de sustentabilidade da população e da Prefeitura”, finaliza.
