Os problemas resultantes da falta de manutenção da entrada da cidade, como pavimentação precária, falta de iluminação e fluxo intenso, refletem no trabalho das cooperativas de transporte de Paranaguá. A Cooperativa de Transportes de Cargas e Anexos (Coopanexos) e a Cooperativa Mista e de Transportes de Fertilizantes, Sal Corrosivos e Derivados do Litoral (Coopadubo), por meio dos seus representantes, apresentaram o que acreditam ser a solução. Ambas concordam que obras de infraestrutura poderiam melhorar de forma significativa o desempenho de seus trabalhos, que é altamente impactado pelo acesso prejudicado à entrada da cidade.
Segundo dados da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa), foram 432 mil toneladas exportadas no primeiro mês de 2017 – 57 mil toneladas a mais do que no mesmo período do ano passado. A importação de fertilizantes também cresceu no primeiro mês de 2017, na comparação com janeiro de 2016. Foram 4% de aumento, alcançando as 802 mil toneladas de produto. Os dados indicam que o acréscimo é significativo uma vez que indica que o produtor rural está investindo para as próximas colheitas.
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OBRAS DIMINUIRIAM ATRASOS
A Coopanexos realiza o serviço de carga e descarga de cargas em geral, contêineres, cereais e granel. Hoje, conta com mais de 200 cooperados e uma frota com mais de 500 caminhões, além de ser responsável pelo atendimento da maior parte das empresas que operam cargas no município.
Segundo o presidente da Coopanexos, Rodrigo dos Santos, a condição do tráfego na entrada da cidade interfere de forma direta no trabalho. “Isso gera atrasos. Hoje, a cooperativa trabalha com horários de contêineres pré- agendados em relação ao seu segmento de transporte. Se eu tenho um transporte, por exemplo, da Martini Meat para a TCP, eu tenho um horário pré-agendado e tenho que fazer uma perspectiva de chegada e fim e eu não consigo mais prever esse horário”, explicou Santos sobre os prejuízos.
“Projeto do DNIT é a única solução que enxergamos hoje para resolver o problema da entrada da cidade”, declarou o presidente da Coopanexos, Rodrigo dos Santos
Com isso, os caminhoneiros precisam optar por outras rotas para fazer o serviço. “Com o aumento do volume de caminhões que está vindo à Paranaguá em detrimento da supersafra, temos que escolher o trânsito urbano para podermos trabalhar”, afirmou Santos.
Para ele, a solução está mesmo na construção de viadutos e na revitalização completa da via, como o projeto apresentado pelo Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes (DNIT). “Este projeto que está sendo discutido há bastante tempo, toda essa prospecção de investimento é indiscutível que tem que ser feito o mais breve possível. Sem isso, com a movimentação de caminhões que adentram, mais os caminhões que trabalham no segmento interno, qualquer trajeto está ficando inviável”, analisou Santos.
INTERVENÇÕES RÁPIDAS
Na visão da Coopadubo, as soluções para minimizar os problemas da entrada da cidade precisam ser definidas de forma urgente. “É preciso estudar as maneiras mais rápidas de resolver. Há várias coisas simples como mudança de sentido, alteração de obstáculos para aumentar um pouco a rua. Estamos com um inchaço interno e externo de caminhões muito grande. Precisamos que as autoridades façam um estudo de impacto rápido”, expôs o presidente da Coopadubo, Luiz Henrique Castanho Coelho.
Presidente da Coopadubo, Luiz Henrique Castanho Coelho, diz ser a favor de intervenções rápidas para sanar o problema
Uma obra de grande proporção, segundo ele, pode causar transtornos para a cidade. “Uma obra dessa magnitude vai criar mais transtornos porque vai travar o que já está ruim. Acredito que a Câmara também, por sua vez, precisa tomar atitudes contra as empresas que não respeitam a condição de sinalização e jogam os caminhões nas ruas. Todos precisam assumir a sua responsabilidade”, destacou Coelho.
Alternativas como a utilização da linha férrea não é viável, segundo ele. “Nós não podemos depender da linha férrea, porque temos a Serra do Mar. Não temos alternativa, avião de carga não tem e a linha férrea não suporta toda a movimentação. Por isso, ficamos com uma dependência de caminhões, que não foi visto anos atrás quando se falava da necessidade”, concluiu Coelho.