Educação

Inclusão nas escolas: professores relatam a vocação para a educação especial

Gustavo tem 22 anos e atua como professor tutor de alunos com TEA

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“Meu objetivo é ser o professor que encoraja, que é empático e inclusivo, e que compreende cada aluno e suas particularidades”, afirmou Gustavo. Foto: Arquivo pessoal

Mais do que ensinar e ampliar o conhecimento, as escolas hoje têm o papel de promover a igualdade, combater o preconceito e valorizar as diferenças. Aspectos valorosos quando o assunto é inclusão nas escolas. O professor Gustavo Lucas Lourenço Pereira, de 22 anos, sabe bem da importância e dos reflexos da educação inclusiva, pois foi nessa área que percebeu sua vocação. 

Gustavo é formado no Magistério (Formação de Docentes) e, atualmente, cursa o último ano da faculdade de Letras – Português na Unespar (Universidade Estadual do Paraná), em Paranaguá. Ele recordou como escolheu a profissão.

“Acredito que não fui eu quem escolheu a profissão de professor, mas que a profissão me escolheu. Desde criança, sempre tive uma inclinação natural para ensinar; tudo o que eu aprendia, eu compartilhava com meus amigos e, nas brincadeiras, eu sempre era o professor”, disse.

Ele trabalha há sete meses no Colégio Diocesano Leão XIII como professor/tutor de dois alunos com Transtorno do Espectro Autista (TEA). “Já tinha uma experiência prévia de dois anos atuando como tutor de crianças com diferentes tipos de intelecto no município. Quando decidi que queria ser professor, inicialmente pensei em seguir na área de Educação Física, pois sou atleta e sempre quis ser o professor que eu não tive nessa área”, declarou Gustavo.

O enredo da sua história profissional muda quando sua sobrinha Helena nasce, em 2019. “Com o passar dos anos, comecei a perceber alguns traços de autismo nela. Isso me motivou a buscar mais conhecimento sobre o tema e, ao entrar em contato com a Educação Especial, me apaixonei. A partir daí, busquei me aprofundar no assunto, participando de palestras e seminários voltados à Educação Especial e Inclusiva. Foi quando descobri que minha verdadeira vocação era essa”, contou Gustavo.

Coragem, empatia e inclusão nas escolas

Ser professor para ele é uma experiência diária e também um desafio constante. “Ser professor é um desafio constante, mas também uma experiência extremamente gratificante e mágica. A oportunidade de vivenciar o ambiente de sala de aula, lidar com os conflitos diários e transmitir conhecimento é algo inspirador. Meu objetivo é ser o professor que encoraja, que é empático e inclusivo, e que compreende cada aluno e suas particularidades”, afirmou Gustavo.

Com o exemplo da sobrinha em casa, o professor quer continuar atuando em prol do desenvolvimento das crianças e adolescentes e fazendo a diferença na vida dos estudantes.

“Minha maior inspiração foi minha sobrinha, que me fez buscar mais empatia e conhecimentos para proporcionar uma educação mais justa e coerente. Acredito que, ao sermos reconhecidos por nossas atitudes como educadores, estamos construindo uma educação mais inclusiva e respeitosa, o que é extremamente gratificante para mim”, concluiu Gustavo.

Política da educação inclusiva

A Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva, criada pelo Governo Federal, em 2008, é o marco regulatório para a garantia da matrícula das pessoas com deficiência na escola comum. Segundo essa política, a educação especial deve integrar a proposta pedagógica da escola, eliminando barreiras para a plena participação dos estudantes com deficiência, Transtorno do Espectro Autista (TEA) e altas habilidades/superdotação, por meio do Atendimento Educacional Especializado (AEE).

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A professora há 24 anos, Tatiana Costa Pinto Passos, atua no atendimento de Ensino Estruturado às crianças com diagnóstico de TDAH. Foto: Arquivo pessoal

A professora da Rede Municipal de Paranaguá há 24 anos, Tatiana Costa Pinto Passos, trabalha na Secretaria Municipal de Inclusão (SEMI), em Paranaguá, como psicopedagoga no atendimento de Ensino Estruturado às crianças com diagnóstico de TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade).

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“É um prazer e uma satisfação poder estar servindo as nossas crianças, utilizando uma abordagem humanística, onde cada uma delas é atendida de acordo com as suas particularidades, com estratégias e adaptações pedagógicas específicas, reconhecendo e respeitando as suas necessidades”, observou a professora Tatiana.

Para ela, a educação inclusiva também é uma lição de vida. “Segundo Paulo Freire, a inclusão acontece quando se aprende com as diferenças e não com as igualdades”, concluiu a professora.

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Inclusão nas escolas: professores relatam a vocação para a educação especial

Gabriela Perecin

Jornalista graduada pela Fema (Fundação Educacional do Município de Assis/SP), desde 2010. Possui especialização em Comunicação Organizacional pela PUC-PR. Atuou com Assessoria de Comunicação no terceiro setor e em jornal impresso e on-line. Interessada em desenvolver reportagens nas áreas de educação, saúde, meio ambiente, inclusão, turismo e outros. Tem como foco o jornalismo humanizado.