Mais de 600 pessoas participaram da audiência pública para apresentação do projeto de ampliação do cais de acostagem do Porto de Paranaguá. Na reunião, realizada quarta-feira (23) e que durou cinco horas, moradores de comunidades pesqueiras, tradicionais, indígenas e de todo os bairros da cidade conheceram e opinaram sobre o projeto.
A Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa) apresentou os estudos de impacto ambiental e o projeto de implantação de três píeres (T, F e L), além da construção de um complexo náutico para recepção de navios de passageiros.
“São grandes obras que preparam o Paraná para receber as 80 milhões de toneladas de carga, previstas para 2030/2040”, disse o diretor-presidente dos Portos do Paraná, Luiz Fernando Garcia. “Estes empreendimentos devem gerar muitos empregos, mas também trazem os impactos naturais da atividade portuária”.
Ele enfatizou que a população tem que estar ciente destas propostas e participar das discussões. “É importante porque essa integração traz contribuições relevantes e nos ajuda na construção de um porto melhor”, afirmou.
TRANSPARÊNCIA – Segundo a coordenadora substituta de Licenciamento de Portos e Estruturas Marítimas do Ibama, Janaína de Souza Cunha, a audiência pública serve para dar transparência ao processo.
“Este é o momento de se aproximar da sociedade e apresentar os impactos previstos, discutindo com eles as formas de reduzi-los. A audiência também traz sugestões das comunidades e permite que todos exponham suas opiniões”, disse ela.
EMPREGOS – A previsão é que na fase de construção as obras gerem até 600 empregos diretos. Na fase de operação, cada empreendimento (píer T, F e L) deve movimentar 200 trabalhadores e o complexo náutico pode chegar a 400 pessoas empregadas.
COMPENSAÇÕES – Se viabilizados, os projetos preveem uma compensação ambiental, conforme a legislação. Algumas medidas para diminuir os impactos também devem ser adotadas.
No trânsito, por exemplo, além da revitalização da avenida Bento Rocha e da construção do viaduto na BR 277 – que já estão em andamento – estão previstas obras de revitalização da avenida Ayrton Senna e implantação de um pátio de caminhões de retorno.
Também são propostos 29 programas ambientais, como gerenciamento de emissões atmosférica, ruídos, monitoramento do solo, qualidade da água e sedimentos. A Appa prevê, ainda, programas voltados para a fauna e flora, biota aquática, cetáceos, entre outros.
EMPREGO E PESCA – A capacitação de mão de obra e fornecedores locais, junto com o maior controle da gestão pública relativa às demandas portuárias, seria adotada para melhorar as condições de emprego e renda. O apoio à atividade pesqueira e o monitoramento da qualidade de vida da população que mora nas áreas próximas são outras possibilidades.
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Obras vão ampliar o Corredor de Exportação
O Corredor de Exportação, área para embarque e desembarque de granéis sólidos, será ampliado. O píer em formato T será paralelo ao cais que já existe, com estrutura para receber mais quatro navios de forma simultânea. Além disso, a construção será na bacia de evolução, permitindo maiores profundidades com menores esforços de dragagem.
O complexo para exportação de grãos ganhará ainda uma nova área: o píer em formato F, no setor oeste do cais atual. Serão dois píeres de carregamento, paralelos ao cais acostável e interligado à extremidade oeste do berço 201. O projeto também prevê a ampliação do píer de inflamáveis, que ganhará dois novos berços, em um novo píer em formato L.
TURISMO – Para ampliar o turismo em todo o Litoral, a Appa prevê a construção de uma área específica para receber navios de passageiros. O Complexo Náutico prevê áreas de convivência, marina, receptivo e elementos de promoção da cultura regional.
AEN
Fotos: APPA