Dona de casa com dois filhos e com ampla habilidade em artes manuais, Idinéia Vieira Debiasi encontrou na produção de peças de Amigurumi, durante a pandemia, uma forma de expressar seu talento. A técnica japonesa surgiu da combinação de duas palavras: “ami”, que significa trançado, e “migurumi”, boneco de pelúcia.
Com origem na década de 1980, as peças são produzidas a partir de pontos do crochê e do tricô. A técnica consiste em dar forma a animais e personagens infantis. Pelas mãos de Idinéia, os pontos se transformaram primeiro em uma girafa. Logo em seguida, ela se dedicou aos santos e aos temas infantis.
“Eu aprendi a fazer crochê muito cedo, antes dos dez anos de idade, assim como o tricô e o bordado, porque tinha a tradição de que a mulher precisava saber fazer todas essas coisas. Com o tempo, deixei de fazer, não era uma coisa que eu gostava muito, fazia porque tínhamos que fazer o nosso enxoval. Depois que casei, retomei para fazer roupinhas para os meus filhos. Eu via que tinha facilidade para fazer”, contou Idinéia.
Assim, ela se dedicou a aprender corte e costura e o Amigurumi surgiu em 2020. “O Amigurumi vem de uma tradição japonesa, são peças feitas para fazer companhia para as pessoas. Comecei a ver em revistas e me encantei com essa arte, até então nunca tinha feito. Comprei as linhas e fui fazer a minha primeira peça e deu certo, uma girafa que tenho até hoje”, relatou Idinéia.
Em meados de 2020, ela começou a produção de peças de arte sacra. Disso, surgiram presépios e santos utilizando a mesma técnica do Amigurumi. “Foi aí que me encontrei, a procura aumentou. Comecei a dar de presente para amigos e assim começou a divulgação”, contou.
Foi pelo Instagram que ela pode divulgar mais seus produtos. “Comecei a fazer para a família e para pessoas de Paranaguá, com o Instagram a divulgação foi maior, começaram as vendas para fora, tenho clientes de Curitiba, de Santa Catarina, foram surgindo as encomendas”, frisou a artesã.
Apoio e potencial
Seu trabalho também se tornou mais conhecido com o Mercado Criativo, um grupo em Paranaguá que organiza feiras e se mobiliza para fomentar o artesanato no município.
“Vi que tinha um potencial, comecei a participar das feiras que me convidaram. Eu era uma pessoa que não saía muito de casa, o Mercado Criativo me tirou dessa zona de conforto, comecei a aparecer mais em público para mostrar meu trabalho, o mesmo aconteceu com outras mulheres. Têm muitos talentos escondidos, a gente não sabe, muitas vezes, como sair para divulgar e como começar”, ressaltou Idinéia. Hoje, Idinéia também participa das ações na Casa da Amizade, em Paranaguá.
Com a agenda cheia de encomendas, ela vislumbra um futuro com mais valorização do artesanato.
“A mulher que faz artesanato não é porque não tem o que fazer. Por trás de cada peça tem estudo, material de qualidade, a gente tem que estar sempre aprimorando. A gente tem sempre que persistir, nunca vai ser fácil. Se pensarmos que não conseguimos, nunca vamos sair do lugar. Não podemos desistir”, enfatizou.
Hoje, o que mais tem encomenda são os santinhos, mas ela tem se dedicado também na produção de itens infantis. “É um presente único, personalizado, não vai ter outro igual. Eu faço com tanto carinho, que não tem como a pessoa não gostar”, finalizou Idinéia.
Os interessados podem acompanhar o trabalho da artesã no Instagram (@idineiadebiasi).