Na tarde da terça-feira, 8, funcionários da BR Travessias, responsável pela travessia de veículos e passageiros na baía de Guaratuba, realizaram uma paralisação do serviço a partir das 14h, algo que ocorreu devido ao atraso nos salários dos colaboradores e receio de que a empresa não fizesse o pagamento, visto a possível troca da concessionária responsável pelo serviço anunciada pelo Governo do Estado na segunda-feira, 7. A mudança na gestão do ferry-boat e acordo para nova empresa assumir o serviço de forma emergencial em seis meses ocorreu devido a diversos problemas, entre eles balsas ficaram à deriva, desmoronamento de um dos flutuantes e filas, que ocasionaram a aplicação de 141 autos de infração.
Por volta das 15h, representantes do Estado, Departamento de Estradas e Rodagem do Paraná (DER-PR) e BR Travessias se reuniram, onde ficou acordado o pagamento das remunerações atrasadas até a quinta-feira, 10. Com isso, os funcionários retomaram seus postos, entretanto filas prosseguiram durante o período da tarde para acesso às embarcações.
Detalhes da paralisação
Durante a paralisação, veículos de emergência podem embarcar e fazer a travessia, de acordo com os manifestantes, que paralisaram a atuação das embarcações responsáveis pelo serviço. Apenas um ferry-boat esteve em funcionamento para questões emergenciais. A Polícia Rodoviária Estadual (PRE) está acompanhando a manifestação.
“O pessoal pediu um auxílio jurídico nesta paralisação na balsa de Guaratuba tendo em vista que houve atraso no pagamento dos salários até o quinto dia útil, que seria até o sábado passado, e até o momento não foi feito nenhum pagamento. Todas as famílias e trabalhadores estão sem receber o salário. Eles estão com receio de que a empresa abandone toda a estrutura, vá embora e não pague ninguém. Esta é a maior preocupação dos trabalhadores”, explica o advogado dos funcionários, Henrique Barbosa, frisando o empenho contínuo dos trabalhadores para realizar o serviço de travessia.
De acordo com o advogado, a empresa prometeu que realizará o pagamento entre a terça-feira, 8, e a quarta-feira, 9, entretanto, antes da reunião ocorrida com representantes de todos os envolvidos o receio era grande da concessionária ir embora de Guaratuba sem garantir a remuneração de seus colaboradores. Barbosa salientou que a paralisação teve respaldo como situação de greve, algo previsto na Constituição Federal (CF), com passagem garantida de serviços de emergência, entre eles viaturas policiais, ambulâncias e outros veículos. “Eles querem uma resposta da empresa de que o salário vai ser pago, de que eles tenham uma garantia de pagamento de que não serão abandonados aqui sem receber seus salários e verbas rescisórias, caso efetivamente haja este abandono por parte da empresa”, finaliza o advogado.
BR Travessias não se manifesta
A Folha do Litoral News entrou em contato com a BR Travessias sobre a paralisação e situação do serviço, no entanto, até o momento não obteve resposta.
Com informações da Rádio FM Litorânea 91,5 – Guaratuba