Litoral

Flutuante no cais do ferry-boat desmorona em Guaratuba

Apenas dois, dos quatro cais, estão operando no serviço de transporte

Na noite da segunda-feira, 31, o flutuante de embarque do ferry-boat em Guaratuba número 1, localizado na margem sul, ao lado da cidade de Caiobá, ao lado da praia de Caieiras, cedeu e terá que ser reconstruído pela empresa BR Travessias, responsável pelo transporte de veículos e passageiros na baía de Guaratuba. Além disso, outro cais, conhecido como ponte 3, que fica na margem da balsa ao lado de Caiobá, em Matinhos, está interditado para obras durante período indeterminado, fazendo com que o desembarque e embarque de veículos ocorra somente em dois cais, um em cada margem de ida e volta do ferry-boat.

Segundo nota da BR Travessias, com relação ao flutuante que cedeu, a concessionária informa que o porto estava inoperante por mais de 24 horas, passando por inspeção. “No momento em que parte da estrutura cedeu não havia risco à segurança. A concessionária informa ainda que já havia trabalhado na referida ponte no ano passado, ocasião em que realizou  sérias intervenções”, completa. 

A empresa afirma que, conforme divulgado na tarde da segunda-feira, 31, “todas as estruturas estão sendo inspecionadas e passarão por um processo de reconstrução que implicará  em interdição de ponte e flutuante”, completa. “A BR Travessias reafirma  o seu  compromisso com o cumprimento das condições de segurança de todos os elementos da operação”, informa.

Obras na margem próxima a Caiobá

A concessionária afirma também que está realizando um reforço na estrutura da ponte 4, que fica ao lado da base náutica do Corpo de Bombeiros do Paraná, está sendo reforçado e funcionando normalmente. “A ponte utilizada  para balsas, deverá servir de atracadouro também para os ferry-boats nos próximos dias, período em que a ponte 3 estará interditada”, informa a nota. 

Segundo a empresa, devido ao adiantado estado de deterioração da ponte 3 e do flutuante, toda a estrutura foi interditada no fim da segunda-feira, 31. “A obra, que faz parte do cronograma apresentado ao Departamento de Estradas e Rodagem do Paraná (DER-PR), é necessária e tem caráter de urgência, dado o risco que oferece em virtude de seu péssimo estado de conservação”, explica.

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Cais 3, próximo à divisa com Matinhos, em Caiobá, está interditado para obras por tempo indeterminado (Foto: Elisson Moraes/Correio do Litoral)

“Não há  previsão de término, já que não se trata de manutenção, mas sim de uma reconstrução com a troca de vigas de ferro (que envolvem solda) e de madeiras. A obra envolverá cerca de 20 colaboradores, e o calendário pode ser afetado pela ocorrência de chuvas, que impedem o trabalho dos soldadores”, ressalta a BR Travessias. 

Por fim, a empresa afirma, que para garantia da segurança dos usuários e pela amplitude da obra “ao contrário do que ocorreu no primeiro semestre de 2021 na margem Guaratuba, e  no final do ano na margem Caiobá, não será possível realizar os serviços liberando um dos lados para o embarque”, detalha. “Reafirmando o seu compromisso com a segurança e a melhoria de estruturas e serviços para atender o usuário, a concessionária lamenta o transtorno que a  obra, de suma importância, já começa a acarretar”, finaliza a nota da BR Travessias.

Calamidade pública em Guaratuba devido à balsa

No dia 11 de janeiro, o prefeito de Guaratuba, Roberto Justus, anunciou o decreto de estado de calamidade pública no município devido ao serviço de travessia, ressaltando que a medida é necessária pela má-prestação, bem como pelo risco à segurança e à vida de moradores e turistas. O gestor pediu neste mês que o Governo do Estado rescinda o contrato com a atual empresa que presta serviços no transporte marítimo de veículos e passageiros, fazendo com que o DER-PR fique responsável pelo serviço ou que seja contratada de forma emergencialmente outra empresa “com competência” para realizar o transporte.

A calamidade pública terá validade de 30 dias. Justus afirma que “não dá mais”, ressaltando também a demora de horas para a travessia de usuários observada nos feriados e fins de semana. Ressaltando que a concessão é do Governo do Estado, o prefeito afirmou que a decretação de calamidade pública já ocorreu em 2021, o que acarretou na encampação de balsas pelo Estado para melhorar o serviço. “É um amadorismo que nos assusta e nos preocupa”, frisa. Justus afirma que estas falhas são alarmantes e “podem sim levar a algum acidente gerando algum dano ambiental, algum prejuízo material e, quem sabe até prejuízo à saúde e à vida dos usuários do serviço”, finaliza. 

Marinha instaurou Inquérito Administrativo para apurar incidente

A Marinha do Brasil, através da Comunicação Social da Capitania dos Portos do Paraná (CPPR), emitiu nota sobre o incidente. “A Marinha do Brasil (MB) informa que tomou conhecimento do naufrágio do flutuante utilizado como cais de atracação na travessia em Guaratuba e enviou uma equipe de Inspeção Naval para averiguar a situação na manhã do dia 1º de fevereiro. Será instaurado um Inquérito Administrativo para apuração das causas, circunstâncias e responsabilidades do acidente. O flutuante naufragado, encontra-se interditado até que sejam restabelecidas as condições de operação e que seja atestada a sua segurança”, informa.

Confira vídeo do flutuante que desmoronou na baía de Guaratuba:

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