Editorial

Violência infantil: é preciso agir na prevenção

O assunto se torna pertinente levando em consideração o número de crianças e adolescentes que passam por algum tipo de violência no Brasil

Crianças e adolescentes vítimas de violência contam com uma legislação que rege quanto a escuta dos depoimentos. A escuta humanizada, também conhecida como depoimento especial, tem a condução de psicólogos ou assistentes sociais para garantir que eles não passem pelo sofrimento a que foram submetidas novamente. Dessa forma, as vítimas relatam o ocorrido apenas uma vez e o depoimento é gravado, preservando o sigilo. Essa forma de escuta foi tão relevante que atualmente a técnica também tem sido indicada, pelo Ministério Público, para ouvir o depoimento de adultos em casos especiais.

O assunto se torna pertinente levando em consideração o número de crianças e adolescentes que passam por algum tipo de violência no Brasil. O índice chegou a 50.098 denúncias no primeiro semestre de 2021. O aspecto mais triste dessa realidade está relacionado ao lugar que ela ocorre: 81% dos atos violentos acontecem dentro da casa das vítimas. Os dados são do Disque 100, que recebe denúncias de todo o País.

Apesar de altos, os números ainda não revelam a totalidade dos casos. Sabe-se que muitas das situações vivenciadas por crianças e adolescentes, dentro ou fora de casa, não são registradas, por vezes fazem parte de uma realidade na qual não lhes permitem ter acesso aos seus direitos sociais básicos.

A lei que determina a escuta humanizada, ainda que muito benéfica por possibilitar a não revitimização, diz respeito às consequências dessas violências. No entanto, é preciso que a sociedade coloque em prática mais mecanismos para agir e agir rápido na prevenção. Muitos são os esforços ao longo do tempo para a construção de redes de proteção a este público, que são fundamentais nos municípios. É um trabalho árduo que precisa do envolvimento de toda a sociedade. Afinal, cabe reforçar que é dever de cada cidadão olhar pelas crianças e denunciar a violação de direitos.

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