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Educação

“Não conheço ofício maior e mais nobre, quanto o de preparar jovens para o futuro”, relata professor

Jason Nunes de Melo, que trabalha no Colégio Porto Seguro, em Paranaguá, destacou os desafios da profissão

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Foto: Colégio Estadual Porto Seguro

O professor pode fazer a diferença na vida do aluno além da parte educacional. O professor Jason Nunes de Melo, que trabalha no Colégio Estadual Porto Seguro, em Paranaguá, sabe muito bem disso e, com um olhar sensível para a formação humana e profissional, ele tem deixado sua marca nas turmas que leciona.

Jason é formado em Geografia e pós-graduado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) em Educação Ambiental e técnico em gestão imobiliária na mesma universidade. Hoje, trabalha com estudantes de 11 a 16 anos. Ele também já lecionou na Escola Estadual Carmem Costa por cinco anos.

A história com a educação, segundo ele, começou há muitos anos em uma instituição filantrópica quando era professor da escola dominical no Estado de Pernambuco. “Eu era muito jovem, mas já tinha vocação para trabalhar os conteúdos relacionados ao ensino e aprendizagem. Não tinha essa pretensão de trabalhar com crianças e jovens, mas o tempo foi o meu professor, que me ensinou a compartilhar com eles, o que a vida me ensinou, ao longo de muitos anos de estudo e formação. Sem sombra de dúvidas, foi uma das melhores escolhas que já fiz: trabalhar com vidas. Não conheço ofício maior e mais nobre, quanto o de preparar jovens para o futuro”, destacou Jason.

Agente transformador

Para Jason, as experiências obtidas em sala de aula recompensam todo o esforço e dedicação à educação. “É gratificante e prazeroso ver o sorriso no rosto deles (as), por estarem construindo seus conhecimentos. O principal objetivo de um professor, compromissado com o que faz, é ser agente transformador, compartilhar as possibilidades, para que os educando construa seu conhecimento. Fazendo assim, trata-se de um trabalho altamente gratificante. Quem se dedica a ele consegue ver vidas transformadas. Embora a remuneração não seja uma das melhores. Mas a satisfação de ver o educando desenvolvendo novas habilidades cognitivas, construindo conhecimentos e recuperando a autoestima a partir dos resultados obtidos é ainda mais recompensador!”, frisou o professor.

Professor Jason atua na área há 12 anos
Foto: Colégio Estadual Porto Seguro

Para o professor, a educação tem muitos desafios. Um deles é voltar às práticas educacionais para o tempo atual. “Conduzir efetivamente processos de inclusão, sendo emancipatória, que suscite processos de conscientização, compreensão crítica e participação. Isso requer o domínio de habilidades básicas por nossos educandos, entre elas, o domínio das práticas de leitura, escrita e cálculo, bem como os conhecimentos e conteúdos básicos das ciências e seus usos sociais em diferentes situações e em contextos imediatos”, explicou Jason.

Em 12 anos na profissão, muita coisa mudou. De acordo com o professor, o mundo está em constante transformação e as inovações tecnológicas impõem novas realidades em todas as áreas da vida social. Tais mudanças também exigem que o professor busque cada vez mais conhecimento.

“Estar atento aos principais desafios do professor na atualidade é fundamental para conseguir lidar com um público cada vez mais jovem e conectado no ambiente virtual. O que exige do educador novas habilidades para conseguir dinamizar o processo de aprendizagem em sala de aula, fazendo com que a classe fique cada vez mais interessada nos estudos. O que é fundamental é a contínua inclinação para aprender”, declarou Jason.

Afetividade 

No dia a dia em sala de aula, os professores precisam lidar não só com o aprendizado, mas também com as dificuldades e problemas enfrentados pelos estudantes. Perguntado sobre algum fato que marcou sua trajetória, Jason afirmou que todos os anos surgem novas histórias que ficam gravadas em sua memória. 

Uma delas, mencionada por ele, foi quando uma aluna do 7.º ano chegou na sala chorando e não quis relatar o motivo, apenas disse que precisava muito dormir. “Fiquei calado. Ela abaixou a cabeça na carteira e dormiu. No dia seguinte ela me pediu para fazer atividade do dia anterior e já foi me dizendo, professor meu pai agrediu minha mãe fisicamente, ela foi embora e eu fiquei cuidando dos meus irmãos, não tinha dormido. No dia seguinte minha tia foi na minha casa ficar com eles para que eu não perdesse aula. Ela olhou no meu rosto e me perguntou o senhor agora me entende, porque eu precisava dormir na sua aula?”, contou Jason.

Portanto, ser professor é muito mais que uma figura de retórica, disse ele. “Meus anos de formações me trouxeram habilidades, sensibilidades afetividade e generosidade. Para organizar bem as palavras e gestos a fim de passar uma mensagem de maneira simples e clara entre o componente curricular e o aluno”, concluiu o professor.

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