A professora Fernanda Freitas é bióloga e leciona a disciplina de Ciências em dois colégios de Paranaguá. Nos últimos quatro meses, ela conseguiu concentrar a maioria dos seus alunos nas atividades on-line.
O motivo para o bom desempenho foi mostrar para os estudantes que as tecnologias podem ser ferramentas importantes na prática do ensino quando bem utilizadas. A primeira experiência aconteceu através das turmas do Colégio Diocesano Leão XIII e, na sequência, no Colégio Morozowski.
Desde que houve a paralisação das aulas presenciais, as atividades remotas foram iniciadas através da plataforma Zoom. A partir daí, foram estudos, participação em grupos de Facebook, compartilhamento de metodologias e webinars voltados à metodologia ativa.
Além disso, ela participou de capacitações, em que um auxiliou o outro nas descobertas de novas ferramentas. “Todo esse conhecimento com novas ferramentas tecnológicas me fez também levar essas metodologias ao ensino público”, explica.
Tecnologia no ensino público
A professora Fernanda também leciona no Colégio Estadual Maria de Lourdes Morozowski. Lá surgiu o interesse dos alunos dos nonos anos em terem aulas mais práticas. “Eles apenas recebiam as atividades no Classroom, viam as aulas da Seed na TV sem ter a oportunidade de tirar suas dúvidas referentes ao conteúdo com o professor. A partir de muitos pedidos por parte deles, temos agora nosso encontro semanal toda quinta-feira, às 17h, o horário escolhido foi para não entrar em conflito com o horário da aula de sua série que é pela manhã”, explica.
Para tornar as aulas remotas mais dinâmicas estão sendo utilizadas várias ferramentas. “Utilizo slides, o Jamboard (quadro interativo) que permite realizar resoluções de cálculos em Química, o Kahoot (já utilizei até como recuperação no Classroom) uma plataforma de jogos com ranking, é uma ótima cartada para incentivar competição em forma de quiz. Também utilizo o Padlet, que permite a criação de um mural ou quadro virtual dinâmico e interativo para registrar, guardar e partilhar conteúdo, e o Mentimeter através da nuvem de palavras em que obtenho interatividade em tempo real”, ressalta.
Alunos motivados
Após o início dessas aulas, os alunos ficaram mais motivados e a professora Fernanda montou uma pequena equipe para participar das Olimpíadas Nacionais de Ciências (ONC) e da Olimpíada Brasileira de Química Júnior. Já no Programa Maré de Ciências, os alunos vão participar com o projeto da Rede de Pesca biodegradável com sensor por arduíno (vencedor do Ficiência em 2016 e da Feira de Ciências da UFPR Litoral em 2019).
“Busco agora no 2.º trimestre trabalhar mais com a gamificação (mecânicas e dinâmicas) para deixá-los mais engajados e comprometidos com a disciplina e com projetos no formato on-line. Todas as aulas são gravadas pelo Google Meet e disponibilizadas com todo o material trabalhado no Classroom para que aqueles que não puderem participar consigam também assistir em outro momento”, aponta.
A professora Fernanda ressalta que ainda há uma parcela de alunos que não possui o acesso à Internet e não podem ter esse contato com o professor. “Mas o trabalho de disponibilizar mais tempo aos que têm esse acesso é de fato gratificante para o professor, é muito bom vê-los com vontade de aprender”, finaliza.