A abertura oficial do IV Seminário Nacional e II Internacional dos Portos Brasileiros aconteceu na noite da quinta-feira, 29, em Curitiba, no Museu Oscar Niemeyer (MON). O evento reuniu autoridades, líderes e especialistas do setor logístico para discutir oportunidades e os principais desafios para o crescimento da infraestrutura portuária e logística, no Brasil e no mundo, com foco também no Porto de Paranaguá. Realizado pela Associação Brasileira das Entidades Portuárias e Hidroviárias (ABEPH), com apoio institucional da Portos do Paraná, o seminário seguiu com programação até a sexta-feira, 29.
Na ocasião, o governador do Paraná, Carlos Massa Ratinho Junior, afirmou que a atração de investimentos conquistada pelo estado nos últimos seis anos e meio, mais de R$ 330 bilhões em novas indústrias, contribuiu para que o Paraná alcançasse altos índices de geração de empregos. Segundo ele, 82% da população adulta trabalha com carteira assinada, sendo o estado que mais gera empregos para mulheres e jovens no Brasil.
O governador destacou ainda que o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) paranaense, que dobrou em oito anos e virou referência na América do Sul, é resultado de muito planejamento e, especialmente, do esforço conjunto entre o governo e a sociedade civil organizada, com foco na área de logística.
“Logística é um ponto decisivo para quando uma indústria se instala ou não numa cidade, num estado ou num país. A questão logística, ela vai diretamente no custo da produção de qualquer produto. Seja um produto simples ou de uma pequena indústria até uma gigante, como as nossas grandes cooperativas onde o Paraná lidera das 10 maiores da América Latina, sete são do estado do Paraná. E o Porto, que faz parte dessa logística, tem um papel fundamental para uma decisão de investimento ou não para o nosso estado ou de crescimento ou não para uma região”, destacou o governador.

Ratinho Júnior explicou a estratégia adotada pelo governo estadual para transformar o Porto de Paranaguá em um dos principais ativos logísticos do Brasil.
“Quando nós decidimos fazer com que o Porto de Paranaguá ou os portos do Paraná somados a Antonina, que é um Porto menor e que está muito mais vocacionado a atender a África do Sul e país que consegue comportar navios menores, mas especificamente o Porto de Paranaguá, foi colocar uma equipe extremamente técnica que conhecesse de fato de Porto, que pudesse modernizar o Porto de Paranaguá para que a gente fizesse desse ativo do nosso estado uma atração para que as indústrias do Brasil e do mundo pudessem utilizar o Porto de Paranaguá”, finalizou.
Portos do Paraná
O diretor-presidente da Portos do Paraná, Luiz Fernando Garcia, destacou como a geopolítica, os acordos comerciais e as tarifas influenciam as mudanças no transporte e na logística internacional que passam pelos portos. “No mundo globalizado hoje, qualquer fato que acontece em outro país, em outro continente, naturalmente reflete na nossa economia, na nossa infraestrutura e na nossa logística”, pontuou.

Com um porto de quatro quilômetros de extensão, o movimento no ano passado (2024) foi de 67 milhões de toneladas, com expectativa de atingir 70 milhões de toneladas em 2025. Recentemente, a Portos do Paraná conquistou, pelo sexto ano consecutivo, o prêmio de melhor porto e melhor gestão portuária do país. “Pelo sexto ano consecutivo, a Portos do Paraná, o Estado do Paraná foi reconhecido como o melhor porto do país. São 34 itens, que envolvem desde análises de índices operacionais, administrativos, governança, isso tudo, sem dúvida a gente traz aqui as boas práticas”, frisou.
Ministro do TST
O ministro do Tribunal Superior do Trabalho (TST), Douglas Alencar Rodrigues, presidiu os trabalhos da comissão especial criada para discutir a elaboração do novo marco do setor portuário. Durante o evento, ele destacou os principais pontos apresentados pela comissão de juristas para essa reforma. “O trabalho foi intenso, desenvolvido ao longo de nove meses e nós procuramos endereçar a preocupação em relação a determinadas questões, a começar da ideia de eficiência”, salientou o ministro.
“Nós precisamos reduzir os gargalos logísticos, regulatórios, concorrenciais, simplificar práticas também ligadas à gestão ambiental no setor portuário, e isso tudo com o objetivo de dotar o nosso sistema portuário de um marco legal que seja capaz de permitir a ampliação dos negócios, reduzindo custos, aumentando eficiência e competitividade”, destacou.

De acordo com o ministro, a gestão da mão de obra no setor portuário, que vem passando por uma grande transformação com o avanço da tecnologia, foi um dos principais temas sensíveis discutidos. “Nós pretendemos abrir o mercado de trabalho trazendo mais trabalhadores para as operações portuárias e com isso, dinamizando o setor, propusemos a criação de empresas de prestação de trabalho portuário temporário. Também introduzimos a ideia da multifuncionalidade”, ressalta.
“Reduzimos o número de trabalhadores que integram o conceito de categoria profissional no setor portuário e também estimulamos a negociação coletiva, que é algo extremamente importante no mundo das relações entre o capital e o trabalho”, finaliza o ministro do TST, Douglas Alencar Rodrigues.
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