Infraestrutura

Em reunião, Capitania dos Portos define aumento de calado noturno no Porto de Paranaguá

O calado aumenta de 10,60 para 10,90 metros na navegação noturna para navios maiores de 245 metros de comprimento e 36 de largura e de 10,90 para 11,70 para navios menores de 245 metros (Foto: Appa)

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No final da tarde e início da noite de quarta-feira, 8, uma reunião na sede da Capitania dos Portos do Paraná (CPPR), em Paranaguá, definiu o aumento da profundidade do calado do Porto de Paranaguá de 10,60 para 10,90 metros na navegação noturna, assegurando ganho de 30 centímetros para navios maiores que 245 metros e 1,10 metros para navios menores. A medida foi comemorada pela Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (APPA), empresa pública responsável por gerir os portos paranaenses e por toda comunidade portuária e cadeia produtiva representada nesta reunião.

Na prática, o ganho de profundidade no calado noturno permitirá obter um menor custo de operação e favorecimento da logística utilizada no porto, o que beneficia a economia local e, consequentemente, a sociedade parnanguara e paranaense. Com maior produtividade, os navios reduzirão seu tempo de permanência em Paranaguá, gerando redução significativa na formação de fila e tempo de espera para entrada ou saída do Porto.

O encontro que definiu o novo avanço contou com a presença do diretor-presidente da APPA, Lourenço Fregonese, do diretor superintendente comercial da TCP, Juarez Moraes e Silva, bem como de representantes da Diretoria da Praticagem, liderada por seu presidente Julio Verner, dos operadores portuários (Cargill, Catallini, Pasa, Fospar, Ponta do Félix, entre outros) cadeia produtiva (G7, representada por Nilson Camargo da Federação da Agricultura, entre outros).

O diretor-presidente da APPA, Lourenço Fregonese, explicou o que foi acordado na reunião e o que a novidade representa para a evolução do Porto de Paranaguá. “Decidimos que a navegação noturna passa a ser 10,90, a partir da assinatura da Capitania dos Portos. Com isso, o Porto terá um grande ganho, assim como os clientes. Eu diria que é uma evolução esperada há 20 anos pelos clientes do Porto de Paranaguá que se torna realidade, a partir de agora. Foram 20 anos de espera e agora as coisas estão acontecendo”, considerou Fregonese.

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Diretor-presidente da APPA, Lourenço Fregonese, destaca que esta é uma evolução aguardada há 20 anos pelos clientes do Porto de Paranaguá

INVESTIMENTOS DA APPA

Foram muitos os investimentos em dragagem nos últimos anos no Porto de Paranaguá, além dos recursos para modernização dos serviços. “Só em dragagem, o que o porto e a união fizeram ultrapassa R$ 700 milhões. Na reforma total do porto foram investidos mais R$ 500 milhões. Paranaguá só ganhou nos últimos sete anos e meio e continuará ganhando nos próximos seis meses e, com certeza, nos quatro próximos anos. Não temos mais como parar, Paranaguá não é o maior porto do Brasil, mas é o melhor com toda certeza. Isso é um orgulho para os paranaenses e, principalmente, para nós, parnanguaras”, acrescentou Fregonese.

UNIÃO DO SETOR PRODUTIVO E SETOR PÚBLICO

"Tivemos um primeiro passo de ganhos operacionais para Paranaguá, o que se reflete em mais carga, mais navios e uma redução de custo para a cadeia produtiva no que se reflete a um calado noturno. O Porto opera hoje de dia a 12,50 metros e de noite a 10,60 metros, e hoje foi decidido ganhar 30 centímetros para os navios maiores e de 10,60 para 11,70, ou seja, 1,10 metros para navios menores. Isso é mais carga, mais desenvolvimento para todo o Paraná e, principalmente, para Paranaguá. Temos que comemorar", afirma o diretor superintendente comercial do TCP, Juarez Moraes e Silva, frisando o esforço conjunto entre CPPR, Praticagem e APPA para que este avanço se tornasse realidade. "O Capitão de Mar e Guerra, comandante Germano Teixeira da Silva, liderou este processo, avanços são sempre complexos, a Praticagem apoiou e a APPA fez a dragagem com R$ 600 milhões de investimentos públicos com recursos próprios e do Ministério dos Transportes", complementa.

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Diretor superintendente comercial do TCP, Juarez Moraes e Silva, afirma que medida beneficia toda a cadeia produtiva, que terá custos reduzidos na movimentação e maior competitividade global

De acordo com Moraes e Silva, a reunião na Capitania dos Portos demonstrou a união da comunidade portuária para que avanços aconteçam no Porto de Paranaguá. "Hoje tivemos um exemplo disso. A Capitania convidou todos os atores e estava aqui a cadeia produtiva e setor público, discutindo o que é melhor para o Paraná", explica. "O que foi decidido em torno da profundidade do calado, para se ter uma dimensão, a cada um metro de calado, temos 7 mil toneladas a mais embarcadas. Este é um dado muito importante, isto representa mais produtividade e menos custo de operação. No final quem ganha é a cadeia produtiva e a população de uma maneira geral, que na importação terá menos custos e na exportação vai ter uma margem melhor", complementa. "A nossa obrigação aqui é fazer uma cadeia produtiva rápida e menos onerosa, sem dúvida carregando mais por navio ou descarregando mais por embarcação que chega temos custos reduzidos e competitividade global maior", diz.

Segundo Juarez Moraes e Silva, a etapa foi vencida positiva e concede uma expectativa de mais avanços. "A gente tem que equalizar o calado noturno com o diurno. Isto deve acontecer em alguns meses, esperamos que até o final do ano. Seguiremos investindo em infraestrutura e dando condições para que Paranaguá não seja apenas o segundo maior porto do Brasil, mas também o melhor", explica. "A Praticagem também tem feito muitos investimentos, tem colocado muitos equipamentos na água em prol da segurança da navegação, algo que possibilitou dar um primeiro passo de melhorias", explica.

INVESTIMENTOS

"A TCP segue neste sentido investindo, são R$ 600 milhões, o maior investimento portuário no Brasil e do Paraná neste e no próximo ano em qualquer setor. Estamos com 42% da obra concluída, com projeção de até o final do ano entregar mais um berço e até meados do ano que vem entregar toda a obra com pátio e dolphins para atracação de veículos, com o Paraná tendo um setor automotivo muito forte. Estamos fazendo nossa parte. O TCP tem aí em torno de ⅓ da movimentação do Porto de Paranaguá, contribuindo com R$ 10 bilhões do comércio exterior", explica o diretor do TCP. "Seguimos acreditando e apostando no Porto", finaliza.

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Decisão foi acordada em reunião na Capitania dos Portos (Foto: CPPR/Marinha do Brasil)

CAPITÃO DOS PORTOS AFIRMA COMPROMISSO COM A SEGURANÇA DA NAVEGAÇÃO

O capitão dos Portos do Paraná, comandante Germano Teixeira da Silva, afirmou que a reunião reforça a presença da Marinha do Brasil no contexto portuário. “Essas solicitações são analisadas com responsabilidade pela Marinha, que preza sempre pela segurança da navegação”, explica. Segundo ele, a reunião foi uma iniciativa da APPA, para analisar e chegar a um denominador comum quanto à equalização do calado noturno com o calado diurno. “Conquanto, como disposto na Lei n.º 12.815/2013 (Lei dos Portos), o aprofundamento dos canais é de competência da Autoridade Portuária, mas é de extrema relevância que todos os envolvidos tenham voz quanto à viabilidade operacional da alteração de calado proposta. A presença da Comunidade Marítima é importante para que todos conversem a mesma linguagem e o processo ocorra com transparência para que não restem dúvidas”, explica.

“A Marinha do Brasil, por meio da Capitania dos Portos do Paraná, é responsável pela garantia da segurança da navegação, salvaguarda da vida humana no mar e a prevenção da poluição hídrica causada por embarcações no mar e nas águas interiores na área de responsabilidade da Capitania, bem como, pelo controle das embarcações e formação dos aquaviários em sua área de Jurisdição. O diálogo entre os atores da área portuária para que esses objetivos sejam cumpridos é de extrema importância para Capitania. Não há como desatrelar a atividade portuária, suas necessidades e avanços da Atividade Marítima. É necessário que todos os interessados estejam envolvidos e focados para o progresso”, finaliza o capitão Germano Teixeira da Silva.

 

 

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