Norma de tráfego e permanência nos portos de Paranaguá e Antonina foi atualizada
As operações nos Portos do Paraná ficarão ainda mais ágeis. A partir de agora, os navios não terão restrição para as operações e navegação noturnas. Com o esforço conjunto das autoridades Portuária e Marítima, Praticagem e Operadores, a norma de tráfego e permanência nos portos de Paranaguá e Antonina foi atualizada. As regras foram equalizadas para os dois períodos do dia.
Essa atualização trata, especificamente, do capítulo 8 das normas, que deixa igual “calado diurno e noturno”. Ou seja, permite que os navios entrem e saiam em plena carga (segundo o limite permitido), em qualquer período do dia. O calado é a medida que vai da linha ou superfície da água até o ponto mais baixo da embarcação (quilha). É o quanto o navio é autorizado a submergir, quando carregado.
Segundo o diretor-presidente da empresa pública Portos do Paraná, Luiz Fernando Garcia, com a mudança, os terminais portuários paranaenses ganham em capacidade de operação e oportunidade de novos mercados. “Vamos dar mais agilidade às rotas já operadas por aqui e ganhar novas rotas que não estavam vindo aos Portos do Paraná devido a essas restrições. Entramos no mercado operando totalmente. Os navios que chegarem vão entrar, carregar e ir embora, sem restrição”, diz Garcia.
OPERAÇÕES
O diretor de Operações da Portos do Paraná, Luiz Teixeira da Silva Júnior, afirma que os armadores podem vir com a certeza de carregar toda a carga, independentemente de ser dia ou noite. “Afinal, o Porto é 24 horas; não tem restrição no trabalho em terra. O mar tem que acompanhar”.
Ele explica que essa “diferenciação” entre o calado noturno e o diurno sempre existiu nos portos paranaenses. “À noite os navios ficavam impedidos e tinham que aguardar até o dia seguinte para carregar. Agora, o navio que opera durante o dia pode operar da mesma maneira à noite, tanto na entrada quanto na saída dos portos”, afirma.
AUTORIDADE MARÍTIMA
O capitão dos Portos do Paraná, capitão de mar e Guerra Rogerio Antunes Machado, ressalta que a equalização do calado noturno e diurno em Paranaguá é uma conquista de toda a comunidade portuária. “Marca a conclusão de um processo gradual com o auxílio da área operacional dos Portos do Paraná, a Praticagem, e dos envolvidos indiretamente na navegação marítima dos navios de grande porte”, disse.
Segundo ele, a Capitania sempre primou pela segurança no processo de equalização e a navegação está condicionada à eficiência dos sinais náuticos das boias de balizamento na área de manobras, à visibilidade mínima e à manutenção das restrições operacionais referentes aos canais internos e berços a serem operados.
COMUNIDADE PORTUÁRIA
Felipe Mattos, diretor-administrativo da Paranaguá Pilots, lembra que na praticagem que atuava nos Portos do Paraná existia uma diferença de 1,60 metro entre o calado noturno e diurno nos Portos do Paraná. “Conforme os recursos dos navios foram melhorando, as dragagens foram ocorrendo e as condições de instrumentos utilizados pela Praticagem, os calados vieram se equalizando de 30 em 30 centímetros, de maneira experimental até a equalização total, sem qualquer perda na segurança”, explica.
“Acabava sendo um gargalo ter que esperar a luz do dia para que tais navios com calado mais elevado pudessem navegar. Agora, não. Uma vez prontos e com maré suficiente, eles podem zarpar ou entrar na primeira hora. Um ganho muito grande em termos de eficiência portuária”, diz.
CONTÊINERES
O segmento mais beneficiado com a equalização do calado é o dos contêineres, cujas embarcações são maiores e, com a medida, podem ser melhor aproveitadas e carregadas, dia e noite.
Segundo Juarez Morais e Silva, diretor institucional do Terminal de Contêineres de Paranaguá (TCP), a equalização era uma reivindicação antiga e muito relevante para a cadeia produtiva que demanda o segundo Sistema Portuário da América Latina.
“Isso tem impacto muito positivo para os negócios, fazendo que sejamos um dos primeiros portos brasileiros aptos a receber os maiores navios que atuam no comércio exterior na América Latina. Consequentemente, isto aumentará a capacidade de movimentação, reduzirá custos operacionais e dará ainda maior competitividade ao comércio exterior que tem nos Portos do Paraná o seu canal de conexão global”, afirma. “Como resultado, o Porto de Paranaguá e Antonina entrega ainda mais produtividade e competitividade com segurança operacional para o cliente e o armador”, afirma Juarez.
Fonte: AEN