Paranaguá recebe canoísta que faz expedição pelo País

Adelson Carneiro é o único canoísta brasileiro a percorrer a costa do Brasil remando um caiaque oceânico. O percurso faz parte da Expedição Oiapoque ao Chuí, que começou no Oiapoque no dia 17 de fevereiro de 2020, na divisa do País com a Guiana Francesa. O percurso é de 8 mil km, passando por 17 Estados. Adelson chegou a Paranaguá na manhã de quinta-feira, 13, e foi recepcionado pela Capitania dos Portos do Paraná (CPPR), com uma estrutura na Rua da Praia.

O atleta é natural de Cananéia (SP), professor de Educação Física, chefe escoteiro no Grupo Escoteiro Jaguaretê 98°/Campinas (SP) e pratica esportes desde 1975, onde iniciou sua longa carreira esportiva na natação. Tem vários títulos em competições de natação em águas abertas, aquathlon, triathlon, maratonas, entre outras.

“Meu avô nasceu em Paranaguá, minha avó nasceu em Guaraqueçaba, meu pai nasceu no Ariri e eu em Cananéia, temos uma história de sal na veia dessa região. Fiz uma pesquisa da costa brasileira sobre todos os trechos possíveis para fazer essa navegação. E tudo que eu pesquisei é apenas 20% de tudo que estou vendo hoje. Foi um trabalho árduo e agora faltam dois Estados para terminar essa longa jornada”, contou o canoísta Adelson.

Segundo ele, além desse planejamento, os apoios que têm recebido são fundamentais para concluir a expedição. “A Marinha do Brasil tem sido essencial porque está orientando, expedindo boletins de mau tempo, tudo isso tem me ajudado demais”, disse Adelson.

Ele ainda não tem uma previsão de quando essa jornada terminará, pois depende de alguns fatores como o clima. Mas, a expectativa é que isso ocorra em fevereiro de 2023, para concluir três anos de expedição. “A gente não pode desistir nunca daquilo que a gente se propõe a fazer. Antes de 2020 eu era um Adelson, hoje eu sou outro. O aprendizado que fica é paciência, resiliência, saber lidar com situações de risco com calma. No início da expedição, no Estado do Amapá, fiquei 2h30 à deriva em alto mar à noite. Estava agarrado no meu caiaque, olhando para o céu e agradecendo por aquele momento maravilhoso que estava vivendo. Eu estava preparado para esse tipo de situação”, ressaltou.

Depois de Paranaguá, ele realizará paradas em Guaratuba, Itapoá e São Francisco do Sul.

O atleta parnanguara, Johnatha Vaz, e outros integrantes da Paraná Hoe, chegaram com Adelson recepcionando e apoiando o canoísta. “Há dois anos e meio acompanho ele e entrei em contato combinando a sua chegada junto com o pessoal da Marinha. O Adelson traz a cultura de que navegar é possível para todos”, afirmou Johnatha.

Os registros fotográficos da expedição, com a cultura, culinária, estilo de vida dos ribeirinhos e povos indígenas vão fazer parte de um livro, com o objetivo de divulgar as belezas da costa brasileira, estimular a preservação ambiental e difundir a mentalidade marítima.

Parcerias

O Capitão dos Portos do Paraná, Capitão de Mar e Guerra André Luiz Morais de Vasconcelos, disse que a passagem de Adelson por Paranaguá é motivo de muito orgulho. “Estamos em contato desde que ele saiu de Santos, a Marinha tem contribuído, ajudando ele nesse planejamento, auxiliando para que ele faça esse percurso de forma segura. O Adelson é um ícone por toda a sua história, ele conhece a região, com essa baía maravilhosa que nós temos, a segunda maior do Brasil e tivemos a alegria de recebê-lo nessa parte histórica de Paranaguá”, destacou o capitão Vasconcelos.

A secretária municipal de Cultura e Turismo de Paranaguá, Maria Plahtyn, lembrou que a canoagem tem crescido na cidade. “Montamos a estrutura para receber o canoísta porque é uma maneira que a gente entende de chamar atenção para o esporte náutico que está crescendo em Paranaguá e tem todo um viés turístico. Todos os fins de semana temos uma movimentação intensa do pessoal da capital e da região metropolitana que vem para praticar o esporte na nossa baía”, declarou Maria.

Palestra

Adelson realizará uma palestra na sexta-feira, 14, às 18h, no auditório do Aquário de Paranaguá, na qual vai dividir um pouco da sua trajetória. Já foram mais de 6 mil km e dois anos e meio remando. A palestra é gratuita, mas precisa de confirmação pelo whatsapp (41) 99270-8403, com Johnatha Vaz.

A expedição pode ser acompanhada no Instagram do canoísta @expedicaooiapoquechui.