Entrevista

Com experiência de 17 anos na Cargill, ex-sargento da PMPR encerra carreira

Edilson Nunes pretende inovar na segurança patrimonial em Paranaguá

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Edilson José Ribas Nunes, coordenador de Segurança Patrimonial da Cargill, desempenhou a função durante 17 anos e se aposentou neste início de fevereiro de 2018. Nascido em Palmas, a 500 km de Curitiba, no Sul do Estado, ele destacou que veio em 2001 para a cidade-berço do Paraná e já se considera parnanguara de coração. Ex-sargento da Polícia Militar do Paraná (PMPR), professor de Geografia da Universidade Federal do Paraná (UFPR), supervisor de segurança portuária formado pelo Ministério da Justiça e atuante na área de consultoria sênior, ele agora irá empreender com uma nova empresa de segurança patrimonial que prestará serviços para operadores portuários, com foco na inteligência, prevenção e tecnologia.
Casado com Irene Lustosa Nunes com quem teve os filhos João Paulo Lustosa Nunes e Samara Lustosa Nunes,  Edilson Nunes é avô de Pietro e Isabel e destaca o apoio da família, de Deus, da Cargill, e de todos os colaboradores os quais foram fundamentais para crescimento profissional e identificação com Paranaguá e o setor portuário paranaense. Confira a entrevista:

Folha do Litoral News – Ao que você remete o trabalho de sucesso desempenhado na sua carreira de 17 anos como coordenador de segurança patrimonial da Cargill?
Edilson Nunes – Vim em 2001 para Paranaguá em um momento de crise no setor de segurança patrimonial. O trabalho realizado na Cargill teve sempre sinergia com todos os tipos de comunidade de Paranaguá, desde as mais carentes, até a parte empresarial, além dos órgãos públicos e de imprensa, bem como Poder Judiciário e as Polícias Civil, Militar e Federal. Tudo isso ocasionou as conquistas no nosso setor. É sempre melhor fazer segurança preventiva do que repressiva, é mais barato e as pessoas assimilam melhor a ideia de que segurança se faz com carinho e não com violência.
 
Folha do Litoral News – A relação “porto X cidade” é um dos itens mais importantes para o desenvolvimento sustentável de Paranaguá. Quais os frutos que a sua experiência rendeu neste campo?
Edilson Nunes –
A Fospar foi o grande exemplo disso neste sentido, quando a Cargill transferiu o controle acionário da Fospar, nós fizemos dois em cursos profissionalizantes, e em uma Escola Oficina naquela época, com foco também em grandes projetos neste sentido. Em um deles chegamos a ter mil crianças matriculadas na coleta de lixo reciclável e o projeto “Anhaia Vive”, no qual interagimos muito com a comunidade, criamos uma cooperativa para reciclar resíduos envolvendo vários setores da comunidade com apoio do Poder Público. Neste projeto, também revitalizamos e limpamos este canal, retirando mais de 80 toneladas de lixo.
 
Folha do Litoral News – Outro problema de segurança existente até hoje em Paranaguá é a abertura de “bicas”, que na verdade é o roubo de carga de soja e fertilizantes de caminhões que chegam ou saem do Porto de Paranaguá. Como o senhor observa esta questão?
Edilson Nunes
– O problema da abertura de “bicas” em Paranaguá está vinculado à inteligência. Irei me estabelecer em Paranaguá fundando uma empresa aos empresários e operadores portuários, propondo maneiras inteligentes e com equipamentos tecnológicos para controlarmos este problema. Não se pode combater apenas aquele que abre a “bica”, precisa se combater também os receptadores.
 
Folha do Litoral News – O combate às “bicas” também colabora com a limpeza pública. Como o trabalho do senhor colaborou durante estes últimos 17 anos na Cargill?
Edilson Nunes –
A Cargill tem como meta priorizar o meio ambiente. Fomos pioneiros neste sentido em Paranaguá. O caminhão só deixa o terminal da Cargill após um check up de que não há mais nenhuma carga em sua caçamba, trucks e afins. Para isso houve investimento alto. Hoje os operadores portuários, preocupados, também têm varredeiras no entorno do porto para manter os logradouros limpos.
 
Folha do Litoral News – Como o senhor observa a importância das empresas portuárias para a geração de renda e para a economia local?
Edilson Nunes
– O Porto de Paranaguá é o maior em exportação de grãos do País e o segundo maior da América Latina. São mais de 40 milhões de toneladas exportadas e os graneis sólidos ganharam consistência. Nosso modal rodoviário e ferroviário atrai produtores do Paraná e de vários estados do Brasil. O investimento no Porto de Paranaguá é um retorno garantido. Temos um calado muito bom, a proximidade do Corredor de Exportação com os armazéns de retaguarda e também do porto organizado facilita até o escoamento de duas toneladas por hora pelos shiploaders.
Folha do Litoral News – Qual experiência que o senhor adquiriu na Cargill que pretende implantar agora como empreendedor no ramo de segurança?
Edilson Nunes –
Aprendi e ensinei muito na Cargill, é uma via de duas mãos. É uma empresa com uma política ética com resultado melhor possível. Ela é sesquicentenária e possui cerca de 100 mil funcionários no mundo, sendo líder global no ramo de alimentação. Não é a toa que está há 150 anos no mercado. Irei aproveitar tudo que ajudei a desenvolver com o ISPS Code, por exemplo, que utilizávamos na Cargill como ferramenta de controle do nosso produto e não só como norma internacional.
 
Folha do Litoral News – Como o senhor pretende empreender no ramo de segurança patrimonial em Paranaguá?
Edilson Nunes – 
Esta empresa, que eu já criei, investirá em inteligência, gerenciamento de crise, prevenção de perdas e segurança inteligente. Hoje temos tecnologias que permitem ter câmeras de alta resolução com leitura facial, equipamentos que medem a qualidade do produto e se há fraude em cerca de 30 segundos. Queremos oferecer ao empresariado e aos operadores portuários uma nova maneira de fazer segurança com inteligência e prevenção.
 
Folha do Litoral News – Após estes 17 anos e já se considerando parnanguara, com experiência profissional no setor portuário, o senhor tem algum agradecimento para registrar?
Edilson Nunes –
Faço questão de salientar que o primeiro escritório que visitei aqui foi o da Folha do Litoral News, para me aproximar da imprensa, que é um canal de comunicação fundamental para as pessoas se informarem, aceitando as críticas. Agradeço a todas as pessoas que me ajudaram, aos monitoradores, vigilantes, coordenadores, diretores, gerentes e funcionários da Cargill e oferecer aos operadores portuários uma nova maneira de fazer segurança. Agradeço muito a Deus. O Santuário da Nossa Senhora do Rocio sempre fez parte da minha vida ao qual agradeço pelo apoio espiritual durante todos estes anos.
 

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