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Mulheres ocupam maioria das cadeiras em escolas e universidades

18,8% das mulheres economicamente ativas completaram ao menos um curso superior

De acordo com os dados da última edição da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) do IBGE, as mulheres brasileiras, hoje, ocupam a maioria das cadeiras nas escolas e universidades. Conforme a pesquisa, 18,8% das mulheres economicamente ativas já completaram ao menos um curso superior. Entre os homens, este número cai para 11%. Elas ganham dos homens também entre os brasileiros com Ensino Médio completo: 39,1% contra 33,5%. Entre os candidatos aprovados em 2016 no Sisu, 57% eram mulheres.

A pesquisa revela outro dado, mas, desta vez, negativo para as mulheres. Por mais que o desempenho das brasileiras nos estudos seja superior ao dos homens, a remuneração média deles no mercado de trabalho continua sendo maior e essa porcentagem de diferença se alarga conforme o tempo dentro das instituições de ensino. As mulheres com cinco a oito anos de estudo recebem por hora 24% a menos que os homens com mesma escolaridade. Para 12 anos de estudo ou mais, essa diferença entre gêneros atinge 34%.

 

UNIVERSITÁRIAS

Silene Pereira da Silva, 39 anos, acadêmica do 4.º ano do Curso de Ciências Sociais, no Instituto Federal do Paraná (IFPR), campus Paranaguá, vê como positivo o ingresso de cada vez mais mulheres na busca pelo estudo e profissionalização. “Acho maravilhoso, pois indica que as mulheres estão cada dia mais em busca de conhecimento, de se aprimorar”, salientou.

 

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Universitária Silene da Silva: “Como mulher negra, a universidade ajudou a me empoderar das minhas raízes”

 

Ela destacou o empoderamento da mulher. “Como mulher negra, a universidade ajudou a me empoderar das minhas raízes, me orgulhar ainda mais dos meus cabelos, pois através dela adquiri conhecimentos específicos a que muitos ainda não têm acesso. Mesmo ela sendo excludente e tudo fazendo para que venhamos a desistir”, observou.

Silene enfatizou que é importante que as mulheres não desistam de seu crescimento educacional e profissional. “As mulheres não devem desistir, precisamos ser persistentes, pois o sucesso está dentro de cada uma de nós. Nesse meio, os egos são muito aflorados, mas não devemos nos deixar corromper ou desanimar por conta de outros. Temos que lutar para mudar essa realidade e a partir do momento em que estivermos inseridas nela poderemos fazer a diferença para outros que vierem”, avaliou.

Também acadêmica do Curso de Ciências Sociais no IFPR, Brenda Letícia Souza da Silva, de 20 anos, está no 3.º ano e acredita que o crescimento das mulheres na universidade vem confirmando o empoderamento feminino. “Estamos à procura de nossas carteiras, chega de ficar em casa, hoje estamos ocupando nossos lugares de direito. A entrada na universidade é um de nossos atos de resistência, podemos ser mães e acadêmicas, podemos não ser mães e também ser acadêmicas. Nosso espaço é onde desejarmos”, frisou.

Para ela, estar na universidade, além de ser um sonho, representa sua luta diária como mulher. “Estar na universidade não é fácil. Preciso ultrapassar barreiras e mostrar que tenho capacidade para entrar no Ensino Superior. Sou aluna de escola pública, filha de mãe solteira, tenho vivido ao longo da minha vida sempre acreditando que vou chegar lá, vou alcançar meus objetivos”, destacou. “Estar na universidade é apenas o início da minha carreira, quero continuar no meio acadêmico e me tornar uma grande professora”, contou a jovem.

 

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Acadêmica Brenda Letícia: “Estamos à procura de nossas carteiras, chega de ficar em casa, hoje estamos ocupando nossos lugares de direito”

 

Brenda deixou um recado para aquelas que encaram os desafios como ela. “As mulheres que estão em busca desse crescimento também estão mandando o seu recado, não somos cuidadoras feitas para o lar, somos mulheres que querem ter os mesmos direitos. Queremos a liberdade para escolher o que fazer na vida pessoal ou profissional, queremos mandar em nossas vidas, queremos igualdade”, ressaltou.

 

 

Fotos: Sara Storrer

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