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Litoral

Katia Simões França é uma das referências na pesca artesanal em Pontal do Paraná

Ela é casada, mãe de três filhos e pescadora de profissão

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Katia Simões França nasceu em Curitiba e mora no litoral do Paraná há sete anos. Hoje ela reside em Pontal do Paraná e há cinco anos é pescadora e faz parte do grupo Dragões do Mar, que trabalha o turismo, cultura, meio ambiente, música e arte. Katia e seu esposo entram na embarcação estilo viking e saem ao mar para realizar a pesca artesanal.

“Jamais imaginaria que iria me tornar pescadora, pois sempre trabalhei em vários outros setores, como segurança, bioterapeuta, acupunturista, técnicas de terapias florais e vim para o litoral do Paraná há sete anos e estou como pescadora há cinco anos. O nosso estilo de pesca é a malha 6, malha 7, malha 10, 14, 16, 18 e 22. Nós pescamos pescada amarela, robalo, linguado, cavala, salteira, corvina, paru, badejo e até lagosta já pegamos. Eu jogo a rede e meu marido é quem trabalha mais”, contou a pescadora Katia Simões França.

Assim que chegou para morar no litoral, Katia ainda não pensava em ser pescadora e, junto com o marido, conseguiu um imóvel. Aos poucos ela foi ajudando os pescadores da região a puxar as canoas e posteriormente seu marido começou a pescar. “Havia um preconceito da mulher na pesca, que não podia chegar à praia e à canoa, mas eu me encantei e comecei a camboar com meu companheiro e depois disso eu disse que queria pescar no mar”, lembrou.

“No início eu não sabia nem pegar no peixe para limpar e nem siri, mas depois fui me desafiando e aprendi”, lembrou a pescadora

O tempo foi passando e Katia resolveu vender um imóvel que possuía em Curitiba para poder comprar a própria canoa e iniciar a pesca no mar, que era um de seus objetivos após trocar a capital do Estado pelo litoral. “Eu tinha um imóvel em Curitiba, vendi e comprei o material para fazer a nossa canoa, minha e do meu marido. Então, hoje eu sou uma pescadora, faço canoas grandes e pequenas como réplicas, que já foram dadas a várias autoridades. A minha pesca é artesanal, saímos ao mar, muitas vezes vamos até as ilhas e já viajamos para Superagui. No início eu não sabia nem pegar no peixe para limpar e nem siri, mas depois fui me desafiando e aprendi”, disse.

Katia contou como foi a primeira vez que foi pescar com o marido em sua própria canoa e o que mudou de lá para cá. “Neste dia o mar está agitado e a canoa estava balançando bastante. Eu puxava a rede de pesca e ao mesmo tempo começava a passar mal. Hoje em dia eu lanço as redes na mão igual os pescadores mais antigos, sai aquele leque, coisa mais linda. Amo minha profissão de pescadora, defendo os pescadores em qualquer lugar que eu vou, muitas vezes tentam nos prejudicar por estarmos lutando pelos pescadores”, pontuou Kátia.

“Amo minha profissão de pescadora e defendo os pescadores em qualquer lugar que eu vou”, afirmou.

Ao longo do ano, Katia realiza várias ações sociais juntamente com depois colegas de profissão, através do projeto Dragões do Mar, com o barco viking. “Além do barco, a nossa banca de pesca é estilo viking. Nós quisemos fazer diferente em Pontal do Paraná justamente para ser um ponto turístico, como um protótipo, que fosse alavancado para Pontal do Paraná e litoral inteiro. Nós também trabalhamos com esculturas e as nossas canoinhas Dragões do Mar que são as nossas criações”, descreveu Katia, que afirmou que além da pesca artesanal, essas réplicas de canoas em miniaturas também são fonte de renda.

“Eu vou me lançando aos desafios, porque o mar é diferente de Pontal do Paraná para Superagui, lugares que eu costumo pescar. Já passamos alguns perrengues na pesca, quebramos no mar e eu já ouvi até o canto da sereia, não sei se era sereia mesmo, mas só eu que ouvi, o meu marido não ouviu. As mulheres precisam ter mais apoio, pois ainda hoje é raro ver uma mulher no mar. Quando eu estou em terra firme, estou limpando os peixes, assim como as mulheres que trabalham com seus maridos. Mesmo assim, nós mulheres precisamos de mais incentivos, valorização, tanto a mulher quanto o homem que vivem da pesca”, destacou a pescadora artesanal.

Katia Simões França tem três filhos e todos estão estudando, inclusive um está na faculdade. “Estamos ensinando para eles a arte da pesca artesanal para que as futuras gerações continuem esse estilo de pesca no mar. O visitante quando vem para o litoral busca comprar peixe do pescador artesanal, o povo fica encantado quando vê nossa banca, nosso estilo, e quer conversar, conhecer um pouco mais do trabalho, do dia a dia, visitar nossa canoa viking e quando a gente leva as pessoas para pescarem elas ficam encantadas. Então, nosso desejo é propagar a pesca artesanal e que não se percam as tradições”, observou.

Kátia vendeu um imóvel em Curitiba para fazer sua própria embarcação

Além do trabalho diário entre a terra firme e o mar, Kátia segue com trabalhos sociais e buscando conseguir mais pessoas para aumentar o grupo. “Já fizemos campanha de páscoa, natal, coleta do óleo, nosso objetivo é conseguir uma cadeira anfíbia, fazer um mercado ecológico e sustentável, então a gente tem muitos projetos, mas faltam as oportunidades e, por isso, vamos em busca delas para chegarmos aos nosso objetivos. Durante a pandemia, nós conseguimos a vacinação para todos os pescadores através de uma parceria entre a Prefeitura e a Secretaria de Saúde de Pontal do Paraná”, concluiu.

Festa do Pescador em Pontal do Paraná

No domingo, 3, um evento irá ocorrer no Centro Cultural, ao lado do Centro de Eventos Marissol, para celebrar o Dia do Pescador, em Pontal do Paraná. O objetivo é valorizar a tradição e preservação da cultura do pescador artesanal, buscando conquistar o tombamento como Patrimônio Histórico, Cultural e Imaterial.

“Somado à inclusão no calendário de eventos de Pontal do Paraná nos próximos anos. Fomentando os setores de turismo, da pesca, comércio, artesãos, moradores, ambulantes e artistas locais do município. Então, você é nosso convidado especial. O prêmio principal será de um motor. Haverá ainda apresentações, homenagens, brindes, gincanas e muito mais”, convidou Katia.

Os pescadores deverão apresentar o registro de pesca ou protocolo e documento de identificação pessoal no dia do evento.

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